Pacto pela Restauração da Mata Atlântica

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O Pacto pela Restauração da Mata Atlântica (PACTO) é um movimento brasileiro criado em 2009 com o intuito de regenerar as áreas relacionadas ao bioma Mata Atlântica no Brasil. O movimento reúne cerca de 300 membros, sendo eles ONGs, órgãos públicos, empresários, donos de propriedades e institutos de pesquisa.[1] É considerado o maior esforço coletivo que busca a restauração de um bioma na América Latina.[2] O Pacto possui como meta principal a restauração de cerca de 15 milhões de hectares de Mata Atlântica até o ano de 2050.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Em 08 de abril de 2009, o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica foi lançado de início por cerca de quarenta organizações ambientalistas, empresas, indivíduos e governos. Além da meta estabelecida de reflorestar cerca de 15 milhões de hectares da Mata até o ano de 2050, o projeto inicialmente buscou a disseminação de técnicas de reflorestamento, o monitoramento dos esforços de restauração, a geração de emprego e renda nas atividades de reflorestamento e concentrar ações de cumprimento do Código Florestal brasileiro nos 17 Estados que contemplam o bioma.[4]

Em edição especial do ano de 2011, o movimento recebeu o Prêmio Muriqui, premiação concedida em reconhecimento pelas ações realizadas em prol da conservação da biodiversidade, divulgação de conhecimentos tradicionais e científicos e a promoção ao desenvolvimento sustentável da Mata Atlântica.[5]

Estima-se que até 2020, o Pacto foi capaz de apoiar a restauração de cerca de 1 milhão de hectares de floresta nativa do bioma, atendendo ao Desafio de Bonn criado pelo governo da Alemanha em conjunto com União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).[6][7]

Atividades[editar | editar código-fonte]

O PACTO realizou a elaboração de diversos documentos direcionados a guiar a atuação de seus membros para as suas atividades essenciais. Um deles documentou as principais áreas de de potencial para a restauração da Mata Atlântica, o que equivale a cerca de 17,7 milhões de hectares segundo o levantamento. Também, mapeou as diferentes ações de restauração que já existem para o bioma, identificado que cerca de 51 mil hectares estão em processo de restauração pelos seus membros, o que culminou na elaboração de um banco de dados dessa atividade, disponível atualmente no Observatório de Restauração e Reflorestamento. Além disso, membros e parceiros do movimento atuaram na elaboração de artigos científicos relacionados com a atividade em questão.[7]

O movimento também coordena o podcast chamado Tom da Mata, o qual apresenta histórias de pessoas (entre celebridades, técnicos e pesquisadores) que atuam na restauração e conservação do bioma Mata Atlântica no país. O objetivo do projeto é transmitir o conhecimento e experiências dessas pessoas para reforçar aos jovens residentes do ambiente urbano, principalmente, a importância da floresta e a necessidade de conexão com a natureza. Foram duas séries com cerca de 16 episódios cada, disponíveis em diferentes plataformas de podcasting.[8]

A respeito do monitoramento das atividades de recuperação florestal, o PACTO elaborou indicadores que apresentam os resultados referentes a três eixos distintos: ecológico, social e de gestão. Estes indicadores estão descritos no Protocolo de Monitoramento de Programas e Projetos de Restauração Florestal, o qual foi utilizado como base para os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro criarem os seus próprios protocolos.[7]

Referências

  1. «Pacto aposta em regeneração para recuperar 15 mi hectares da Mata Atlântica - 28/06/2022 - UOL ECOA». www.uol.com.br. 28 de junho de 2022. Consultado em 11 de outubro de 2022 
  2. «Pacto lança desafio para restaurar mais 1 milhão de hectares de Mata Atlântica, até 2025». WWF Brasil. 7 de dezembro de 2019. Consultado em 11 de outubro de 2022 
  3. Crouzeilles, Renato; Pugliese, Ludmila (31 de maio de 2021). «Qual o papel do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica». Nexo Jornal. Consultado em 11 de outubro de 2022 
  4. «Conheça o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica». SOS Mata Atlântica. 8 de abril de 2009. Consultado em 11 de outubro de 2022 
  5. «SMA cria programa de parceria para UCs e comissão de biodiversidade». Secretaria da Infraestrutura e do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. 6 de outubro de 2011. Consultado em 11 de outubro de 2022 
  6. Zanon, Sibélia (27 de junho de 2022). «Pacto aposta na regeneração natural para reflorestar 15 milhões de hectares da Mata Atlântica». Mongabay. Consultado em 11 de outubro de 2022 
  7. a b c Pugliese, Ludmila (31 de março de 2022). «Governança pela restauração: o exemplo do PACTO pela Mata Atlântica». ((o))eco. Consultado em 11 de outubro de 2022 
  8. Calixto, Bruno (22 de março de 2021). «Podcast Tom da Mata traz histórias sobre a restauração da Mata Atlântica». WRI Brasil. Consultado em 11 de outubro de 2022 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Documentos guia publicados pelo PACTO[editar | editar código-fonte]

  • Referencial dos Conceitos e Ações de Restauração Florestal (2009). [1]
  • Mapa de Áreas Potencias para Restauração Florestal na Mata Atlântica (2009). [2]
  • Protocolo de Monitoramento para Programas e Projetos de Restauração Florestal (2013). [3]
  • A Reserva Legal que queremos para a Mata Atlântica (2018). [4]

Artigos científicos publicados por membros e parceiros do PACTO[editar | editar código-fonte]

  1. BRANCALION et. al. Ecosystem restoration job creation potential in Brazil. People and Nature, [S.L.], 00, p. 1-9. 2022.
  2. SIQUEIRA et. al. Gender inclusion in ecological restoration. Restoration Ecology, [S.L.], v. 29, n. 7, p. 1-5. 2021.
  3. CROUZEILLES et. al. Achieving cost‐effective landscape‐scale forest restoration through targeted natural regeneration. Conservation Letters, [S.L.], v. 13, n. 3, p. 1-12. 2020.
  4. CROUZEILLES et. al. There is hope for achieving ambitious Atlantic Forest restoration commitments. Perspectives In Ecology And Conservation, [S.L.], v. 17, n. 2, p. 80-83. 2019.
  5. BRANCALION et. al. Global restoration opportunities in tropical rainforest landscapes. Science Advances, [S.L.], v. 5, n. 7. 2019.
  6. PINTO et. al. Governing and Delivering a Biome-Wide Restoration Initiative: the case of atlantic forest restoration pact in brazil. Forests, [S.L.], v. 5, n. 9, p. 2212-2229. 2014.
  7. MELO et. al. Priority setting for scaling-up tropical forest restoration projects: early lessons from the atlantic forest restoration pact. Environmental Science & Policy, [S.L.], v. 33, p. 395-404. 2013.
  8. CALMON et. al. Emerging Threats and Opportunities for Large-Scale Ecological Restoration in the Atlantic Forest of Brazil. Restoration Ecology, [S.L.], v. 19, n. 2, p. 154-158. 2011.

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]

Pacto pela Restauração da Mata Atlântica - Site Oficial