Pagode do Cavalo Branco

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O Pagode do Cavalo Branco é um pagode localizado em Dunhuang, Gansu, China, que foi construído para comemorar Tianliu, o cavalo branco do monge Budista Kumārajīva, que levou escrituras Budistas de Kucha até Dunhuang, na China, por volta do ano de 384[1].

O pagode fica localizado a cerca de 2 km ao sudoeste do centro da cidade de Dunhuang. Foi restaurado na era do imperador Daoguang (1821-1851), e novamente em 1992. Sua altura é de 12 metros, e tem um diâmetro de 7 metros. Ele consiste em 9 níveis no total. O exterior é construído de tijolos de adobe, e é preenchido com uma mistura de grama e lama, com adição de cal.[2] A base é em forma de uma roda de oito raios. O primeiro nível tem quatro lados, enquanto os níveis de 2 a 4 possuem mais cantos; o quinto nível é decorado com bordas em formato de flor de lótus; o sexto é em forma de uma tigela virada de cabeça para baixo; o sétimo nível tem o formato de uma roda, enquanto o oito nível tem uma placa hexagonal no topo do pagode, com grandes sinos pendurados ao vento em cada um dos cantos.[3] Acima desse, ficam bolas de metal, montadas por um tridente. Os habitantes locais dizem que o carrilhão dos sinos é um eco do relincho do cavalo.[3][4]

História[editar | editar código-fonte]

Detalhe de um dos andares do pagode

Kumārajīva, um monge budista muito reverenciado e também um tradutor, nasceu na cidade-estado de Kucha, filho de uma princesa, Kuchean, e um brâmane da Caxemira.[1] Seu cavalo, Tianlu, percorria caminhos atravessando montanhas e rios com fortes correntes, cruzando as águas caldantes quando necessário.

De acordo com a lenda, quando Kumārajīva atingiu a antiga cidade de Shazhou (agora Dunhuang), ele decidiu fazer uma parada de vários dias no templo Puguang, para pregar sobre as escrituras. Pouco antes de sua partida, Tianliu caiu doente, e faleceu logo depois. Devastado pela morte de seu único companheiro de viagem, Kumārajīva construiu uma pagoda de nove andares, que contém relíquias de Buda e homenageia seu cavalo. [1]

O Sutra do Diamante (em Sânscrito: Vajracchdikāprajñāpāramitāsūtra), um dos escritos de Kumārajīva trazidos para a China, foi traduzido pela primeira vez por ele para a língua chinesa no ano de 402, tornando-se a versão mais popularmente lida, copiada e recitada do sutra na China.[4]  Uma cópia impressa de seu sutra, encontrada em 1910 nas Grutas de Mogao, perto de Dunhuang, foi datada do ano de 868, o que o torna o mais antigo livro impresso e datado do mundo.[5]

A cópia foi recentemente restaurada pela Biblioteca Britânica. O processo de restauração durou sete anos no total, indo de 2003 até 2010,.[6][7]



Notas

Referências

  1. a b Doucheng & Shuqing 2005, p. 52.
  2. Insight Guides: Silk Road (em inglês). [S.l.]: Apa Publications (UK) Limited. 1 de abril de 2017. ISBN 9781786716996 
  3. a b Doucheng, Du; Shuqing, Wan (2005). Dunhuang & Silk Road 1 ed. Shenzhen: Sea Sky Pub. House. ISBN 9787806974025. OCLC 84698955 
  4. a b Van Schaik, Sam (2002). «The Diamond Sutra: History and Transmission». IDP news: newsletter of the International Dunhuang Project (em English) (38). ISSN 1354-5914 
  5. Wood, Frances; Barnard, Mark (2010). The Diamond Sutra : the story of the world's earliest dated printed book. London: British Library. ISBN 9780712350907. OCLC 457149465 
  6. Wood, Frances; Barnard, Mark (2002). «Restoration of the Diamond Sutra». IDP news : newsletter of the International Dunhuang Project. (em English) (38). ISSN 1354-5914 
  7. «IDP Newsletter Issue No. 38». idp.bl.uk (em inglês). Consultado em 29 de novembro de 2017