Pleonexia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Pleonexia (do grego: πλεονεξια) é um conceito filosófico utilizado quer no Novo Testamento quer nos escritos de Platão e Aristóteles. Corresponde, de maneira geral, à avareza, podendo ser definida como "desejo insaciável de ter posse do que por direito pertence aos outros".

Conceito cristão[editar | editar código-fonte]

A pleonexia, mencionada no Novo Testamento, na Epístola aos Colossenses (capítulo 3, versículos 1-11) e no Evangelho segundo Lucas (capítulo 12, versículos 13-21), tem sido sujeita a comentários por teólogos cristãos.

A crença cristã correlaciona a pleonexia com a idolatria, porque substitui Deus pelo auto-interesse e interesse material pelas coisas.[1]

Conceito na Grécia antiga[editar | editar código-fonte]

Filósofos gregos como Platão relacionaram a pleonexia com a justiça.

Trasímaco, no Livro I de A República de Platão, apresenta a justiça como sendo nada mais que uma restrição não natural colocada sobre a nossa pleonexia natural.[2]

Discutindo a filosofia de Aristóteles, que dizia na sua obra Ética a Nicómaco que todas as acções especificamente injustas são motivadas pela pleonexia, Kraut[3] aborda o termo e correlaciona-o como epichairekakia, versão grega de schadenfreude, dizendo que inerente à pleonexia está o apelo de actuar injustamente à custa dos outros.

Referências

  1. John W. Ritenbaugh (janeiro de 1998). «Forerunner». The Tenth Commandment 
  2. «Important terms: pleonexia». SparkNotes: The Republic. Barnes & Noble 
  3. Richard Kraut (2002). Aristotle: Political Philosophy. Oxford: Oxford University Press. xiv, 520. ISBN 0-19-878200-4 , citado por David Keyt (7 de fevereiro de 2003). «Review». Bryn Mawr Classical Review