Pongo

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Pongo
Pongo
Pongo em 2019.
Nome completo Engracia Domingos da Silva
Pseudônimo(s) Pongo
Nascimento 10 de abril de 1992 (32 anos) [1]
Luanda, Angola[2]
Nacionalidade angolana
Ocupação cantora e compositora
Carreira musical
Período musical 2008-presente
Gênero(s) kuduro, kuduro progressivo, pop, rap
Instrumento(s) vocais

Engracia Domingos da Silva[3] (Luanda, Angola, 10 de abril de 1992), mais conhecida pelo seu nome artístico de Pongo (anteriormente, Pongolove), é uma cantora e compositora angolana de kuduro, rap e pop.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida em Luanda, Angola, a cantora imigrou com sua família para Lisboa, Portugal, fugindo da guerra civil angolana[4]. No novo país, sua mãe trabalhou como faxineira e seu pai como funcionário da construção civil. Viveu em um quarto de albergue por 5 anos com sua família de 5 pessoas, dividindo uma cama com duas irmãs.[5]

Durante sua infância em Lisboa, morava em um bairro predominantemente branco e tinha dificuldade para se integrar, sofrendo discriminação racial na escola. Seu pai era muito rígido e não permitia que Pongo e suas irmãs tivessem uma vida social. Frente a essas dificuldades, aos 12 anos se jogou da janela do sétimo andar do prédio onde morava, quebrando uma perna. Enquanto se recuperava e tinha dificuldade para andar, seu pai a chamou de "M'Pongo Love", nome de uma cantora congolesa muito conhecida em Angola que havia passado por um período em que não conseguia andar por conta de um tratamento malsucedido de poliomielite [6].

A caminho de uma das sessões de fisioterapia do outro lado da cidade, em um bairro onde moravam imigrantes africanos, Pongo avistou pela primeira vez o grupo de kuduro Denon Squad apresentando-se na rua. Após recuperar-se, começou a dançar com o grupo e a cantar rap. Adotou o nome artístico Pongolove, depois abreviado para Pongo.[7]

Reconhecimento[editar | editar código-fonte]

Em 2021, foi considerada pela revista Bantumen, com o apoio de várias entidades, como uma das personalidades negras mais influentes da lusofonia, aparecendo ao lado de nomes como Grada Kilomba, Mayra Andrade, Paulina Chiziane e Dino d'Santiago na PowerList100 Bantumen. [8]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Sua participação no Denon Squad a levou a conhecer o Buraka Som Sistema. Subiu pela primeira vez em um palco com eles em 2008 na casa de shows Music Box em Lisboa. No mesmo ano, ficou conhecida em Portugal pela música "Kalemba (Wegue Wegue)", escrita e cantada pela artista. Essa canção integrou a trilha sonora dos jogos Need for Speed: Shift e FIFA 10 e foi vista no YouTube onze milhões de vezes.[2] "Kalemba (Wegue Wegue)" passou inclusivamente várias semanas no n.º 1 do top de singles de Espanha, um sinal de sucesso naquele país que muitíssimo poucos artistas portugueses ou baseados em Portugal conseguiram alcançar.[9]

Apresentou-se com o grupo Buraka Som Sistema por dois anos e então deixou o grupo por uma disputa em relação aos royalties da música "Kalemba (wegue Wegue)".[10] Para sustentar suas irmãs, Pongo começou a realizar trabalhos braçais, depois que seu pai abandonou a família. Um dia, enquanto estava limpando uma casa, ouviu "Wegue Wegue" no rádio e passou então a lutar por sua carreira.[5]

A retomada de sua carreira foi acelerada em 2018 pelo lançamento de seu primeiro EP, Baia, e em 2019 por sua participação no festival francês Fête de la musique, cantando no Élisée, residência oficial da presidência francesa, sendo recebida pelo presidente francês Emmanuel Macron, ficando conhecida como "Diva do Kuduro". [2]Em 2020. lançou seu segundo EP, Uwa (palavra que significa "passo" em kimbundo, uma das línguas nacionais de Angola). Em 2020, foi vencedora do prêmio Music Moves Europe Talent Awards[11].

Discografia[editar | editar código-fonte]

Álbuns[editar | editar código-fonte]

Álbuns
Ano Detalhes Ref.
2018 Baia
  • Lançamento: 21 de setembro de 2018
[12]
2020 Uwa
  • Lançamento: 7 de fevereiro de 2020
[10]

Referências

  1. Konbini (29 de fevereiro de 2020). «Le Fast Life de Pongo». Konbini. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  2. a b c NJOnline (26 de junho de 2019). «Pongo, a cantora angolana que conquistou a presidência francesa». NJOnline. Consultado em 30 de agosto de 2021 
  3. Couleur Cafe (31 de agosto de 2021). «Pongo». Couleur Cafe. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  4. Laura Snapes (8 de fevereiro de 2020). «Pongo». The Guardian. Consultado em 2 de setembro de 2021 
  5. a b NSC Total (20 de fevereiro de 2020). «Pongo». NSC Total. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  6. Tenaille 2002, p. 134.
  7. Gaëlle Magnien (13 de março de 2020). «Pongo». Brain Magazine. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  8. «Pongo». POWERLIST100 BANTUMEN. 12 de dezembro de 2021. Consultado em 14 de dezembro de 2021 
  9. «Buraka Som Sistema comemoram sete semanas na liderança do top de singles em Espanha». Sapo Mag. 11 de janeiro de 2010. Consultado em 21 de setembro de 2023 
  10. a b Kate Hutchinson (17 de fevereiro de 2020). «Pongo Turns Her Struggles Into Pop». New York Times. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  11. Blitz.pt (26 de maio de 2020). «Artista portuguesa PONGO é vencedora dos Music Moves Europe Talent Awards 2020». Blitz.pt. Consultado em 2 de setembro de 2021 
  12. Wilds Gomes. «Luta, superação e conquista dentro da "Baia" de Pongo, o novo EP». Bantumen. Consultado em 30 de agosto de 2021 

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]