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A Revolta de Kronstadt foi uma insurreição fracassada dos marinheiros soviéticos da cidade portuária de Kronstadt contra o governo da República Socialista Federativa Soviética da Rússia. Foi a última grande revolta contra o regime bolchevique no território russo durante a guerra civil que assolou o país. A revolta iniciou-se em 1º de março de 1921 na fortaleza naval da cidade, localizada na ilha de Kotlin, no golfo da Finlândia. Tradicionalmente, Kronstadt servia como base da frota russa do Báltico e da defesa de São Petersburgo (então Petrogrado), localizada a 30 km da ilha. Durante dezesseis dias, os rebeldes implantaram uma comuna revolucionária em oposição ao governo soviético que os próprios marinheiros haviam ajudado a consolidar.Avrich (2004), p. 9"},"attrs":{"name":"avrich9"}}">[1]

Os rebeldes, entre os quais muitos comunistas decepcionados com os rumos do governo bolchevique, exigiam uma série de reformas, tais como a eleição de novos sovietes, inclusão de partidos socialistas e grupos anarquistas nos novos sovietes e o fim do monopólio bolchevique no poder, liberdade econômica para camponeses e operários, dissolução dos órgãos burocráticos do governo criados durante a guerra civil e a restauração de direitos civis para a classe trabalhadora. Apesar da influência de alguns partidos da oposição, os marinheiros não apoiaram nenhum em particular.

Convencidos da popularidade das reformas pelas quais lutavam e que tentaram aplicar parcialmente durante a revolta, os marinheiros de Kronstadt esperaram em vão apoio da população no resto do país e rejeitaram o apoio de estrangeiros. Apesar de os conselhos dos oficiais defenderem uma estratégia mais ofensiva, os rebeldes mantiveram uma atitude passiva ao esperar do governo o primeiro passo nas negociações, o que acabou por isolar suas forças do continente. As autoridades, pelo contrário, adotaram uma postura intransigente, apresentando um ultimato exigindo a rendição incondicional no dia 5 de março. Uma vez expirado o prazo da rendição, os bolcheviques enviaram uma série de incursões militares contra a ilha, conseguindo reprimir a revolta em 17 de março após uma série de fracassos e muitas baixas. Houve alguns focos de resistência na ilha, eliminados em 18 de março.

Os rebeldes foram considerados mártires revolucionários por seus partidários e "agentes da Entente e da contrarrevolução" pelas autoridades. A resposta bolchevique à revolta causou grande controvérsia e foi responsável pela desilusão de vários simpatizantes do regime estabelecido pelos bolcheviques,[1] como por exemplo, Emma Goldman. Porém, ainda que a revolta tenha sido reprimida e as exigências políticas dos rebeldes não tenham sido atendidas, ela serviu para acelerar a implantação da Nova Política Econômica (NEP), que substituiu o "comunismo de guerra".Chamberlin (1965), p. 445"},"attrs":{"name":"chamberlin445"}}">[2]