Presbiterianismo no Maranhão

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O Presbiterianismo é a terceira maior família denominacional protestante histórica no Estado do Maranhão (atrás dos batistas e adventistas), correspondendo a 0,20% da população do Estado.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Embora os anglicanos ingleses já estivesse presentes no Maranhão desde a abertura dos portos para estrangeiros, os presbiterianos foram os primeiros protestantes a se estabelecer no Estado a partir do proselitismo. Em 3 de julho de 1875 o missionário estadunidense John Smith foi para São Luís, como primeira presença presbiteriana do Estado. Todavia, a igreja só foi estabelecida 11 anos depois, devida a forte intolerância religiosa ao Protestantismo na região.[2][3]

O Presbiterianismo ganhou força em Teresina com a chegada de George William Butler, que nasceu na Geórgia (Estados Unidos). George veio para o Brasil em 1883, era médico e missionário, enviado pela Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos (conhecida como Igreja Presbiteriana do Sul). O missionário veio acompanhado de sua esposa a Sra. Rena Humphrey Butler, inicialmente para Recife (Pernambuco) e em 1883 mudou-se para São Luís (Maranhão) contribuindo para a plantação de igrejas em diversas cidades de forma que o seu trabalho foi fundamental para o surgimento do Presbiterianismo no Nordeste do Brasil.[4][5][6][7][8]

Os primeiros membros da Primeira Igreja Presbiteriana de São Luís foram Sr. Henry Airlie (cônsul inglês), e do Sr. Jerônimo Tavares (cônsul português), Sr. Thomas MacDonald (mecânico escocês) e a D. Maria Barbara Belfort Duarte, esposa do Dr. Paulo Duarte (o primeiro governador do Estado do Maranhão). A organização da igreja se deu em 6 de Junho de 1886. Outras cidades atingidas pelo presbiterianismo ainda no final do Século XIX pela pregação de Butler foram: Caxias, Alcântara, Itapecuru e Mearim.[3]

Em 1896, o Rev. W. M. Thompson mudou-se para Caxias, tendo continuado o trabalho de Butler. A igreja organizada em São Luís fazia parte do Presbitério de Pernambuco, que em era constituido por 11 igrejas em 1893. Nesse ano, todo o presbitério tinha 632 membros.

Nesse período, a Igreja Presbiteriana do Brasil era formada por 4 presbitérios. O Rev. Belmiro de Araújo foi pastor da igreja de São Luís entre 1893 e 1911, sendo o primeiro pastor presbiteriano brasileiro no Estado. O trabalho de Belmiro foi de grande relevância para o crescimento do Presbiterianismo na capital, diversificando os meios de pregação.

O sr. Thompson. C. R. Womeldorf contribuiu no período para a formação teológica dos pastores locais, além de plantar igrejas em São Bento e no Anil. A igreja de São Luís continuou crescendo, e em 1895 a igreja relatou o total de 85 membros, sendo a terceira maior do presbitério (que na época já tinha 729 membros).[3]

Cisão[editar | editar código-fonte]

Em 1903 parte dos membros da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), iniciaram um movimento contra presença de missionários estrangeiros no país, bem como a permissão dos membros de participarem da Maçonaria. Por não ser acatada como posição da denominação, o grupo se separou e formou a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB).

No mesmo ano foi formada a Igreja Presbiteriana Independente de São Luis, com 53 membros. O primeiro pastor da igreja foi o Rev. Vicente Themudo Lessa, em 1916.

O Rev. V. Themudo contribuiu ainda para a formação de igrejas federadas a IPIB em São Vicente Férrer, Vianna e Cajapió.[3]

Século XX[editar | editar código-fonte]

A partir de 1906, a Igreja Presbiteriana do Brasil trabalhou com a divulgação nos jornais da cidade. Nos anos seguinte as igreja continuou crescendo, expandindo-se por todo o Estado e tornando-se uma das maiores denominações protestante no Estado.[3]

Igreja Presbiteriana do Brasil[editar | editar código-fonte]

Municípios com igrejas federadas a Igreja Presbiteriana do Brasil no Maranhão

A Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) é a maior denominação presbiteriana no Maranhão, com mais de 90 igrejas e congregações.[4][9][10][11]

A IPB tem atualmente no Estado, 2 de seus sínodos, o Sínodo Maranhão e o Sínodo Centro Sul do Maranhão, que, juntos, abrangem todas as igrejas no Estado.[12]

A IPB e suas igrejas federadas no Maranhão operam 4 escolas no Estado.[13]

A Junta de Missões Nacionais trabalha com missões no Maranhão nos municípios de: Alcântara, Amarante, Carolina, Carutapera, Coelho Neto, Cururupu, João Lisboa, Maranhãozinho, São Bernardo, Timon, Zé Doca.[14][15]

Devido o crescimento da denominação e a necessidade do preparo teológico para os ministros, o Sínodo Maranhão propôs a criação do Instituto Superior de Tecnologia Reformada em 2017, que funcionaria em São Luís. A decisão sobre a criação será tomada no Supremo Concílio da IPB, em 2018.[16]

Igreja Presbiteriana Independente do Brasil[editar | editar código-fonte]

A Igreja Presbiteriana Independente do Brasil tem igrejas federadas no Maranhão. A igreja mais conhecida no Estado é a Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Luís.[17]

Outras denominações[editar | editar código-fonte]

A Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil,[18] Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Brasil não possuem igrejas federadas no Maranhão.

Referências

  1. «Censo do EBGE 2010: Religião no Maranhão». Consultado em 27 de março de 2018 
  2. Isabella Alves Silva. «A imprensa e religião no Maranhão vanguardista: Jornal "O Presbiteriano" (1936)». Consultado em 27 de março de 2018 
  3. a b c d e Lyndon de Araújo Santos (2004). «As Outras Faces do Sagrado: Protestantismo e Cultura na Primeira República Brasileira» (PDF). Consultado em 27 de março de 2018 
  4. a b «G1: Igreja Presbiteriana comemora 127 anos de existência no Maranhão». Consultado em 27 de março de 2018 
  5. «XXVIII Simpósino Nacional de História: História do Presbiterianismo no Nordeste» (PDF). Consultado em 27 de março de 2018 
  6. «Universidade Presbiteriana Mackenzie: História da Igreja Presbiteriana do Brasil». Consultado em 27 de março de 2018. Arquivado do original em 11 de julho de 2016 
  7. «Missionários Presbiterianos no Nordeste» (PDF). Consultado em 27 de março de 2018. Arquivado do original (PDF) em 25 de novembro de 2016 
  8. «II Simpósio Nordeste da Associação Brasileira de História das Religiões». Consultado em 27 de março de 2018 
  9. «Igrejas federadas a Igreja Presbiteriana do Brasil no Maranhão». Consultado em 27 de março de 2018 
  10. «Secretaria Executiva da Igreja Presbiteriana do Brasil: igrejas por Estado». Consultado em 27 de março de 2018. Arquivado do original em 29 de julho de 2014 
  11. «Igrejas presbiterianas no Maranhão». Consultado em 27 de março de 2018 
  12. «Ata da Primeira Sessão Regular da Reunião Ordinária da Comissão Executiva do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil - 2017» (PDF). 28 de março de 2017. Consultado em 27 de março de 2018 
  13. «Escolas Associadas ao sistema Mackenzie de ensino». Consultado em 27 de março de 2018. Arquivado do original em 29 de março de 2018 
  14. «Junta de Missões Nacionais da Igreja Presbiteriana do Brasil no Maranhão». Consultado em 22 de março de 2018 
  15. «Índice Missionário da Junta de Missões Nacionais da Igreja Presbiteriana do Brasil». Consultado em 22 de março de 2018 
  16. «Ata da Primeira Sessão Regular da Reunião Ordinária da Comissão Executiva do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil - 2017» (PDF). 28 de março de 2017. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  17. «G1: Culto que celebra a publicação das 95 teses da Reforma Protestante por Martinho Lutero na 1ª Igreja Presbiteriana Independente de São Luís.». Consultado em 28 de março de 2018 
  18. «Departamento Missionário da Igreja Igreja Presbiteriana Conservadora». Consultado em 28 de março de 2018