Quilombo do Bananal

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Bananal é uma comunidade quilombola localizada no município brasileiro de Rio de Contas, na Chapada Diamantina, interior do estado da Bahia.

O povoado é uma das atrações turísticas da cidade, em passeios que incluem ainda a Ponte do Coronel, o povoado de Mato Grosso e a outra comunidade remanescente de quilombo de Barra do Brumado.[1] A comunidade foi certificada como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares (FCP) em 12 de setembro de 2005 sob o processo de nº 01420.000054/1998-92.[2]

Características locais[editar | editar código-fonte]

Artesã em Bananal

É uma comunidade rural que traz nas suas tradições orais a informação de que não descendem de escravos, mas de negros livres, de tal forma que os seus moradores trazem isto como um diferencial em relação às outras pessoas: "A memória originária das pessoas parece sempre descrever um antes comum em que os antepassados "tiveram" de vir para aquele lugar, enquanto os outros continuaram"cativos" em outro lugar: «Lá, atrás da várzea, tinha os negros."; "Do outro lado do rio tinha os cativos."; "É, tinha os cativos, sim, mas aqui não, nunca teve cativo, não"» levando a concluir que ali existe "a não submissão nem à condição de escravo e nem à ideia de escravidão".[3]

Suas atividades econômicas ainda permanecem voltadas à agricultura e pequena pecuária, embora a maior integração proporcionada com a modernização das comunicações leve as novas gerações a adquirir novos hábitos e meios de ver o mundo. O apego à terra, comum nos quilombos baianos, ali é bastante forte.[3]

Em Bananal os resquícios do isolamento e consequente casamento consanguíneo entre seus habitantes ainda é perceptível.[3][4]

Está situada próxima do povoado de Mato Grosso, com moradores descendentes de bandeirantes e alegadamente de origem lusa e branca, e a cerca de 2,5 km de distância do quilombo da Barra do Brumado, acessível por estradas vicinais de terra, sendo banhada por um riacho sem nome. Próximo a estas duas comunidades havia uma terceira, a Riacho das Pedras, que, de forma polêmica, foi inundada pelo Açude Brumado e teve seus moradores dispersos.[5]

Em Bananal há uma casa de farinha comunitária. Na "Praça de Bananal" em 2007 estavam localizadas sete das vinte e três moradias que compunham a comunidade, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e ruínas de um templo mais antigo.[5]

Referências

  1. «Comunidades Quilombolas e Portuguesa, Ponte do Coronel». Rio de Contas Adventure. Consultado em 7 de fevereiro de 2023. Cópia arquivada em 7 de fevereiro de 2023 
  2. «Certidões expedidas às comunidades remanescentes de quilombos (CRQs).» (PDF). Fundação Cultural Palmares 
  3. a b c Aliger dos Santos Pereira; Fabiano Viana Oliveira (25 de maio de 2007). «A Comunidade Quilombola de Bananal e a Construção da Identidade Individual» (PDF). UFBA. Consultado em 7 de fevereiro de 2023. Cópia arquivada em 7 de fevereiro de 2023. PDF arquivado como html. 
  4. Cruz, Salete Aparecida da (2011). «Identidades cambiantes nas comunidades quilombolas de Rio de Contas, no Alto Sertão baiano». Aleph: 325 f. : il. color. Consultado em 1 de setembro de 2021 
  5. a b Barbosa, Ubiraneila Capinan (2009). «O quilombo que remanesce: estudo de caso acerca dos impactos da política pública de certificação e de titulação do território sobre a identidade étnica dos quilombos remanescentes Barra e Bananal em Rio de Contas, Bahia.». Consultado em 1 de setembro de 2021. Cópia arquivada em 7 de fevereiro de 2023. PDF dividido em duas partes: parte 1 e parte 2, ambas arquivadas, respectivamente: arquivo 1 e arquivo 2 
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