Quinto Cúrcio Rufo

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 Nota: Este artigo é sobre o historiador. Para o cônsul em 43, veja Quinto Cúrcio Rufo (cônsul em 43).
Quinto Cúrcio Rufo
Quinto Cúrcio Rufo
Pseudônimo(s) Quinto Cúrcio Rufo
Nascimento século I
Desconhecido
Morte século I
África Proconsular
Cidadania Roma Antiga
Ocupação historiador, escritor, político
Obras destacadas Histories of Alexander the Great
Curcio Rufo.
A História de Alexandre.

Quinto Cúrcio Rufo (em latim, Quintus Curtius Rufus) foi um senador e historiador romano, que viveu, segundo alguns estudiosos, na época do imperador Cláudio, na primeira metade do século I, ou entre os reinados de Nero e Vespasiano. É possível que ele seja o mesmo Quinto Cúrcio Rufo que foi cônsul sufecto em 43 e procônsul da África.

Obra[editar | editar código-fonte]

Sua única obra preservada é a Historiae Alexandri Magni Macedonis, uma biografia de Alexandre, o Grande em dez livros. Os dois primeiros estão perdidos, e os oito restantes estão incompletos.

A narrativa começa na primavera de 333 a. C., transcorrido já um ano da campanha militar. Alexandre se encontra na Ásia Menor, onde toma a cidade de Celenas e entra em Górdio, lugar do famoso nó górdio.

Nos primeiros livros conservados dessa obra narram-se os fatos relativos às campanhas de Alexandre, o Grande contra o rei persa Dario III, enquanto que os outros contêm a viagem do rei macedônio e de suas tropas até os confins da Índia, a revolta do seu exército exigindo a volta para casa, a morte de Alexandre na Babilônia e as disputas entre seus generais pela partilha dos territórios anexados do império, logo após a morte de Alexandre.

Os 10 livros se dividem em duas pêntades: o livro 5 termina com a morte de Dario e o livro 10 narra a morte de Alexandre. Em termos retóricos, os momentos de maior tensão culminam no final de cada um dos livros. Seu texto é bastante fluente, e embora um rápido estudo revele erros em sua caracterização da geografia, cronologia e técnicas militares, sua verdadeira ênfase está na caracterização dos personagens e na condenação da tirania[1].

Segund, W. W. Tarn, Homero parece ser o modelo para alguns episódios[2]: Alexandre é comparado com Aquiles e Roxana com Briseida, por exemplo. Esta obra também é representativa do modelo da historiografia helenística que tende à biografia, apresentando um notável gosto pela retórica (através da intensificação do 'pathos' em alguns trechos) e um tom marcadamente moralizante (Alexandre é mostrado como um heroi destruído por sua própria boa fortuna).

A obra de Cúrcio Rufo começou a ficar famosa na Idade Média, entre os séculos X e XI, com a circulação de seus manuscritos. No final do século XII, foi influente na composição do poema Alexandreis de Gualtério de Châtillon e voltou a ser objeto de estudo durante o Renascimento. Seu uso como livro escolar foi notável até o século XVIII.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. VIZENTIN, Marilena. (2009) Espelhos Contrapostos: Alexandre e o Modelo de Imperador Romano. Métis (UCS), v. 8, p. 157-166.
  2. TARN, W. W. (1948) Alexander the Great. Vol. II, Sources and Studies. Cambridge: Cambridge University Press.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Curcio Rufo, Quinto (1986). Historia de Alejandro Magno. [S.l.]: Madrid: Editorial Gredos. ISBN 978-84-249-1049-5 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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