Rútilo Nada

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"Rútilo Nada" é uma narrativa de ficção em prosa poética da escritora e poeta brasileira Hilda Hilst de 1993. O texto literário recebeu o Prêmio Jabuti de Melhor Conto em 1994.[1]

Resumo[editar | editar código-fonte]

Lucius Kod é um jornalista político de 35 anos[2] que acaba se apaixonando pelo namorado de sua filha, Lucas, um garoto bem mais jovem do que ele. Por conta desse "amour fou tardio" (a expressão é do crítico literário Alcir Pécora)[3], esquece-se dos tabus e das obrigações familiares. Contudo, quando Lucius Kod é visto ao lado de Lucas nas ruas e nos bares por amigos de seu pai, um banqueiro[4] homofóbico, de direita e, segundo o próprio Lucius, um "indescritível verdugo" no qual tem a vida colada,[2] este manda seus capangas estuprarem e espancarem o namorado da neta e amante do filho, para depois ir conferir o serviço, beijar o garoto e, segundo o próprio velho, ter com ele tudo o que teve com Lucius.[5] A narrativa inicia-se com um monólogo interior em fluxo de consciência do próprio Lucius Kod sobre o caixão de Lucas e o turbilhão de vozes ao seu redor, que quebram o modo literário tradicional e linear de narrativa, bem como o seu esforço de rememorar todo o ocorrido até ali. As páginas finais são de poemas de Lucas sobre muros até sua mensagem final a Lucius:

"Até um dia. Na noite ou na luz. Não devo sobreviver a mim mesmo. Sabes por quê? Parodiando aquele outro: tudo o que é humano me foi estranho.
Lucas"[6]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Publicações[editar | editar código-fonte]

  • Em Rútilo Nada; A Obscena Senhora D.; Qadós, Pontes Editores, 1993.
  • Em Rútilos, Editora Globo, obras reunidas de Hilda Hilst com organização e plano de edição de Alcir Pécora, 1ª edição em 2003, 1ª reimpressão em 2014.
  • Em Da Prosa, que reúne pela primeira vez a ficção completa de Hilda Hilst, Companhia das Letras, 1ª edição em 2018.

Referências

  1. "Premiados 1994. Prêmio Jabuti. Site oficial do Prêmio Jabuti. Consultado em 19/03/2021.
  2. a b Hilst, 2003, p. 85.
  3. Pécora, 2003, págs. 9-10.
  4. Hilst, 2003, p. 87.
  5. Hilst, 2003, p. 98.
  6. Hilst, 2003, p. 103.
  7. PREMIADOS 1994 - CONTOS / CRÔNICAS / NOVELAS. Jabuti. Site oficial do Prêmio Jabuti. Consultado em 18/03/2021.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ALBUQUERQUE, Gabriel. "Rútilo nada, de Hilda Hilst:: confissão e deslocamento das paixões". Revista Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, nº 25, págs. 147–157, Brasília, 2012.
  • BORGES, Claber. "Rútilo nada, de Hilda Hilst: Uma narrativa pós-moderna?". 2016.
  • HILST, Hilda. “Rútilo nada”. In: ______. Rútilos. São Paulo: Globo, 2003.
  • KNAPP, Cristina Löff. "Amor proibido: uma análise das narrativas "Rútilo nada", de Hilda Hilst, e "Frederico Paciência", de Mário de Andrade". In: Antares: Letras e Humanidades (revista do Programa de Pós-Graduação em Letras e Cultura da Universidade de Caxias do Sul), vol. 6., nº 11, págs. 16-30, jan-jun 2014.
  • PÉCORA, Alcir. Nota do organizador. In: HILST, Hilda. Rútilos. São Paulo: Globo, 2003.
  • QUEIROZ, Vera. Hilda Hilst: três leituras. Florianópolis: Mulheres, 2000.
  • SANTOS, Rosivan Gonçalves. "“Rútilo Nada” de Hilda Hilst: Conflitos do Desejo “Ex-cêntrico”". Universidade de Brasília, 2012.
  • ZAGO, Carlos Eduardo dos Santos. ""Rútilo nada", de Hilda Hilst: ensaio de leitura". In: Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea (PPGLEV/UFRJ), v. 6, n. 11, Rio de Janeiro: Editora Baluarte, 2014.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]