Ramulose

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A ramulose do algodoeiro é causada por um fungo cujo nome é Colletotrichum gossypii (South) var. cephalosporioides [1]

Histórico da doença[editar | editar código-fonte]

Essa doença encontra-se disseminada em praticamente todo o Brasil, além de ocorrer também em outros países da América do Sul como Venezuela e Paraguai. Por várias décadas a ramulose tem sido considerada a doença de maior importância para a cultura de algodão no Brasil e, sem um eficiente esquema de aplicação de fungicidas, provoca severos danos à cultura [2]. A partir de 1998 e 1999, apesar de a mancha de ramulária (Ramularia areola), um falso oídio, começar a apresentar uma importância relativa ainda maior em várias regiões, a ramulose permanece como séria ameaça à produtividade do algodoeiro.

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

A ramulose desenvolve-se principalmente em tecidos jovens. Os sintomas diretos aparecem em folhas, pecíolos e ramos, na forma de manchas necróticas mais ou menos circulares. O tecido necrosado tende a cair, formando perfurações. As lesões causam desenvolvimento desigual dos tecidos foliares. O patógeno frequentemente atinge o meristema apical provocando sua necrose, o que estimula o desenvolvimento dos brotos laterais, conferindo à planta um aspecto de superbrotamento ou envassouramento, com porte reduzido. O crescimento vegetativo em resposta a destruição das gemas apicais, exaure a planta para a finalidade de frutificação [3]. O principal meio de disseminação da doença é através de sementes contaminadas externamente com conídios ou internamente com micélio dormente. Além disso, o patógeno sobrevive vários anos em solo contaminado [4].

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. CIA, E.; SALGADO, C. L. Doenças do algodoeiro (Gossypium spp.). In: BERGAMIM FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. Manual de fitopatologia. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. v.2: Doenças das plantas cultivadas, p. 331-341.
  2. CIA, E.; FUZATTO, M.G.; GRIDI-PAPP, I.L.; SOAVE, J. Avaliação da intensidade da ramulose do algodoeiro através de inoculação artificial. In: REUNIÃO NACIONAL DO ALGODÃO, 2., 1982, Salvador. Resumos... Campina Grande: Embrapa Algodão, 1982. p. 241.
  3. PAIVA, F. A.; ASMUS, G. L.; ARAÚJO, A. E. Doenças In: EMBRAPA AGROPECUÁRIA OESTE. Algodão: tecnologia de produção. Dourados, 2001. p. 245-272.
  4. WATKINS, G. M. (Ed.). Compendium of cotton diseases. St. Paul: APS, 1981. 87 p.