Rapsódia sobre um Tema de Paganini

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A Rapsódia Sobre um Tema de Paganini (em russo: Рапсодия на тему Паганини) em lá menor, opus 43, é um trabalho concertante, com duração média de 20 a 25 minutos, escrito pelo compositor russo Sergei Rachmaninoff. Considerada de dificílima execução,[1][2] A obra foi escrita para piano e orquestra, lembrando um concerto para piano, em Villa Senar, Suíça, de acordo com anotação na partitura, de 3 de Julho a 18 de Agosto de 1934. O próprio Rachmaninoff, notavelmente um intérprete dos próprios trabalhos, tocou piano na estréia da peça na Lyric Opera House em Baltimore, Maryland, EUA, em 7 de Novembro de 1934 com a Orquestra da Filadélfia regida pelo maestro Leopold Stokowski.

A Variação XVIII foi incluída na banda sonora do filme Somewhere in Time, de 1980, obtendo grande repercussão e apresentando Rachmaninoff ao grande público.

Instrumentação[editar | editar código-fonte]

A orquestra descrita para a peça compõe-se dos seguintes instrumentos:

Família Instrumentos
Madeiras
Metais
Percussão
Cordas

Estrutura[editar | editar código-fonte]

A peça é um conjunto de 24 variações sobre o vigésimo quarto capricho para violino solo de Niccolò Paganini, que também serviu de inspiração para outros compositores.

  • Introdução: Allegro vivace (Lá menor)
  • Variação 1 (Precedente)
  • Tema: L'istesso tempo (Lá menor)
  • Variação 2: L'istesso tempo (Lá menor)
  • Variação 3: L'istesso tempo (Lá menor)
  • Variação 4: Più vivo (Lá menor)
  • Variação 5: Tempo precedente (Lá menor)
  • Variação 6: L'istesso tempo (Lá menor)
  • Variação 7: Meno mosso, a tempo moderato (Lá menor)
  • Variação 8: Tempo I (Lá menor)
  • Variação 9: L'istesso tempo (Lá menor)
  • Variação 10: L'istesso tempo (Lá menor)
  • Variação 11: Moderato (Lá menor)
  • Variação 12: Tempo di minuetto (Ré menor)
  • Variação 13: Allegro (Ré menor)
  • Variação 14: L'istesso tempo (Fá maior)
  • Variação 15: Più vivo scherzando (Fá maior)
  • Variação 16: Allegretto (Si bemol menor)
  • Variação 17: Allegretto (Si bemol menor)
  • Variação 18: Andante cantabile (Ré bemol maior)
  • Variação 19: A tempo vivace (Lá menor)
  • Variação 20: Un poco più vivo (Lá menor)
  • Variação 21: Un poco più vivo (Lá menor)
  • Variação 22: Marziale. Un poco più vivo (Alla breve, Lá menor)
  • Variação 23: L'istesso tempo (Lá menor)
  • Variação 24: A tempo un poco meno mosso (Lá menor)

Apesar da obra ter sido escrita sem pausa entre movimentos, ela pode ser dividida entre 3 sessões, correspondendo aos três movimentos de um concerto:[3]

  • Até a variação 10 corresponde ao primeiro movimento
  • Variações 11 a 18 equivalem ao segundo movimento, um movimento mais lento
  • As demais variações caracterizam o finale, o terceiro movimento

Composição[editar | editar código-fonte]

Após uma breve introdução, a primeira variação é executada. Em seguida, o tema de Paganini é iniciado com as cordas e o piano executando uma seleção das notas salientes da melodia. As variações 2 a 6 recombinam elementos do tema. As pausas e floreios para o piano na variação 7 apresentam uma mudança de tempo e tonalidade. Em seguida o piano entoa o canto gregoriano Dies Irae, enquanto a orquestra o acompanha com o tema de Paganini. A peça é uma das várias em que Rachmaninoff citou a melodia de Dies Irae.[4]

Inversão da melodia

A 18.ª variação é a mais conhecida, baseada em uma inversão da melodia do tema de Paganini. Em outras palavras, o tema de Paganini em lá menor é executado "ao contrário", em ré maior. O próprio Rachmaninoff reconheceu o apelo dessa variação dizendo "esta é para o meu agente".[5]

A 24.ª e última variação apresenta considerável dificuldade técnica para o pianista. Pouco antes da estréia mundial da Rapsódia, Rachmaninoff confessou sofrer tremores sobre a sua habilidade de executá-la. Sob sugestão de seu amigo Benno Moiseiwitsch, Rachmaninoff quebrou sua regra particular de não ingerir ácool e bebeu um copo de crème de menthe para acalmar seus nervos. Sua performance foi um sucesso e antes de todas as apresentações da Rapsódia ele bebeu crème de menthe, o que o levou a chamá-la de "Variações do Crème de Menthe".[6]

Referências

  1. «Orquestra de Sergipe encerra em SP sua 1ª turnê nacional». Orquestra Sinfônica de Sergipe. 2009. Consultado em 1 de fevereiro de 2015 
  2. Couto Júnior, Euro de Barros. «Proposta Preliminar de Esquematização dos Processos de Imitação de Objetos Artísticos Musicais». Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, Cultura e Teoria da Mídia. Consultado em 1 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  3. Paul Serotsky. «Rachmaninov - Rhapsody on a Theme of Paganini notes». Consultado em 21 de janeiro de 2007 
  4. Vincent Pallaver (fevereiro de 2004). «Rachmaninoff and Dies Irae» (PDF). Consultado em 18 de dezembro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 5 de julho de 2010 
  5. Nome: Steinberg
  6. Rimm, Robert (2002). The Composer-Pianists: Hamelin and the Eight. Portland, Oregon: Amadeus Press. p. 142. ISBN 1574670727. Consultado em 18 de março de 2013 

Ver também[editar | editar código-fonte]

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