Reciprocidade

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 Nota: Se procura outros sentidos do termo, veja Recíproca.
Babuínos estabelecem relações de reciprocidade.

Em psicologia social, reciprocidade refere-se a responder uma ação positiva com outra ação positiva, e responder uma ação negativa com outra negativa. Ações recíprocas positivas diferenciam-se de ações altruístas visto que ocorrem somente como decorrência de outras ações positivas e diferenciam-se de uma dádiva social, visto que esta não é concedida na esperança ou expectativa de respostas positivas futuras.[1]

Ações recíprocas são importantes para a psicologia social visto que ajudam a explicar a manutenção de normas sociais. Se uma significativa proporção da população interpreta a ruptura de uma norma social por parte de outrem como uma ação hostil e se estas pessoas desejam tomar uma atitude (potencialmente custosa) para punir quem infringiu a regra, isto pode assegurar a manutenção da regra na ausência de sanções formais. O ato de punição pode variar de palavras de rejeição até ao completo ostracismo social.[2]

Em experimentos com o bem público, economistas comportamentais tem demonstrado que o potencial para ações recíprocas por partes interessadas em incrementar a taxa de contribuição ao bem público, proveem evidência para a importância da reciprocidade em situações sociais.[3]

Na matemática, a teoria dos jogos descreve a reciprocidade como uma estratégia de olho por olho altamente eficiente para o dilema do prisioneiro iterado.[4]

No mundo animal, a reciprocidade foi verificada no comportamento social dos babuínos. Babuínos do sexo masculino constituem alianças uns com outros com o objetivo de distrair a atenção do macho alfa, que monopoliza as fêmeas em idade de reprodução, permitindo que outros machos copulem com elas. Os papeis são invertidos posteriormente, como "pagamento".[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. SIQUEIRA, Mirlene Maria Matias. Esquema mental de reciprocidade e influências sobre afetividade no trabalho. "Estud. psicol." (Natal), Natal, v. 10, n. 1, Abr. 2005. Disponível em: Scielo. Acessado em: 08-02-2009. DOI: 10.1590/S1413-294X2005000100010.
  2. «Organização política (índios Rikbaktsa)». Consultado em 8 de fevereiro de 2009 
  3. Fehr, Ernst; e Simon Gächter (2000). «Fairness and Retaliation: The Economics of Reciprocity». Journal of Economic Perspectives. 14 (3): 159–181. ISSN 0895-3309 
  4. Cláudio Ratke; Fábio Habitzreuter. «Análise da reciprocidade do fichamento turístico à luz da teoria dos jogos» (PDF). Consultado em 8 de fevereiro de 2009 
  5. de Waal, Frans B. M. (2005). «Como os animais fazem negócios». Scientific American  Parâmetro desconhecido |accessadte= ignorado (ajuda)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]