Reino da Lusitânia Setentrional

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A partição de Portugal, proposta por Napoleão I, pelo tratado de Fointainebleu (1807). O Reino da Lusitânia Setentrional está assinalado a verde.

O Reino da Lusitânia Setentrional (em francês: Royaumme de la Lusitanie Septentrionale) foi um reino proposto por Napoleão, para o rei da Etrúria, Luís II, de acordo com o Tratado de Fontainebleau (1807).[1]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

O Reino da Etrúria, criado por Napoleão I em 1801, nos territórios ocupados pelo extinto Grão-Ducado da Toscana, fora atribuído a Luís de Bourbon. Ao pretender atribuir a Etrúria à sua irmã Elisa Bonaparte, Napoleão quis compensar os Bourbons que reinavam na Etrúria com um novo estado, a Lusitânia Setentrional, que corresponderia à província de Entre Douro e Minho, no noroeste de Portugal.

O tratado de Fontainebleau (1807)[editar | editar código-fonte]

Em 27 de outubro de 1807, França e Espanha celebram o tratado secreto de Fontainebleau, onde era definido a invasão de Portugal, dada a resistência do país em aderir ao Bloqueio Continental. Ali era proposto a repartição deste reino em em três estados:

  • o Reino da Lusitânia Setentrional (no noroeste de Portugal, entre os rios Douro e Minho, incluindo as cidades de Porto e Braga) cujo nome tinha como referência a antiga Província romana da Lusitânia;
  • Portugal (reduzido às províncias de Trás-os-Montes, Beira e Estremadura, incluindo a capital, a cidade de Lisboa) que ficaria sob ocupação directa dos exércitos francesas e cujo destino seria posteriormente decidido;
  • o Principado dos Algarves (correspondendo ao sul de Portugal, incluindo as regiões do Algarve e do Alentejo) que seria governado pelo chefe do governo espanhol, Manuel de Godoy, assim recompensado por defender a aliança Franco-Espanhola.

Dada que as três tentativas de Invasão Francesa nunca resultaram numa efectiva ocupação do território português, o tratado nunca foi implementado, e o do Reino da Lusitânia Setentrional nunca foi efectivamente constituído.

Referências

  1. Rodrigues, p. 406

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Rodrigues (2009). Portugal: o pioneiro da globalização : a Herança das descobertas. [S.l.]: Centro Atlantico. ISBN 978-989-615-077-8