Relação entre matemática e física

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Um pêndulo cicloidal é isocrônico, um fato descoberto e provado por Christiaan Huygens sob certas pressuposições matemáticas.[1]

A relação entre matemática e física é um tema tratado por filósofos, matemáticos e físicos desde a Antiguidade. Em geral, considerada uma relação de grande intimidade, a matemática já foi descrita como uma "ferramenta essencial para a física"[2] e a física já foi descrita como "uma rica fonte de inspiração e insight para a matemática".[3]

Em sua obra Física, um dos temas tratados por Aristóteles é sobre como o estudo dos matemáticos difere daquele realizado pelos físicos.[4] Considerações acerca de a matemática ser a linguagem da natureza podem ser encontradas nas ideias dos Pitagóricos: as convicções de que "os números governam o mundo" e "tudo são números",[5][6] e dois milênios depois foram expressas também por Galileu Galilei: "O livro da natureza está escrito na linguagem da matemática".[7][8]

A partir do século XVII, muitos dos mais importantes avanços em matemática surgiram motivados do estudo de física, uma tendência que continuou nos séculos seguintes (embora, a partir do século XIX, a matemática tenha começado a se tornar cada vez mais independente da física).[9][10] A criação e desenvolvimento do cálculo foram fortemente atrelados às necessidades da física:[11] Havia a necessidade de uma nova linguagem matemática para lidar com a nova dinâmica que tinha surgido dos trabalhos de estudiosos desde Galileu Galilei até Isaac Newton.[12] Nesse período não havia muita distinção entre física e matemática, como exemplo: Newton considerava a geometria como um ramo da mecânica.[13]

Problemas[editar | editar código-fonte]

Alguns dos problemas discutidos são os seguintes:

  • Explicar a eficácia da matemática no estudo do mundo físico: "Há um enigma que em todas as épocas agitou as mentes curiosas. Como pode a matemática, afinal um produto do pensamento humano que é independente da experiência, ser tão admiravelmente apropriada aos objetos da realidade?"Albert Einstein, em Geometry and Experience (1921).[14]
  • Delimitar claramente matemática e física: Para alguns resultados ou descobertas, é difícil dizer a qual área pertencem: se à matemática ou à física.[15]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Jed Z. Buchwald; Robert Fox (10 de outubro de 2013). The Oxford Handbook of the History of Physics. [S.l.]: OUP Oxford. 128 páginas. ISBN 978-0-19-151019-9 
  2. Dilip Abasaheb Deshpande, Sanjay Moreshwar Wagh, Essentials of Physics, Vol. 1, p. 3.
  3. Michael Atiyah, On the Work of Edward Witten, pp. 31–35 Arquivado em 1 de março de 2017, no Wayback Machine..
  4. «Aristotle on physics and mathematics» (em inglês). School of Mathematics and Statistics, University of St Andrews. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  5. Gerard Assayag, Hans G. Feichtinger, José-Francisco Rodrigues, Mathematics and Music, p. 216
  6. Ibrahim Al-Rasasi, “All is number”.
  7. Aharon Kantorovich, Scientific Discovery: Logic and Tinkering, p. 59.
  8. Kyle Forinash, William Rumsey, Chris Lang, Galileo's Mathematical Language of Nature.
  9. E. J. Post, A History of Physics as an Exercise in Philosophy, p. 76.
  10. Arkady Plotnitsky, Niels Bohr and Complementarity: An Introduction, p. 177.
  11. Roger G. Newton, The Truth of Science: Physical Theories and Reality, pp. 125–126.
  12. Eoin P. O'Neill (editor), What Did You Do Today, Professor?: Fifteen Illuminating Responses from Trinity College Dublin, p. 62.
  13. David E. Rowe, Euclidean Geometry and Physical Space.
  14. Albert Einstein, Geometry and Experience.
  15. Pierre Berge, Dos ritmos aos caos, em "Matemática contra física"..

Ligações externas[editar | editar código-fonte]