Relações entre Portugal e Timor-Leste

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Relações entre Timor-Leste e Portugal
Bandeira de Timor-Leste   Bandeira de Portugal
Mapa indicando localização de Timor-Leste e de Portugal.
Mapa indicando localização de Timor-Leste e de Portugal.

As relações entre Portugal e Timor-Leste são de longa data, sendo o actual território timorense parte do Império Português, que o administrou como colónia denominada Timor Português desde o século XVI até 1975. Ambos os países mantêm relações diplomáticas ao nível de embaixadas, estabelecendo as respectivas missões diplomáticas em Díli e Lisboa. Sendo a língua portuguesa uma das línguas oficiais de ambas as nações, fazem parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Timor Português

Os portugueses chegaram à ilha de Timor em busca de novas rotas marítimas para o comércio de especiarias e instalaram-se em 1520 na sua parte oriental. Os holandeses, por sua vez, também chegaram durante o século XVII e instalaram-se na metade ocidental da ilha. Um tratado concluído em 1859 formalizou a divisão da ilha em duas partes pelos colonizadores europeus. O cristianismo chegou a Timor através dos portugueses, que desde o início realizaram a evangelização católica aos habitantes do território, sendo o catolicismo a religião maioritária dos timorenses até hoje.[1]

Após os primeiros movimentos de independência na parte da ilha controlada por Portugal, Timor-Leste declarou-se nação independente em 28 de novembro de 1975, sendo pouco depois invadido pela Indonésia, que o ocupou militarmente e o anexou como parte do seu território. A invasão trouxe consigo uma série de impasses diplomáticos entre Portugal e a Indonésia. Durante este período, muitos políticos pró-independência de Timor-Leste exilaram-se e reorganizaram-se em Portugal contra as autoridades indonésias, como os membros da União Democrática Timorense.[2]

Em 1987, o Primeiro-Ministro de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, acusou a Indonésia de violar os direitos humanos mais básicos no território timorense, apoiando o direito à autodeterminação de Timor-Leste.[3]

No início da década de 1990, as Nações Unidas ainda considerava Portugal como a autoridade administrativa em Timor-Leste. Por seu lado, as autoridades portuguesas viam uma “obrigação moral” de continuarem envolvidos nos assuntos de uma ex-colónia. Portugal tentou fazer com que o governo indonésio concordasse com um acordo, e até com a independência, para Timor-Leste. No entanto, a Indonésia recusou a oferta devido ao receio de que outros movimentos separatistas pudessem ser encorajados.

Visitas oficiais[editar | editar código-fonte]

Em 2007 e 2010, o Presidente timorense José Ramos Horta (que é meio português) visitou o primeiro-ministro português José Sócrates em visita de Estado. Sócrates disse que Portugal irá fortalecer as relações com Timor-Leste em vários sectores, incluindo educação, justiça, tecnologia e política, acrescentando que esses sectores são vitais para o futuro de Timor-Leste.

Ajuda externa portuguesa[editar | editar código-fonte]

Portugal é o maior doador de ajuda externa a Timor-Leste, tendo concedido mais de 350 milhões de dólares desde que votou pela independência da Indonésia em 1999.

Missões diplomáticas[editar | editar código-fonte]

  • Portugal abriu a sua embaixada em Díli.
  • Timor-Leste mantém embaixada em Lisboa.

Referências

  1. Belo, C. F. X. (2015). «Lendas e narrativas da história da igreja em Timor-Leste». Povos e Culturas (19): 73-136. Consultado em 26 de outubro de 2023 
  2. Feijó, Rui Graça (2022). «Os bastidores da Lei de Descolonização de Timor. Interação entre Portugal e os movimentos nacionalistas timorenses». Ler História (80): 17-40. Consultado em 26 de outubro de 2023 
  3. «A relação Portugal - Timor-Leste nos discursos do presidente e na imprensa». Repositório institucional da Universidade Nacional de Timor-Leste. Consultado em 26 de outubro de 2023