Represa do Renascimento

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Represa do Renascimento
Localização
Localização Benishangul-Gumaz, Etiópia Editar isso no Wikidata
País Etiópia
Divisão Região Benichangul-Gumaz
Bacia hidrográfica Bacia do Nilo
Rio Rio Nilo Azul
Coordenadas 11°12'51"N, 35°5'35"E
Mapa
Dados gerais
Proprietário Ethiopian Electric Power
Uso hidroeletricidade
Obras Abril de 2011-
Data de inauguração Julho de 2020[1]
Custo de construção $4.8 bilhões USD
Características
Tipo Gravidade, betão compactado por cilindro
Altura 155 m (510 pé) m
Long. de coroamento 1 780 m (5 800 pé) m
Cota de coroamento 655 m (2 100 pé) m
Volume de represa 10 200 000 m3 (13 000 000 cu yd)
Vazão 14 700 metro cúbico por segundo
Dados da central
Capacidade de geração 6 450 megawatt
Produção média Anual 16,153 GWh (est., planeada)[2]
Unidades geradoras 14 x 400 MW
2 x 375 MW
turbinas Francis[3][4]
Dados da albufeira
Nome Reservatório Millennium
Capacidade total 74 km3
Capacidade útil 59,2 km3
Superfície 1 874 km2 (720 sq mi)
Website
www.hidasse.gov.et

A Represa do Renascimento (em amárico : ህዳሴ ግድብ) é uma barragem de gravidade na Etiópia em construção desde 2011.[5] Situa-se no estado regional de Benichangul-Gumaz a cerca de 15 km a este da fronteira com o Sudão sobre o Nilo azul. Com uma capacidade de produção elétrica de 6000 MW, será o mais potente de África[6] com capacidade para armazenar 63 quilómetros cúbicos de água, ou seja cerca de três vezes a potência de 2100 megawatts da represa de Assuã, no Egipto, mas menos que a represa de Itaipú ou das Três-Gargantas.

O projecto, devolvido público a 31 de março de 2011, arrancou a 28 de maio de 2013 e a construção teria que durar até julho de 2020.[7][8]

Razões de construção[editar | editar código-fonte]

O governo da Etiópia quer o desenvolvimento da agricultura, o final da falta de energia e com a energia sobrante, vendê-la ao estrangeiro para reduzir a dívida do estado.[5]

Tensões com os países situados águas abaixo[editar | editar código-fonte]

O Egito, localizado a mais de 2 500 quilômetros a jusante do local, opós-se à barragem, que acredita reduzir a quantidade de água disponível no Nilo.[9] As águas vindas dos palcos da Etiópia representam 86 % da água consumida no Egipto, e 95 % em período de enchentes.[10][7] O projecto dessa represa depois engendrou vivas tensões com o executivo de Cairo.[11][12] Pelo tratado de 15 de maio de 1902, a Etiópia estava efectivamente comprometida a não construir obras hidráulicas sobre o Nilo azul ou o Sobat sem o acordo das autoridades britânicas (arte. 3).[13]

Em março de 2015, um acordo foi assinado entre Egipto, Sudão e a Etiópia, levando sobre a partilha da água, e mais particularmente a represa do Renascimento,[14][15]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Guterres encourages Member States to reach agreement over Ethiopian Nile dam project». UN News (em inglês). 19 de maio de 2020. Consultado em 9 de junho de 2020 
  2. a b «Purpose driven commitment from every corner to realize Ethiopian Renaissance» (em inglês). Ethiopian Herald (ENA). 5 de maio de 2017. Consultado em 21 de agosto de 2017. Arquivado do original em 24 de agosto de 2017 
  3. «Ethiopia's huge Nile dam delayed to 2022 - News - GCR» 
  4. «Power Play» (em inglês). Capital Ethiopia. 2 de janeiro de 2017. Consultado em 21 de agosto de 2017 
  5. a b «MVF (2013); O Conflito do Nilo. Mesa redonda realizada em 10 de setembro de 2013» (PDF). Instituto Marquês de Valle Flôr. 10 de setembro de 2013 
  6. «As maiores barragens de África». Deutche Welle. 28 de março de 2017. Consultado em 16 de julho de 2020 
  7. a b Charlotte Bozonnet (20 de junho de 2013). «Guerre des eaux sur le cours du Nil». Le Monde. Consultado em 18 de outubro de 2015 
  8. Arielle Thedrel (29 de maio de 2013). «La guerre du Nil bleu rebondit entre l'Éthiopie et l'Égypte». Le Figaro. Consultado em 18 de outubro de 2015 
  9. «Egypt Stays Opposed to Ethiopia's Grand Millennium Dam Project». EZega. 11 de abril de 2011. Consultado em 19 de abril de 2011 
  10. Kendie [1999], p. 141
  11. Thierry Portes (4 de junho de 2013). «L'Égypte menace de guerre l'Éthiopie». Le Figaro 
  12. Shadia Nasralla (9 de junho de 2013). «No Nile, no Egypt', Cairo warns over Ethiopia dam». Reuters (em inglês) 
  13. Hertslet (Sir E.) [1896, 1908], The Map of Africa by Treaty, London, (reed. 1967, Frank Cass)
  14. «Barrage sur le Nil: accord entre le Soudan, l'Egypte et l'Ethiopie - RFI» 
  15. «L'Éthiopie, l'Égypte et le Soudan trouvent un accord sur le partage des eaux du Nil». Le Monde.fr