Ribeira das Taliscas

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Taliscas
Ribeira das Taliscas
rio Torto, ou ribeira das Taliscas
Comprimento N/D km
Nascente concelho de Penamacor
Altitude da nascente N/D m
Caudal médio N/D m³/s
Foz Pônsul
Área da bacia N/D km²
País(es) Portugal Portugal

A ribeira das Taliscas é uma ribeira portuguesa, que nasce a leste da vila de Penamacor e desagua no Pônsul, na albufeira da barragem da Idanha (ou Marechal Carmona), a montante da vila de Idanha-a-Nova.

Caracterização[editar | editar código-fonte]

Designação e descrição[editar | editar código-fonte]

A ribeira das Taliscas é também conhecida por Rio Torto. Esta última designação é utilizada no troço final, entre a foz e o local onde recebe como afluente a Ribeira de Medelim, junto ao Moinho do Coucho. Já assim seria em 1758, conforme descrito pelo Frei Manuel Ferreira, nas "Memórias Paroquiais de 1758" sobre Proença-a-Velha: "Chama-se rio Torto e ...deste termo até onde morre conserva o mesmo nome e para cima até onde nasce se chama Ribeira."

A designação de Torto deve-se certamente à enorme sinuosidade que apresenta no troço acima mencionado.

Percurso[editar | editar código-fonte]

Nasce na vertente sul de Penamacor e passa próximo das freguesias de Águas, Pedrógão de São Pedro, Bemposta e Proença-a-Velha, entes de ir desaguar no Rio Ponsul, próximo da barragem Marechal Carmona, no lugar do Torrão.

Afluentes[editar | editar código-fonte]

Tem como principais afluentes: 1 - A Ribeira da Raivosa, que banha Aldeia do Bispo e desagua na ribeira das Taliscas no extremo norte da freguesia das Águas; 2 - A Ribeira de Medelim, que desagua na ribeira das Taliscas entre as povoações de Bemposta e de Proença-a-Velha, junto ao moinho do Coucho; 3 - O Ribeiro Mourisco, que entra na ribeira das Taliscas já a sul de Proença-a-Velha, no lugar do Pisão.

Referências Históricas[editar | editar código-fonte]

Surgem-nos referências históricas ao Rio Torto, nomeadamente no Tombo da Comenda de Proença-a-Velha, de 1505 e nas Memórias Paroquiais de Proença-a-Velha e de Idanha-a-Nova, conforme a seguir se reproduz:

Tombo da Comenda de Proença-a-Velha, 1505[editar | editar código-fonte]

"... E daí o lombo abaixo até à eira de Gonçalo Vaz de Proença direito à Ribeira de Rio Torto."

Memórias Paroquiais de Proença-a-Velha, 1758[editar | editar código-fonte]

"No que pertence aos rios desta terra é o seguinte: 1 - Chama-se rio Torto e nasce em Vale Mourisco, termo de Penamacor. 2 - Não nasce caudaloso nem corre todo o ano, porque seca no verão em algumas partes. 3 - Entra nele uma ribeira chamada a Freixas, no termo desta vila onde chamam o Rondo. 4 - Não é capaz de embarcação. 5 - É de curso arrebatado em toda a sua distância. 6 - Corre de norte a sul. 7 - Cria peixes chamados bordalos. 8 - Costuma-se pescar nele de verão em alguns poços que ficam com água. 9 - São livres as pescarias. 12 - Deste termo até onde morre conserva o mesmo nome e para cima até onde nasce se chama Ribeira. 13 - Morre em o rio Ponsul, aonde chamam o Torrão. 14 - Tem este rio alguns açudes, mas não pode ser navegável pela piquenhês que tem. 15 - Tem duas pontes de cantaria, uma de fronte desta vila e outra entre o lugar de Pedrógão e a vila da Bemposta. 16 - Tem este rio no distrito desta vila cinco moinhos e um lagar de azeite e outro demolido. 17 - Não há memória que se tirasse de suas águas ouro nem no tempo presente. 18 - São livres as suas águas para os povos. 19 - Tem o rio quatro léguas de comprimento e passa entre o Pedrógão e a vila da Bemposta e junto a esta vila. Proença-a-Velha, Junho 25 de 1758 O Vigário Frei Manuel Ferreira"[1]

Memórias Paroquiais de Idanha-a-Nova, 1758[editar | editar código-fonte]

3 – Entram neste [Rio Ponsul] o Rio Torto, meia légua distante desta terra à parte do Norte e à parte do Sul, légua e meia se mete o Alpreado. O Vigário Frei Manuel da Costa.[2]

Referências

  1. IAN/TT, Diccionário Geográfico, vol. 30, Memória 263
  2. Revista raia Nº6, Agosto 1998

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Proença-a-Velha, uma Povoação com História. Lisboa: Edições Colibri. 2000. 130 páginas. ISBN 972-772-207-5 
  • Revista raia, Nº 6 Agosto 1998. Castelo Branco: [s.n.] 1998. 70 páginas 
  • Revista raia, Nº 8 Nov/Dez 1998. Castelo Branco: [s.n.] 1998. 70 páginas 
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