Ricardo Stuckert

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Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert em 2023
Nascimento 5 de março de 1970 (54 anos)
Brasília
Cidadania Brasil
Progenitores
  • Roberto Stuckert
  • Adolfina Stuckert
Ocupação fotógrafo
Prêmios

Ricardo Henrique Stuckert ORB (Brasília, 5 de março de 1970),[1] também conhecido como Stuckinha, é um fotógrafo brasileiro. Atua como fotógrafo oficial de Luiz Inácio Lula da Silva desde 2003, e é conhecido também por seu trabalho fotografando os índios ianomâmis em 1997. Foi diretor de fotografia e de imagens exclusivas do filme Democracia em Vertigem.[2]

Desde a soltura de Lula, em novembro de 2019, Stuckert voltou a acompanhar e registrar a rotina do então ex-presidente ao redor do país.[3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Descendente de suíços e ameríndios,[4] foi influenciado desde cedo pelo pai Roberto Stuckert, que foi fotógrafo oficial do general João Figueiredo, enquanto Ricardo ainda tinha 12 anos.[5] Aos 13 anos, aprendeu o processo de revelação do filme fotográfico com seu pai, que abriu uma agência e montou um laboratório de fotografia dentro de casa.[3]

Aos 17 anos, Ricardo resolveu seguir a carreira do pai e fazer um curso na Escola Brasiliense de Fotografia, coordenado pelo fotógrafo e jornalista Fernando Bizerra da Silva.[6] Cursou também Ciência da Computação, o que o ajudou a transição da máquina fotográfica analógica para a digital e a lidar com os recursos do computador.[6]

Aos 18 anos, já era fotógrafo do jornal O Globo, onde acompanhou o então presidente José Sarney em viagens na América do Sul e em seguida, o então presidente Fernando Collor em viagem à Espanha.[5]

Em 1997, cobriu os índios ianomâmis em uma reportagem para edição especial da revista Veja. Neste trabalho realizou uma de suas fotografias mais importantes, o retrato de uma índia chamada Penha Goés, em Nazaré, no interior do Amazonas.[3] Após 17 anos o fotojornalista tentou localizá-la para repetir o retrato, mas só teve sucesso após um ano de busca, registrando-a então com 39 anos de idade. Sua foto foi comparada à imagem de grande repercussão da afegã Sharbat Gula, de Steve McCurry, para a revista National Geographic.[7]

Também pela revista Veja, Ricardo fotografou as Olimpíadas de Sydney em 2000, onde pela primeira vez entrou em contato com um evento esportivo de grande magnitude.[6]

Durante a eleição presidencial de 2002, Ricardo era fotógrafo da revista IstoÉ em Brasília. Antes do primeiro turno, foi encarregado de registrar uma semana de cada um dos quatro principais candidatos à presidência - Anthony Garotinho, Ciro Gomes, José Serra e Lula, exatamente nessa ordem.[5] A série de fotografias foi finalista do Prêmio Esso.[3]

Após a publicação da matéria cobrindo a semana dos presidenciáveis, durante o último debate antes do primeiro turno Ricardo Kotscho, então assessor de imprensa de Lula, convida Ricardo Stuckert para ser fotógrafo oficial do candidato caso ele seja eleito.[5][3]

É o fotógrafo oficial do presidente Lula durante seus dois mandatos, sendo ele e o chefe de segurança os únicos que permaneceram na equipe que acompanhava o presidente em suas viagens durante os 8 anos.[5] Em 2005, foi condecorado pelo presidente com a Ordem de Rio Branco no grau de Oficial suplementar.[8] Com a sucessão da presidência para Dilma Rousseff, seu irmão Roberto Stuckert Filho se tornou o fotógrafo oficial da então presidenta.[9]

Em 2008, Stuckinha se casou com a jornalista Cristina Lino, em Brasília, com quem tem dois filhos.[3][10]

Após deixar de ser o fotógrafo oficial da presidência, Ricardo Stuckert continuou registrando momentos importantes da política brasileira, como a posse e o processo de impeachment de Dilma Rousseff, materiais que seriam futuramente utilizados na produção do documentário Democracia em Vertigem, produção original da Netflix, dirigido por Petra Costa e indicado ao Oscar 2020 na categoria de Melhor Documentário.[11] Ricardo foi diretor de fotografia e de imagens exclusivas do filme.[2]

Em 2015, após reencontrar com a índia Penha Goés, decidiu iniciar seu projeto de registrar diferentes etnias indígenas do Brasil, que resultou na mostra Índios Brasileiros, exibida na Aliança Francesa em Brasília.[12] Em 2017, começou a percorrer o país para registrar os povos originários, registrando um total de 12 etnias diferentes — 13 se contar o caso dos isolados — dentre as cerca de 300 existentes no Brasil.[1]

Foi contratado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para cobrir a seleção feminina brasileira nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016.[6]

Desde a soltura de Lula, em novembro de 2019, Ricardo Stuckert voltou a acompanhar e registrar a rotina do então ex-presidente ao redor do país.[3] Em 2023, teve seu grau na Ordem de Rio Branco promovido para Comendador.[13]

Livros[editar | editar código-fonte]

  • STUCKERT, Ricardo (2022). Povos originários: Guerreiros do tempo. Brasil: Tordesilhas. 280 páginas. ISBN 9788584191055  [4]
  • STUCKERT, Ricardo (2018). Caravana da esperança: Lula pelo Nordeste. Rio de Janeiro: LPP/UERJ. 227 páginas. ISBN 9788592826154  [14]
  • STUCKERT, Ricardo (2004). Lula, 500 dias em fotos. Brasil: Takano. 207 páginas. OCLC 145571282  [15]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • Ordem de Rio Branco, Comendador suplementar (2023).[13]
  • Oman 1st International Photography Circuit (2016).[6]
  • Prêmio de Fotojornalismo, da Editora Abril (1997).[6]

Referências

  1. a b Galli Malatrasi, Larissa (24 de janeiro de 2020). «Para honrar os povos originários». Jornal de Brasília. Consultado em 24 de abril de 2021 
  2. a b Meireles, Claudia (24 de janeiro de 2020). «Indicado ao Oscar, Ricardo Stuckert lança exposição em Brasília». Metrópoles. Consultado em 23 de maio de 2021 
  3. a b c d e f g Sayuri, Juliana (31 de agosto de 2021). «Ricardo Stuckert, o fotógrafo do Lula». TAB UOL. Consultado em 13 de setembro de 2021 
  4. a b Sayuri, Juliana (21 de abril de 2022). «A Menina dos olhos». Prerrô - Grupo Prerrogativas. Consultado em 7 de junho de 2022. Cópia arquivada em 10 de junho de 2022 
  5. a b c d e Ferretti, Caio (9 de agosto de 2010). «Clicando o cara». Revista Trip. Consultado em 24 de maio de 2021 
  6. a b c d e f Bulhões, Tatiana da Silva (2019). «"LULA BEM NA FOTO": A Construção da Imagem Pública e Propaganda Política do Presidente nas Fotografias de Ricado Stuckert (2003-2010)» (PDF). FGV CPDOC. Consultado em 13 de setembro de 2021 
  7. Veit, Lisa (23 de janeiro de 2020). «Ricardo Stuckert apresenta mostra que reúne a beleza ancestral brasileira». Correio Braziliense. Consultado em 24 de maio de 2021 
  8. BRASIL, Decreto de 25 de agosto de 2005.
  9. Penna, Gabriel (30 de janeiro de 2009). «Família em close». Folha de São Paulo - Serafina. Consultado em 24 de maio de 2021 
  10. Lopes, Natália (23 de setembro de 2008). «Marisa Lula na boda de Ricardo Stuckert». Caras. Consultado em 13 de setembro de 2021 
  11. Moraes, Felipe (26 de fevereiro de 2020). «Fotógrafo de Democracia em Vertigem: "Agora, o mundo está vendo"». Metrópoles. Consultado em 24 de maio de 2021 
  12. Gomes, Patricia (27 de fevereiro de 2020). «Índios Brasileiros». Wall Street International. Consultado em 24 de maio de 2021 
  13. a b «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Nº 220, terça-feira, 21 de novembro de 2023». Imprensa Nacional. 21 de novembro de 2023. p. 12. Consultado em 26 de janeiro de 2024 
  14. «Lançamento do livro "Caravana da Esperança, Lula pelo Nordeste"». PT. 13 de agosto de 2018. Consultado em 24 de maio de 2021 
  15. Rocha, Leonel (16 de junho de 2004). «Clique no Presidente». IstoÉ. Consultado em 24 de maio de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]