Rifte Albertino

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mapa da região mostrando o Rifte Albertino a oeste.

O Rifte Albertino ou Falha Albertina é o ramo ocidental do Rifte Africano Oriental, no Grande Vale do Rifte, cobrindo partes de Uganda, República Democrática do Congo, Ruanda, Burundi, Zâmbia e Tanzânia. Estende-se desde o extremo norte do lago Alberto até o extremo sul do lago Tanganica. O termo Rifte Albertino para o acidente geográfico inclui o conjunto de vales e as montanhas circundantes.[1]

Geologia[editar | editar código-fonte]

O Rifte Albertino, os vales, os lagos, os rios e as montanhas são o resultado de movimentos tectônicos que estão gradualmente separando a placa Somali do resto da placa Africana. As montanhas que cercam o rifte são compostas por rochas erguidas do embasamento pré-cambriano, sobrepostas por rochas vulcânicas recentes.

Lagos e rios[editar | editar código-fonte]

A parte norte da falha é atravessada por duas grandes cadeias de montanhas, as montanhas Ruvenzori, entre o lago Alberto e o lago Eduardo, e as montanhas Virunga, entre o lago Eduardo e o lago Quivu. As Virungas formam uma barreira entre a bacia do Nilo ao norte e leste e a bacia do Congo a oeste e sul. O lago Eduardo é alimentado por vários grandes rios, sendo o rio Rutshuru (ou Ruchuro) um deles, e drena para o norte através do rio Semliki (ou Semulique) no lago Alberto. O Nilo Vitória flui do lago Vitória para o extremo norte do lago Alberto e sai como o Nilo Branco de um ponto ligeiramente a oeste, fluindo para o norte até o Mediterrâneo.[2]

Ao sul das Virungas, o lago Quivu drena para o sul no lago Tanganica através do rio Ruzizi. O lago Tanganica então deságua no rio Congo através do rio Lukuga (ou Logumba).[2] É possível que o atual sistema hidrológico tenha sido estabelecido muito recentemente quando os vulcões Virungas entraram em erupção e bloquearam o fluxo de água do norte do lago Quivu para o lago Eduardo, fazendo com que ele descarregasse para o sul, no lago Tanganica. Antes disso, o lago Tanganica, ou sub-bacias separadas no que hoje é o lago, poderia não ter outra saída além da evaporação.[3] O Lukuga formou-se há relativamente pouco tempo, proporcionando uma rota através da qual espécies aquáticas da bacia do Congo puderam colonizar o lago Tanganica, que anteriormente tinha uma fauna distinta.[4]

Montanhas[editar | editar código-fonte]

De norte a sul, as montanhas incluem o planalto de Lendu, as montanhas Ruvenzori, as montanhas Virunga e as montanhas Itombué.[5] A faixa cobre uma área de 120 quilômetros de comprimento por 65 quilômetros de largura. Esta faixa inclui: o monte Stanley, com 5.119 metros; o Monte Speke (ou Duvoni), com 4.890 metros, e; o Monte Baker (ou Kiyanja), com 4.843 metros.[2] O Maciço de Virunga ao longo da fronteira entre Ruanda e o Congo-Quinxassa consiste em oito vulcões. Dois deles, o Niamuragira e Niaragongo,[6] ainda são altamente ativos.[2]

Blocos de montanhas isolados mais ao sul incluem o monte Bururi no sul do Burundi, as montanhas Kungwe-Mahale no oeste da Tanzânia e o monte Kabobo e as montanhas Marungu no Congo-Quinxassa, nas margens do lago Tanganica.[5] A maioria dos maciços se eleva entre 2.000 metros e 3.500 metros.[7]

Referências

  1. Owiunji, I.; Plumptre, A.J. (2011). «The importance of cloud forest sites in the conservation of endemic and threatened species of the Albertine Rift». Tropical Montane Cloud Forests: Science for Conservation and Management. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0521760355 
  2. a b c d Erfurt-Cooper, Patricia; Cooper, Malcolm (2010). Volcano and Geothermal Tourism: Sustainable Geo-Resources for Leisure and Recreation. [S.l.]: Earthscan. ISBN 978-1-84407-870-7 
  3. Clark, John Desmond (1969). Kalambo Falls prehistoric site, Volume 1. [S.l.]: CUP Archive 
  4. *Hughes, R. H.; Hughes, J. S. (1992). A directory of African wetlands. [S.l.]: IUCN. ISBN 2-88032-949-3 
  5. a b «Tropical and subtropical moist broadleaf forests». WWF. Consultado em 19 de dezembro de 2011. Cópia arquivada em 24 de novembro de 2018 
  6. Gareth Editorial Staff (2004). Volcanoes. Bethesda: Gareth Stevens Publishing. p. 31 
  7. Birdlife. «Albertine Rift mountains». Birdlife International. Consultado em 19 de dezembro de 2011