Rock the Casbah

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"Rock the Casbah"
Single de The Clash
do álbum Combat Rock
Lado B Ver abaixo
Formato(s) Disco de vinil de 7 e de 12 polegadas (ambos de 45 rpm), CD
Gravação 1982
Gênero(s) New wave[1][2]
dance-punk[3]
Duração 3:43
Gravadora(s) CBS
Epic (América do Norte)
Composição The Clash[4]
Produção The Clash
Cronologia de singles de The Clash
"Should I Stay or Should I Go?"
(1982)
"Straight to Hell"
(1982)
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"Rock the Casbah" (Português: Agite o casbah) é uma canção da banda britânica de punk rock The Clash, lançada no álbum de 1982 Combat Rock. A canção foi lançada como single e se tornou o maior sucesso da banda nos Estados Unidos, atingindo a oitava posição na Billboard Hot 100 (seu segundo e último top 40 e único top 10 nos EUA).[5]

Origem da canção[editar | editar código-fonte]

Uma das teorias sobre a origem da canção é que ela foi inspirada pelo banimento do rock no Irã após a chegada do aiatolá Khomeini ao poder. A canção faz o relato fabulista do banimento sendo desafiado pela população, que continua "agitando o casbah". O Rei ordena aos combatentes aéreos que bombardeiem qualquer um que esteja violando o banimento. Os combatentes ignoram as ordens e, ao invés disso, começam a escutar rock também.

A canção não faz nenhuma menção explícita ao Irã ou a nenhum outro país muçulmano. A letra inclui uma mistura de termos árabes, judeus, urdus e norte-africanos, como sharif, beduíno, sheikh, kosher, raga, muezzin, minarete e casbah.

De acordo com o livreto da compilação The Clash on Broadway, "Rock the Casbah" se originou após Bernie Rhodes, empresário da banda, fazer uma reclamação jocosa de uma faixa excessivamente longa que o Clash gravou para o álbum. "Tudo tem que ser tão longo como uma raga?", indagou à banda, comparando a faixa ao estilo musical indiano conhecido por sua complexidade e longa duração. A partir desse evento, Joe Strummer escreveu o primeiro verso: "O Rei disse aos homens que dançam o boogie: 'vocês têm que parar com o raga'". O resto da letra foi adicionado em seguida.

"Rock the Casbah" é uma das poucas canções da banda em que o baterista Topper Headon teve um papel substancial no processo de composição da música. A abertura instrumental é uma melodia que ele havia criado no piano algum tempo antes. No documentário de 2000 sobre a banda Westway to the World Headon, Headon disse que tocou bateria, baixo e piano durante a gravação da canção. Ele afirma que, enquanto achava que estava apenas brincando com a melodia para a banda, a sua performance foi gravada sem ele saber. Entretanto, no documentário de 2007 The Future Is Unwritten, sobre a vida de Strummer, Headon afirma que ele estava no estúdio esperando o resto da banda para a gravação e, quando se cansou de esperar, gravou ele mesmo as partes utilizadas na canção.

Videoclipe[editar | editar código-fonte]

O Clash era conhecido por seus videoclipes de baixo orçamento, dentre eles "Rock the Casbah". Filmado em Austin, capital do Texas, o vídeo mostra um árabe (interpretado pelo ator local Titos Menchaca) e um Judeu hassídico (interpretado pelo diretor teatral local Dennis Razze) se divertindo juntos pela cidade, de vez em quando sendo seguidos por um tatu. Intercaladamente, são mostradas imagens da banda interpretando a canção em frente a um poço de petróleo. O vídeo se encaixa no tom humorístico da canção, apesar de ser também interpretável como um desejo de avanço nas relações árabe-israelenses.

A Força Aérea dos Estados Unidos foi uma personagem involuntária do vídeo. Duas naves RF-4C são mostradas pousando na Base Aérea de Bergstrom (perto de Austin) quando a letra da canção diz "o Rei chamou seus pilotos aéreos".

O videoclipe mostra o primeiro baterista da banda, Terry Chimes, no lugar de Headon, que saiu da banda devido a seu crescente vício em heroína. Headon admitiu mais tarde que ver o vídeo com "alguém em meu lugar, tocando a minha canção" foi doloroso e que contribuiu para que seu vício aumentasse.

Lista de faixas[editar | editar código-fonte]

1982[editar | editar código-fonte]

Canadá / EUA (promocional - 45 rpm de 7 polegadas)

  1. "Rock the Casbah"

Japão (45 rpm de 12 polegadas)

  1. "Rock the Casbah"
  2. "Mustapha Dance"

EUA (45 rpm de 7 polegadas)

  1. "Rock the Casbah"
  2. "Mustapha Dance"

Canadá (45 rpm de 12 polegadas)

  1. "Rock the Casbah"
  2. "Mustapha Dance"

Reino Unido (45 rpm de 7 e de 12 polegadas)

  1. "Rock the Casbah"
  2. "Mustapha Dance"

Canadá (45 rpm de 7 polegadas)

  1. "Rock the Casbah"
  2. "Red Angel Dragnet"

EUA (45 rpm de 7 polegadas)

  1. "Rock the Casbah"
  2. "Long Time Jerk"

1991[editar | editar código-fonte]

Reino Unido (45 rpm de 7 polegadas)

  1. "Rock the Casbah"
  2. "Mustapha Dance"

Reino Unido (45 rpm de 12 polegadas)

  1. "Rock the Casbah"
  2. "Mustapha Dance"
  3. "The Magnificent Dance"

Reino Unido (CD)

  1. "Rock the Casbah"
  2. "Mustapha Dance"
  3. "The Magnificent Dance"

Impacto na política[editar | editar código-fonte]

"Rock the Casbah" virou hino não-oficial das Forças Armadas dos Estados Unidos durante a Guerra do Golfo, basicamente por causa do verso "bombas entre os minaretes". Foi a primeira canção tocada pela Rádio das Forças Armadas após o início da guerra. Isso não deixa de ser irônico, uma vez que, politicamente, a banda sempre esteve ligada à cena de esquerda. A mensagem da canção pode ser entendida de forma que o rock ocidental irá ajudar os jovens do Oriente Médio a derrotar regimes radicais islâmicos.

Em 2006, a revista conservadora National Review lançou sua lista das 50 canções de rock mais politicamente conservadoras de todos os tempos, na qual "Rock the Casbah" apareceu na vigésima posição. A revista destacou o aumento de pedidos para tocá-la nas estações de rádio durante a Guerra do Iraque. Apesar ou por causa de sua popularidade com os soldados da Guerra do Golfo, "Rock the Casbah" foi uma das canções banidas pelo conglomerado de mídia Clear Channel após os ataques de 11 de setembro de 2001.

No documentário The Future Is Unwritten, um amigo de Strummer declara que ele chorou quando descobriu que a frase "rock the casbah" estava sendo escrita nas bombas que iriam explodir no Iraque durante a Guerra do Golfo em 1991. Ainda de acordo com ele, Strummer disse, enquanto chorava, "Cara, eu nunca poderia pensar que uma canção minha estaria escrita como símbolo da morte em uma maldita bomba americana".

Referências na cultura popular[editar | editar código-fonte]

  • É o nome do filme em inglês "Rock em Cabul" de 2015, com Bill Murray, Kate Hudson, Bruce Willies e Zooey Deschanel, que conta a história de um produtor de música que vai para o Afeganistão durante a guerra com os EUA em busca de novas oportunidades na música.
  • Em "Natural Born Kissers", o último episódio da nona temporada de The Simpsons, o termo "rock the casbah" é utilizado como eufemismo para sexo. A canção é tocada nos créditos finais do episódio, ao invés da música tema do seriado.
  • "In Camelot", o sétimo episódio da quinta temporada de The Sopranos, inclui a canção numa cena em que o personagem principal persegue seu rival Phil Leotardo.
  • A canção é incluída numa cena de "Stan of Arabia", o décimo segundo episódio da primeira temporada de American Dad!, quando o personagem principal descobre que vai ser enviado para a Arábia Saudita.
  • A canção é interpretada por Kahn em "Nine Pretty Darn Angry Men", o sétimo episódio da terceira temporada de King of the Hill.
  • A canção também foi incluída nas trilhas-sonoras dos filmes The Royal Tenenbaums (2001) e The History Boys (2006).
  • O termo "rock the casbah" aparece nas canções "Beelzeboss" de Tenacious D, "Bogusflow" de Beck e "Stuff is Messed Up" de The Offspring.
  • As roupas de vários personagens do jogo de video game Resident Evil foram baseadas nas roupas dos membros da banda no videoclipe da canção.

Posição nas listas[editar | editar código-fonte]

Lista (1982/3) Maior
posição
Canadá 26
UK Singles Chart (Reino Unido) 30
Billboard Hot 100 (EUA) 8
Billboard Mainstream Rock Tracks (EUA) 6
Lista (1991, relançamento) Maior
posição
Irlanda 10
UK Singles Chart (Reino Unido) 15

Referências

  1. Erlewine, Stephen Thomas. «The Clash – Combat Rock». AllMusic. All Media Network. Consultado em 6 de outubro de 2018. the infectious, dance-inflected new wave pop of "Rock the Casbah" 
  2. Keefe, Michael (15 de junho de 2010). «Combat Rock (CD) – The Clash». Amoeba Music. Consultado em 6 de outubro de 2018. ragga-tinged new wave anthem "Rock the Casbah" 
  3. «12 Of The Most Underrated Punk Songs of All-Time». GIANT. 4 de agosto de 2010. Consultado em 6 de outubro de 2018 
  4. Topper Headon is said to have written the main piano riff, but he as well as the rest of the band are credited
  5. Whitburn, Joel (2004). Hot Dance/Disco: 1974–2003. [S.l.]: Record Research. p. 59