Rubens Ricciardi

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Rubens Ricciardi
Informação geral
Nome completo Rubens Russomanno Ricciardi
Nascimento 15 de junho de 1964 (59 anos)
Local de nascimento Ribeirão Preto
São Paulo, Brasil
Ocupação(ões) Compositor

Rubens Russomanno Ricciardi (Ribeirão Preto, 15 de junho de 1964) é compositor e maestro brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Aluno de Olivier Toni, Gilberto Mendes e Stephen Hartke, é graduado em música (1985), mestre com dissertação sobre Hanns Eisler (1995), doutor com tese sobre Manuel Dias de Oliveira (2000), livre-docente com tese em filosofia da música (2003) e professor titular em regência e instrumento (2006) pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em São Paulo.

Especializou-se em musicologia na Universidade Humboldt de Berlim (1987-1991), sob orientação de Günter Mayer.

É fundador do Curso de Música pela USP em Ribeirão Preto (projeto aprovado pelo Conselho Universitário da USP em julho de 2001), posteriormente Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP (desde dezembro de 2010), onde hoje atua como professor titular.

Fundou também a USP-Filarmônica, a orquestra de alunos da USP de Ribeirão Preto (do qual é maestro titular desde 2011), o Ensemble Mentemanuque (diretor artístico desde 1993).

É professor responsável pelo Festival Música Nova "Gilberto Mendes" (desde 2012, numa parceria do SESC-SP com a USP), bem como coordenador do NAP-CIPEM (Núcleo de Pesquisa em Ciências da Performance em Música) e do Centro de Memória das Artes na USP em Ribeirão Preto (desde 2012). É autor do projeto ainda, pela USP de Ribeirão Preto, do primeiro Bacharelado em Viola Caipira do Brasil (desde 2004).

Tem artigos e capítulos de livros em filosofia da música, poética musical e musicologia histórica publicados no Brasil, em Portugal e na Alemanha.

Suas composições se caracterizam pela influência de compositores como De Falla, Bartók, Stravinsky, Villa-Lobos, Prokofiev, Eisler, Chostakovitch, Cláudio Santoro, Gilberto Mendes e Ligeti. Seu repertório de composições próprias abrange música de câmara e sinfônica. Sua composição sinfônica Candelárias (1995), abertura trágica memorial à Chacina da Candelária ocorrida no Rio de Janeiro, a 23 de julho de 1993, apresentada por orquestras brasileiras, como a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, de Santos, OSESP em São Paulo, OSB no Rio de Janeiro, e também no exterior, pelo Ensemble McGill de Montreal (Canadá), Orquestra Sinfônica de Bilbao (País Basco, Espanha) e Orquestra Filarmónica de la Ciudad de México, foi obra premiada no XXII Foro Internacional de Música Nueva Manuel Enríquez, Cidade do México, e citada por MARIZ, Vasco (2000)[1], e ainda analisada em capítulo específico por Eduardo Flores Gianesella[2].

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Cantada - do livro de poemas Dentro da Noite Veloz (1962-1975) de Ferreira Gullar - canção bossa-nova (canto com microfone amplificado e orquestra), 1983.
  • Cancionero casto: Dos canciones latinoamericanas, I) La dama blanca - poema de Augustin Gomes-Lubian Urioste - (barítono e piano) & II) Esto es sencillo - poema de Pablo Neruda - (mezzo-soprano e piano), 1984.
  • Canto dos esquecidos - com citações do Hino da Reforma Agrária ou Canto dos Lavradores - (quarteto de cordas), 1984.
  • Menschentotenlied / Exercício Dodecafônico - homenagem a Gilberto Mendes (soprano e piano), 1985.
  • Klavierübungen, seis peças para piano solo, I) Præludium, II) Gymnopedie (com versão também para saxofone alto e piano), III) Étude, em homenagem aos Quadros de uma exposição de Mussorgski, IV) Chaconne sobre um tema vienense da caatinga, via Lucca, V) Nocturne, VI) Toccata, 1985-2010.
  • Eisleriana - inspirado no texto do Elogio do Revolucionário da peça A mãe (1931) de Bertolt Brecht - em homenagem a Hanns Eisler (baixo solista, coro SATB, sexteto de sopros, percussão e piano), 1985.
  • Elegia (clarineta solo e quinteto de cordas), 1985.
  • Viva Gramsci (orquestra), 1986.
  • Gegen Verführung - poema de Bertolt Brecht (mezzo-soprano solista, coro feminino e orquestra), 1988.
  • Chico Mendes - poema de Wolfgang Herbert - cantata (tenor solista, coro SATB e orquestra), 1990.
  • Cantigas de ninar - suíte folclórica brasileira - I) Se esta rua fosse minha; II) Nana nenê; III) Terezinha de Jesus; IV) Boi da Cara Preta); V) Sou pobre pobre pobre (quarteto de cordas), 1990.
  • Música para a reinauguração do Theatro Pedro II (violino e piano), 1992.
  • In memoriam Antonio Guedes Barbosa (quinteto de sopros, piano e contrabaixo), 1993.
  • Candelárias - abertura trágica memorial à Chacina da Candelária ocorrida no Rio de Janeiro a 23 de julho de 1993 (orquestra), 1994/1995.
  • Bach e Webern se encontram na Alta Mogiana (flauta e piano), 1994.
  • Estudo nº 1 (violino solo), 2001.
  • Requiem pour l’émancipation du sujet rationnel (violoncelo solista e orquestra), 2008.
  • La Señora Oriana, a Dulzinea del Toboso (soprano solista, viola caipira, violão e quinteto de cordas), 2013.
  • Amar e ser amado, com poema de Castro Alves (tenor solista, violino solista e orquestra de cordas), 2015.
  • Agora que sinto amor, com poema de Fernando Pessoa (soprano solista e orquestra de cordas), 2017.
  • Menina paulista, inspirado na série de meninas de Candido Portinari, com poema de Lucília Junqueira de Almeida Prado (dupla caipira, viola caipira e orquestra), 2017.
  • Anunciação, com poema de Vinícius de Moraes (mezzo-soprano solista e orquestra), 2018.

Referências

  1. História da Música no Brasil, 5ª ed. ampliada e atualizada, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Capítulo Jovens Promessas – Rubens Ricciardi, p.486
  2. GIANESELLA, Eduardo Flores (2009), Percussão orquestral brasileira: problemas editoriais e interpretativos, São Paulo: Editora da UNESP, p.102-105

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Outras referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

  • MARIZ, Vasco (2002). A Música Clássica Brasileira. Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson, p.151 e 175.
  • MENDES, Gilberto (2008). Viver sua música – com Stravinsky em meus ouvidos, rumo à avenida Nevskiy. São Paulo: EDUSP e Realejo, p.72-81.