São Bento da Contenda

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Igreja de São Bento da Contenda

São Bento da Contenda (em castelhano San Benito de la Contienda) é uma aldeia do município de Olivença, território disputado por Espanha e Portugal. Situa-se a 7,5 km a sul de Olivença, a uma altitude média de 220 m, possuindo cerca de 588 habitantes, de acordo com dados de 2007.[1] Sob a administração espanhola, encontra-se integrada à Província de Badajoz.

Património e história[editar | editar código-fonte]

Como nas restantes aldeias, o património mais significativo é a igreja paroquial, dedicada a S. Bento, também de acusada influência portuguesa, mais parecendo uma ermida, dadas as suas reduzidas proporções e os traços populares da sua arquitectura. Na fachada frontal, apresenta-se um atraente pórtico, sob o qual chama a atenção a preciosa porta trilobada. O interior é uma nave única, abobadada, e cabeceia quadrangular. Sobre a porta, figura a data de 1776. Constitui um conjunto de arquitectura popular, também alentejana, de notável valor etnográfico. No século XVII, era atribuída a capacidade de fazer milagres à imagem de São Bento, presente na igreja, chegando os próprios duques de Bragança a visitá-la, assim como numerosos outros devotos.[2]

Em 1613, houve uma grande seca no Rio Guadiana, que levou os habitantes de Olivença a fazerem uma procissão a São Bento da Contenda, invocando o auxílio do santo na vinda da chuva, numa oração ad petendam pluviam[2] .

No início do século XVIII, a aldeia possuía cerca de 100 habitantes, prestando homenagem todos os anos a São Lourenço, em sumptuosas celebrações, numa ermida dedicada ao santo[3] .

Origem do nome[editar | editar código-fonte]

Segundo várias versões, o nome de São Bento da Contenda deriva das permanentes disputas em que a aldeia se envolvia com povoados castelhanos vizinhos. Numa destas versões, a contenda é apresentada como resultando de uma pretensão castelhana de que a fronteira passasse no meio da igreja da aldeia, razão pela qual existiria ainda no início do século XVIII um arco com as armas de Castela, na capela mor da mesma.[3] Outra interpretação liga o nome ao topónimo que designa os campos em que assenta.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. [1]
  2. a b Rio Guadiana: as cheias, as secas e o terramoto de 1755 nos termos de Juromenha e Olivença 1200-1800, João Mimoso Loureiro (http://www.ame-web.org/JORNADAS/mimoso.pdf Arquivado em 20 de novembro de 2008, no Wayback Machine.)
  3. a b Corographia portugueza e descripçam topographica do famoso Reyno de Portugal, Tomo II, Padre António Carvalho da Costa, 1708
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