San Julián de los Prados

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San Julián de los Prados
San Julián de los Prados
San Julián de los Prados
Nomes alternativos Santullano
Tipo Igreja
Estilo dominante Arte pré-românica
Construção Século IX
Religião Igreja Católica
Património Mundial
Critérios (i) (ii) (iv)
Ano 1985
Referência 312 en fr es
Geografia
País Espanha
Localidade Oviedo
Coordenadas 43° 22' 04" N 5° 50' 14" O

San Julian de los Prados, também conhecida como Santullano é uma igreja pré-românica de princípios do século IX, que se encontra em Oviedo (Astúrias), sendo um dos principais exemplos da arte asturiana.

Foi declarado Monumento Histórico Artístico em Junho de 1917, e Património da Humanidade em 2 de Dezembro de 1998.[1][2][3]

História[editar | editar código-fonte]

Visão interior de San Julián de los Prados

É o maior e um dos mais antigos dos monumentos pré-românicos que se ainda conservam. Foi construído durante o reinado de Afonso II, o Casto, entre os séculos 791-842. A sua construção foi dedicada a San Julian e à sua esposa Basilisa, sendo doada no ano de 896 à Catedral de San Salvador, juntamente com os seus Palácios, Banhos e Triclínios, por Afonso III, o Grande. [3]

Arcada que separa a nave sul da nave central

O edifício sofreu várias restaurações ao longo da história. A primeira ocorreu no século XII, quando o pavimento original foi destruído. Depois, no século XVIII, a nave principal e transversal foram cobertas com abóbadas, substituindo o teto plano de madeira original.

De 1912 a 1915 o edifício sofreu uma grande restauração que o devolveu ao seu estado original, onde foram implementadas a maioria das janelas ornamentadas que este tem. Foi aí também que se descobriram as suas pinturas murais, cobertas com cal na idade média.

Em 1970, devido à construção da nova autoestrada, começam-se a restaurar os muros e os frescos.[3][1]

Visão da abside principal, revelando a arcada cega Coríntia e os frescos da abóbada.

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

Com planta basilical dividida em três naves, um transepto, uma cabeceira tripartida, três abóbadas em canhão para cada cabeceira e duas sacristias que flanqueiam o edifício, este templo demonstra-se como um caso peculiar, no entanto, a sua planta seria a mais comum nos templos Asturianos.[4][3]

Das três naves, a nave central é a mais alta e mais larga comparada com as laterais. A Igreja conta com um pequeno nártex ou vestíbulo quadrangular que daria acesso às três naves. Estas separam-se por arcadas que se suportam em robustos pilares quadrados. Estas naves estão separadas do transepto através de uma iconóstase, configurada como os antigos arcos do triunfo. Aqui, o transepto adquire uma grande função simbólica, sendo o espaço de ligação dos fiéis (o homem) com a cabeceira, que representa Deus.

Local onde outrora estava a tribuna real (Evidenciado pelas marcas quadradas na parede).

Na parede Norte do transepto existia uma tribuna real. É possível observar ainda os encaixes da tribuna, na forma de sete marcas quadradas acima da porta de acesso à sacristia Norte.

A cabeceira, como referido anteriormente, é tripartida, sendo a sua abside principal a mais ricamente decorada: Recebe então rica decoração escultórica consistindo de várias colunas com capitéis Coríntios Romanos reutilizados que suportam uma arcada cega, este motivo repetindo-se nas absides laterais, mas nesse caso apenas pintado afresco.

Existe também uma câmara "escondida" ligada ao exterior através da janela tripartida da cabeceira. Estas câmaras são características do Pré-Românico Asturiano, tal como em Santa Maria del Naranco, mas a sua função ainda é debatida até hoje. É, no entanto, muito provavelmente uma pequena câmara do tesouro que albergariam as riquezas do templo, tal como a Opistódomo dos templos gregos.

A cobertura das naves é plana e feita em madeira e nas absides em abóbada em canhão.[1][5]

Decoração[editar | editar código-fonte]

Detalhe de fresco que representa um edifício do segundo nível.

Quanto à decoração, o ponto central são os frescos visigóticos. Estes frescos representam motivos ornamentais de tradição Romana e Bizantina, mais concretamente em "Estilo Pompeiano" combinado com influências visigóticas. Utilizaram-se pigmentos brancos (Calcário e Quartzo), roxo (óxido hidratado de ferro), amarelo (óxidos de ferro) e preto (madeira carbonizada).[1]

São representados motivos geométricos, arquitetónicos, vegetalistas e florais. Os frescos estão organizados em três níveis horizontais:

  • O primeiro nível representa um rodapé a imitar mármore decorado com figuras geométricas entrelaçadas;
  • O segundo nível representa edifícios e cortinas que se alternam com pequenas construções;
  • O terceiro nível repete o motivo das construções palaciais que aludem a Belém e Jerusalém e cortinas, só que desta vez intercalados com espaços retangulares e cruzes com o Alfa e o Omega.[5][1]


Galeria[editar | editar código-fonte]

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  1. a b c d e FERNÁNDEZ, Carmen Adams (2006). El Arte Asturiano. España: Picu Urrielu. pp. 40–47. ISBN 9788496628007 
  2. Centre, UNESCO World Heritage. «Centro del Patrimonio Mundial -». UNESCO World Heritage Centre (em espanhol). Consultado em 9 de dezembro de 2023 
  3. a b c d «Igreja de San Julián de los Prados». Turismo Asturias. Consultado em 9 de dezembro de 2023 
  4. Citação vazia (ajuda) 
  5. a b «San Julián de los Prados | La guía de Historia del Arte». arte.laguia2000.com. Consultado em 9 de dezembro de 2023