Sebastinianismo

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Sebastianismo (ou Sebastianista). Designa-se o fenômeno surgido em Portugal pela perda de seu Rei, Dom Sebastião, (Lisboa, 20.1.1554 – Alcácer Quibir (Marrocos) 4.4.1578), em luta contra os mouros no norte da África, mais precisamente o que hoje seria o Marrocos (antes Marrocos espanhol). Sebastião assumiu o trono português com a morte de seu avô, João III., com apenas três anos de idade. Educado pelo Jesuítas, com formação católica austera, acreditava que se tornara rei para livrar o solo europeu da ameaça moura [1] . Em 1578, Dom Sebastião liderou um poderoso exército que cruzou o Mediterrâneo para lutar contra os muçulmanos em território africano. O rei pereceu no primeiro dia de batalha e seu corpo desapareceu. Seu desaparecimento gerou grande consternação e inicia em Portugal um movimento do retorno de Dom Sebastião, já que com sua falta, o Reino Português uniu-se a Castela dois anos após, em 1580. No imaginário lusitano, Dom Sebastião viria libertar os portugueses da união não desejada com o Reino de Castela. A teorização do Sebastianismo se desenvolveu a partir desses eventos, crendo os portugueses sempre na volta do rei salvador para restaurar a honra e a soberania perdidas. Ao fim e ao cabo, essa crença difundida entre as classes letradas e o povo teve influência no desejo português de se livrar da união espúria com o Reino de Castela, o que viria a acontecer 60 anos após, em 1640. Jacqueline Herman, historiadora ([2]), faz uma estreita ligação entre o Sebastianismo e o mito do Encoberto que era cultuado na Europa Ocidental desde o século XII, quando o Imperador Frederico II, neto de Frederico Barba Ruiva, despareceu na Terceira Cruzada, (1190), criando em todos os povos cristãos que o seguiam o mito de seu retorno salvífico. Na literatura e história portuguesas, o Sebastianismo é sempre relembrado como o desejo popular de que um grande estadista, líder, surja para retirar a nação do caos interno e das ameaças externas.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. (Enciclopedia Brtiannica, verbete: Sebástian)
  2. Vainfas, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. 1a. edição. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2000, p. 523