Serafina de Deus

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Serafina de Deus
Serafina de Deus
Nascimento 24 de outubro de 1621
Nápoles (Itália)
Morte 17 de março de 1699 (77 anos)
Cápri (Itália)
Ocupação religiosa católica, mística
Religião Igreja Católica

Venerável Irmã Serafina de Deus, O. Carm., (em italiano: Serafina di Dio), também conhecida como Seraphine de Capri, (24 de outubro de 1621–17 Março 1699) fundou sete mosteiros carmelitas de monjas, no sul de Itália. A causa da sua canonização foi formalmente aceite pela Santa Sé, que declarou que a Irmã viveu uma vida de virtudes heróicas.[1]

A vida[editar | editar código-fonte]

Nasceu Prudentia Pisa em Nápoles, então capital do Reino de Nápoles, a 24 de outubro de 1621 numa família abastada de comerciantes que se mudou para a ilha de Capri, quando ela ainda era uma criança. Prudentia desenvolveu um grande amor pela vida dos mártires cristãos. Em adolescente, ela recusou o casamento proposto por seu pai e foi expulsa da casa da família por um período de vários anos, tendo que viver no equivalente a um galinheiro, no quintal; aí sua mãe passava-lhe comida quando o pai não o percebia. A partir dos 15 anos, ela passa a visitar e ministrar aos enfermos e este ministério continuou nomeadamente durante a praga napolitana de 1656, que tirou a vida à sua mãe.

Após a morte de um tio que tinha sido um sacerdote durante essa mesma praga, Prudentia continuou os seus planos para um mosteiro contemplativo para mulheres na ilha de Capri, movimento para o qual ela recrutou várias mulheres de Nápoles. A 29 de Maio de 1661, na Catedral de Nápoles, ela e suas companheiras realizaram os votos da Ordem Carmelita e ela assumiu o nome religioso através do qual passa a ser conhecida.

No seguinte dia 2 de outubro, as mulheres passam a residir na casa que o tio de Prudentia lhe deixara. Quando a casa se tornou demasiado pequena para a comunidade em desenvolvimento, um novo e elaborado convento dedicado ao Santíssimo Salvador foi consagrado no ano de 1675. Madre Serafina terá eventualmente fundado sete mosteiros em Nápoles e muitos outros em vários lugares na Itália.

Em sua vida de oração e de mística, Serafina foi muitas vezes comparada com a sua irmã Carmelita, fundadora, Santa Teresa de Ávila, a quem ela tinha uma forte devoção, na profundeza das graças místicas que experienciava. Ela também acreditava que a melhor garantia de autenticidade de uma experiência religiosa era uma obstinada fidelidade às formas tradicionais. Assim, ela fez com que as suas comunidades  seguissem um compromisso mais rigoroso para com o Ofício Divino do que era comum entre muitas comunidades monásticas do período. Algumas das freiras, no entanto, não eram tão fervorosas como ela, e uma resistência começou, que ganhou força na medida em que, no final de sua vida, ela foi rejeitada pela maioria da comunidade que havia fundado.

Numa determinada fase, a Irmã foi acusada de Quietismo, apesar de ter escrito um documento onde apontava os erros desse movimento herético. Devido a esta acusação, em 1691, a Inquisição local confinou-a para a sua cela durante dois anos e meio, sem o Santíssimo Sacramento. Foi libertada pela intercessão do Cardeal Orsini, mais tarde Papa Bento XIII, um amigo ao longo da vida.

Quando Serafina ficou doente as freiras recusaram-se a visitá-la, apesar de ela lhes pedir constantemente. Dois dias antes de sua morte, ela pediu à prioresa que cuidasse das freiras que tinham sido tão contrárias a ela, fazendo desculpas pelo seu comportamento.

Serafina foi tão notável como mística como pela sua energia prática e habilidade. Depois de sua morte, sua causa de canonização foi iniciada. À data foi-lhe concedido o título de Venerável.

Referências

  1. «Serafina of God». The Carmelites