Serge Leclaire

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Serge Leclaire, nascido Serge Liebschutz (Estrasburgo, 6 de julho de 1924Argentière, 8 de agosto de 1994) foi o primero discípulo e analisando de Jacques Lacan, que se destacaria por estabelecer sua própria teoria psicanalítica.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Durante seus estudos, encontrou outro imigrante russo, Wladimir Granoff. Sua família foi morar em Marselha, onde seu pai obteve falsos documentos com o patronimio de Leclaire

Um monge hindu lhe fez descobrir a psicanálise e os trabalhos de Françoise Dolto. Leclaire entra então no Hospital de La Salpêtrière, e começa uma análise com Jacques Lacan, do qual foi o primeiro discípulo[1], segundo Elisabeth Roudinesco artigo sobre Serge Leclaire na Encyclopedia Universalis</ref>.

Em 1953, Leclaire funda com Lacan e Françoise Dolto (pediatra e psicanalista) a Sociedade Francesa de Psicanálise (SFP). Torna-se o secretário, seguidamente o presidente entre 1961 e 1965, enquanto membro da Associação Psicanalítica Internacional – (IPA).

Leclaire tentará fazer a IPA aceitar a Sociedade Francesa de Psicanálise, sem sucessos. Seguirá Lacan à Escola Freudiana de Paris, fundada em 1964, mas continuará a trabalhar pela unificação da psicanálise francesa. Ele foi o analista de François Roustang.

Em 1969, Leclaire criou com Lacan o primeiro departamento de psicanálise, na Universidade de Vincennes, Paris. Em 1983, foi o primeiro clínico a participar a uma emissão de televisão,Psy Show, deixando-a desde seus primeiros desvios. Em 1989 , criou uma Associação para uma Instância dos psicanalistas. Suas principais temáticas de pesquisa foram as psicoses, a neurose obsessiva e a sexualidade infantil.

Tratamento das psicoses[editar | editar código-fonte]

No artigo "À procura duma psicoterapia das psicoses", publicado em 1958 na revista Évolution psychiatrique, Leclaire aborda o tratamento dos significantes pelos doentes mentais. Para o paranóico, um significante pode ter significados múltiplos; para o esquizofrênico vários significantes estão ligados a um só significado. Poderia-se dizer que o esquizofrênico tem significantes demais e uma falta de significados.

Referindo-se ao esquema de Lacan, Leclaire pensa que o eixo a-a' (o eixo do Real simbólico imaginário) falta no esquizofrênico: o esquizofrênico é privado de ego. Uma terapia consistiria pois em dar-lhe um ego. Partindo desta base teórica,Gisela Pankow desenvolveu sua terapêutica do enxerte, porque o esquizofrênico precisa de enxertes, comparáveis aos grampos fixados pelo arquiteto para fortificar um edifício.

Bibliografia do autor[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Elisabeth Roudinesco : artigo sobre Serge Leclaire na Encyclopedia Universalis


Ligações externas[editar | editar código-fonte]