Sergey Surovikin

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Sergey Surovikin
Сергей Владимирович Суровикин
Sergey Surovikin
Nascimento 11 de outubro de 1966 (57 anos)
Novosibirsk, Rússia Soviética
União Soviética
Nacionalidade russo
Filho(a)(s) 2
Ocupação Militar
Serviço militar
País  União Soviética
 Rússia
Serviço Exército Soviético
Forças Terrestres da Rússia
Forças Aeroespaciais da Rússia
Anos de serviço 1987–presente
Patente General de exército
Comando 34ª Divisão de Fuzileiros Motorizados
42ª Divisão de Fuzileiros Motorizados de Guardas
20º Exército de Guardas
Distrito Militar Leste
Grupo de Forças na Síria
Forças Aeroespaciais
Conflitos Guerra do Afeganistão (1979–1989)
Tentativa de golpe de Estado na União Soviética em 1991
Intervenção militar russa na Guerra Civil Síria
Guerra Russo-Ucraniana

Sergei Vladimirovich Surovikin (em russo: Серге́й Влади́мирович Сурови́кин; nascido em 11 de outubro de 1966) é um general de exército e ex-comandante das Forças Aeroespaciais da Rússia.[1] Antes disso, ele esteve encarregado de estabelecer a Diretoria Principal da Polícia Militar, uma nova organização dentro do Exército russo.[2] Surovikin comandou o Distrito Militar do Leste entre 2013 e 2017, e foi apresentado à mídia como comandante do Grupo de Forças na Síria na intervenção militar russa na Guerra Civil Síria.

Ele foi o comandante do Grupo de Exércitos "Sul" das Forças do Exército Russo na invasão russa da Ucrânia em 2022.[3] Em 8 de outubro de 2022, ele se tornou o comandante de todas as forças russas que invadiram a Ucrânia, permanecendo neste cargo até janeiro de 2023.[4]

Começo da carreira e serviço na Síria[editar | editar código-fonte]

Surovikin nasceu em Novosibirsk em 11 de outubro de 1966. Ele se formou na Escola Superior de Comando Militar de Omsk em 1987.[5]

Se alistou nas forças armadas soviéticas ainda em 1987 e serviu com os Spetsnaz na Guerra Afegã-Soviética.[6]

Durante a tentativa de golpe de Estado na União Soviética em 1991, Surovikin comandou uma unidade que matou três manifestantes anti-golpe, pelos quais foi detido por vários meses, mas não foi condenado.[7] Ele desempenhou um papel importante na criação da Diretoria Principal da Polícia Militar, uma nova organização dentro do exército russo.[2]

Surovikin estudou na Academia Militar M. V. Frunze, se formando em 1995, e chegou a ser condenado a um ano de condicional por venda ilegal de armas.[8] Ele serviu brevemente na Guerra Civil do Tajiquistão.[6]

Em 2002, formou-se na Academia Militar do Estado-Maior russo. Se tornou depois comandante da 4ª Divisão de Rifles Motorizados em Yekaterinburg.[5]

Surovikin comandou o Distrito Militar Oriental entre 2013 e 2017, e em 2017 comandou o grupo de forças russas na Síria. Ele é credenciado por virar a maré da guerra civil síria em favor do presidente sírio Bashar al-Assad, mas também foi acusado de ter sido responsável por ataques a alvos civis e crimes de guerra durante a intervenção russa.[7][9]

Invasão russa da Ucrânia[editar | editar código-fonte]

Em junho de 2022, foi revelado que ele se tornou o comandante do Grupo de Exércitos "Sul" das Forças Armadas Russas na ofensiva do sul da Ucrânia.[3] Em 8 de outubro, foi anunciado que ele foi apontado como o novo comandante de todas as forças russas na Ucrânia, sucedendo ao coronel-general Gennady Zhidko.[4]

Durante o período que comandou as tropas russas na Ucrânia, ele ficou conhecido por adotar uma postura mais defensiva, reconhecendo as deficiências das forças armadas russas.[10] Ele autorizou também a retirada de territórios indefensáveis, como a cidade de Kherson que era a única capital regional ucraniana controlada pelo exército russo.[11] Surovikin sempre foi um defensor de bombardeios em larga escala contra infraestrutura civil e crítica ucraniana.[9]

Em 11 de janeiro de 2023, o general Surovikin foi substituído como comandante de todas as forças russas na Ucrânia por Valery Gerasimov.[12]

Rebelião Wagner[editar | editar código-fonte]

Em maio 2023, foi reportado que Surovikin agia como "representante dos interesses" do grupo mercenário PMC Wagner dentro do Ministério da Defesa da Rússia por anos.[13] De acordo com uma reportagem investigativa da CNN, evidências mostravam Surovikin como um membro oficial de Wagner, com status VIP em 2018, junto com trinta outros militares russos do alto escalão.[14]

Em 24 de junho 2023, durante a Rebelião do Grupo Wagner contra o governo russo, Surovikin apareceu em um vídeo postado no Telegram apelando às forças rebeldes para parar a revolta.[15] Logo após o motim ter sido dispensado, Surovikin desapareceu da vista pública.[16] Alguns relatos sugeriram que ele foi preso a mando do Ministério da Defesa como parte de um "expurgo" de oficiais das forças armadas que não eram considerados 100% leais ao regime de Vladimir Putin.[17] A filha de Surovikin, em uma suposta entrevista a um canal russo do Telegram, afirmou estar em contato com o pai e insistiu que ele não havia sido detido pelas autoridades.[18]

Sanções[editar | editar código-fonte]

Sergey Surovikin, 2022

Em fevereiro de 2022, Surovikin foi adicionado à lista de sanções da União Europeia por ser "responsável por apoiar e implementar ativamente ações e políticas que minam e ameaçam a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia, bem como a estabilidade ou segurança na Ucrânia". [19]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Surovikin foi premiado com a Ordem da Estrela Vermelha, a Ordem do Mérito Militar e a Ordem da Coragem três vezes. Ele foi premiado com o Herói da Federação Russa em dezembro de 2017. [20]

Referências

  1. Madeira, Nara (23 de agosto de 2023). «Demitido o comandante-chefe das forças aeroespaciais da Rússia». Euronews. Consultado em 23 de agosto de 2023 
  2. a b Petrov, Ivan (21 de setembro de 2017). «Создатель военной полиции генерал Суровикин возглавит ВКС России». Российская газета (em russo). Consultado em 30 de junho de 2023. Cópia arquivada em 16 de novembro de 2020 
  3. a b Cherkasov, Alexander (26 de junho de 2022). «Люди, стрелявшие в наших отцов». Novaya Gazeta 
  4. a b «Russia names new commander of its forces engaged in Ukraine». Alarabiya. 8 de outubro de 2022 
  5. a b «Суровикин Сергей Владимирович» [Surovikin Sergey Vladimirovich]. structure.mil.ru (em russo). Consultado em 29 de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2013 
  6. a b «В Екатеринбурге полковник застрелился на учениях на глазах у командования, не выдержав критики» [In Yekaterinburg, a colonel shot himself on exercises in front of command, unable to withstand criticism]. www.newsru.com (em russo). News.ru. 22 de abril de 2004. Consultado em 29 de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 19 de outubro de 2022 
  7. a b Seddon, Max; Miller, Christopher (11 de outubro de 2022). «Vladimir Putin taps 'General Armageddon' to reverse Ukraine battlefield failures». Financial Times. Consultado em 20 de outubro de 2022. Cópia arquivada em 1 de dezembro de 2022 
  8. Safronov, Ivan; Muradov, Musa (14 de dezembro de 2011). «Военную прокуратуру не устроил полицейский кандидат» [Military prosecutor's office did not accept a military police candidate]. Kommersant (em russo). Consultado em 23 de outubro de 2016. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2016 
  9. a b «Who is 'General Armageddon?' The new commander leading Russia's forces in Ukraine is reportedly a proponent of targeting civilian infrastructure». Meduza. 10 de outubro de 2022. Consultado em 20 de outubro de 2022. Cópia arquivada em 6 de janeiro de 2023 
  10. «New Commander, New Goals for Russia in Ukraine». Carnegie Endowment for International Peace. Consultado em 7 de julho de 2023 
  11. «Putin makes top brass take the fall for Kherson humiliation». Daily Telegraph. 10 de novembro de 2022. Consultado em 10 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 23 de novembro de 2022 
  12. «Putin replaces commander of Russia's war in Ukraine after just 3 months». NBC News. Consultado em 11 de janeiro de 2023 
  13. «Why the boss of Wagner Group is feuding with Russia's military leaders». The Economist. ISSN 0013-0613. Consultado em 25 de maio de 2023 
  14. «Exclusive: Russian General Sergey Surovikin was secret VIP member of Wagner, documents show». CNN. 30 de junho de 2023. Consultado em 7 de julho de 2023 
  15. «Russian commander urges Wagner fighters to 'obey will of president' and return to bases». Reuters (em inglês). 24 de junho de 2023. Consultado em 28 de junho de 2023 
  16. «Russian general who may have known about Wagner mutiny goes missing». The Guardian (em inglês). 28 de junho de 2023. Consultado em 28 de junho de 2023 
  17. «Russian general arrested following Wagner mutiny - MT Russian». The Moscow Times (em inglês). 28 de junho de 2023. Consultado em 28 de junho de 2023 
  18. Tanno, Sophie; Kottasová, Ivana; Shelley, Jo; Chernova, Anna (29 de junho de 2023). «After the short-lived insurrection, questions swirl over top Russian commander and Prigozhin». CNN (em inglês). Consultado em 30 de junho de 2023 
  19. Council Decision (CFSP) 2022/265 of 23 February 2022 amending Decision 2014/145/CFSP concerning restrictive measures in respect of actions undermining or threatening the territorial integrity, sovereignty and independence of Ukraine (em inglês) (32022D0265), 23 de fevereiro de 2022, consultado em 3 de março de 2022 
  20. «Путин присвоил звание Героя России генералу Суровикину за успехи в Сирии». Consultado em 11 de outubro de 2022