Silvana Lima

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Silvana Lima
Surfista
Dados Pessoais
Nacionalidade Brasil
Nascimento 29 de outubro de 1984
Paracuru
Ocupação surfista (en)
Participou em Surfe nos Jogos Olímpicos de Verão de 2020 - Feminino

Silvana Lima (Paracuru, 29 de outubro de 1984) é uma surfista profissional brasileira. Atingiu a marca de melhor surfista brasileira por oito vezes e o vice-campeonato mundial por duas vezes.[1] Ela é abertamente lesbiana.[2]

Início no surfe[editar | editar código-fonte]

Na infância, Silvana Lima vivia com a mãe e quatro irmãos, que foram a influência para ela começar a surfar. Inicialmente, a brasileira, de origem humilde, surfava com pedaços de madeira ou com pranchas emprestadas. Aos treze anos ela ganhou sua própria prancha, que foi um presente de aniversário de um dos irmãos.[3][4]

Em 2002, aos 17 anos, Silvana mudou para o Rio de Janeiro em busca de oportunidades para se tornar surfista profissional. Para se bancar, ela contou com o auxílio de Udo Bastos, que tem uma fábrica de pranchas no Rio, e com as premiações dos campeonatos que participava.[4][3]

Nesse primeiro ano, ela participou de duas competições em São Paulo e venceu ambas. Como prêmio, levou um carro Celta e o vendeu. Com o dinheiro, Silvana conseguiu comprar uma casa para a mãe e os irmãos, que até então viviam em uma barraca na praia. A partir de 2003, a surfista conseguiu alguns patrocinadores, como a Freesurf e a Mormaii, e assim passou a se bancar sozinha.[4][3]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Silvana Lima está na cena do surfe profissional desde 2006. Nos seus primeiros 6 anos no campeonato mundial, Silvana ficou entre as cinco primeiras posições, incluindo dois vice-campeonatos, em 2008 e 2009. Em 2012, a brasileira lesionou os ligamentos do joelho e não conseguiu participar das competições. Em 2013, ela voltou à elite com a vaga para atletas lesionados, no entanto, Lima não conseguiu bons resultados e caiu para a divisão de qualificação (WQS). No ano seguinte, ela foi campeã da divisão de acesso e assim retornou ao campeonato mundial em 2015. No entanto, durante a temporada, ela mais uma vez não apresentou bons resultados e caiu para o WQS.[5]

Para conseguir competir em 2016, Silvana Lima enfrentou diversas dificuldades financeiras, pois não contava com patrocinadores. Para ter dinheiro para viajar às competições, a surfista vendeu seu apartamento, seu carro e precisou até vender os filhotes de seu bulldog. Durante a carreira, Lima sofreu diversas vezes com a falta de patrocínio e dinheiro. Em 2011, após se machucar, ela perdeu o patrocínio da Billabong e ficou quatro anos sem uma marca grande como suporte. Em 2014, ela criou a campanha #FreeSilvana para arrecadar fundos. Nesses anos, ela falou publicamente sobre o problema com os patrocinadores, que, segundo ela, só queriam investir em surfistas que tem o corpo de modelos.[6][4][5]

Mesmo com essas dificuldades, em 2016 ela novamente foi campeã do WQS e retornou ao campeonato mundial, onde permaneceu por mais três anos. Em 2019, por conta de lesões e resultados ruins nas etapas, Silvana Lima mais uma vez ficou entre as últimas colocadas do tour e voltou ao WQS. No entanto, ela conseguiu a classificação para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.[5]

Vitórias[editar | editar código-fonte]

WCT Wins
Ano Evento Cidade País
2017 Swatch Pro Trestles San Clemente Estados Unidos
2010 Movistar Peru Classic San Bartolo District  Peru
2009 Beachley Classic Sydney  Austrália
2009 Roxy Pro Gold Coast Gold Coast  Austrália
WQS Wins
Ano Evento Cidade Country
2014 Pantin Classic Galicia Pro A Coruña Espanha
2014 Port Taranaki Pro NZ Home Loans Surf Festival New Plymouth  Nova Zelândia
2008 Billabong Ladies Pro Costao do Santinho Florianópolis  Brasil
2008 The Mr Price Pro KwaZulu-Natal África do Sul
2008 Billabong ECO Surf Festival Bahia  Brasil

Referências

  1. BBC. Melhor surfista do Brasil descreve luta por patrocínio: 'Não sou modelinho, sou profissional'. Acesso em 27 de março de 2016
  2. Outsports (12 de julho de 2021). «At least 180 out LGBTQ athletes at Tokyo Olympics, a record by far». Outsports (em inglês). Consultado em 2 de agosto de 2021 
  3. a b c Digital, Vértice. «Atletas». MRV. Consultado em 14 de maio de 2021 
  4. a b c d «Caraca, sou atleta olímpica: Campeã mundial de surfe, Silvana Lima passou infância em barraca de praia. Classificada, sonha com Olimpíada». www.uol.com.br. Consultado em 14 de maio de 2021 
  5. a b c «Silvana Lima Surfer Bio - 2019 Women's Championship Tour Event Results». World Surf League (em inglês). Consultado em 14 de maio de 2021 
  6. «Brazil's Best Pro Surfer Can't Get Sponsors Because She Doesn't "Look Like a Model"». Remezcla (em inglês). 9 de março de 2016. Consultado em 14 de maio de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]