Sixteen Tons

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

"Sixteen Tons" é uma canção sobre a vida de um mineiro de carvão, cuja primeira gravação foi em 1946, pelo cantor de country americano Merle Travis e lançada em seu álbum Folk Songs of the Hills no ano seguinte. Em 1955, Tennessee Ernie Ford fez uma versão que atingiu o topo da parada na Billboard, com mais outra versão de Frankie Laine lançada apenas no Reino Unido.

Letra[editar | editar código-fonte]

O refrão de "Sixteen Tons" diz o seguinte:

Inglês
Tradução
You load sixteen tons, what do you get?
Another day older and deeper in debt.
Saint Peter, don't you call me, 'cause I can't go;
I owe my soul to the company store...
Você carrega 16 toneladas, o que você consegue?
Fica um dia mais velho e mais endividado.
São Pedro, não me chame, porque não posso ir.
Eu devo minha alma à loja da companhia...

De acordo com Travis, o versão do refrão "another day older and deeper in debt" foi uma frase frequentemente usada por seu pai, um mineiro de carvão[1]. Este verso, mais aquele que diz "I owe my soul to the company store" é uma referência ao "sistema de barracão" e à escravidão por dívida. Nesse sistema, os trabalhadores não recebem salário em dinheiro vivo; em vez disso recebem créditos não conversíveis fora da loja da companhia. Isto torna a economia e o uso do dinheiro impossíveis aos trabalhadores. Os trabalhadores também viviam em dormitórios ou casas pertencentes à companhia que os empregava, sendo que o valor do aluguel já era automaticamente deduzido dos créditos. Nos Estados Unidos tais práticas se mantiveram até que muitas greves promovidas pelo ainda recente United Mine Workers e os sindicatos afiliados pusessem fim a essas práticas.

Todavia, "Sixteen Tons" não é simplesmente sociologia. Enquanto os versos se referem as dificuldades da vida nas minas, ao mesmo tempo mostram o mito de tenacidade em face da adversidade.

Autoria[editar | editar código-fonte]

Existe uma disputa referente à autoria de "Sixteen Tons". Normalmente, a autoria da canção é atribuída a Merle Travis, fato registrado na disco gravado em 1947. Mas George S. Davis, um cantor-compositor de folk, que foi mineiro de carvão no Kentucky, disse em 1966 que compôs a canção com o título de "Nine-to-ten tons" na década de 1930[2]. A gravação de Davis aparece nos álbuns George Davis: When Kentucky Had No Union Men[3] and Classic Mountain Songs from Smithsonian.[4]

Versões[editar | editar código-fonte]

A canção teve numerosas versões, ao longo das décadas, nos mais variados estilos e línguas.

No Brasil[editar | editar código-fonte]

No final da década de 1960, Noriel Vilela interpretou uma versão em português da música, denominada "16 Toneladas", em seu primeiro álbum-solo, Eis o Ôme. Entretanto, a versão em português nada tem a ver com o canto de sofrimento dos trabalhadores superexplorados, mas sim com o ritmo do sambalanço, que fazia sucesso na época. As edições em CD desse mesmo álbum não incluem a faixa 16 Toneladas (faixa A7 do álbum original em vinil). Em 1999, a banda Funk Como Le Gusta regravou a versão de Vilela, com a alteração de algumas palavras.

Cultura popular[editar | editar código-fonte]

A música é frequentemente executada em vinhetas do programa Pânico.[5]

Referências

  1. «Cópia arquivada». Consultado em 1 de junho de 2010. Arquivado do original em 6 de novembro de 2013 
  2. John Cohen, liner notes to the album George Davis: When Kentucky Had No Mining Men (Folkways FA 2343, 1967).
  3. Folkways FA 2343, 1967
  4. Folkways Recordings ASIN B000S9DIHK, 2002
  5. Mr.panico (21 de agosto de 2009). «paniconline: audios e vinhetas panico na tv e panico jp». paniconline. Consultado em 17 de outubro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • Sixteen Tons - the history behind the legend (em inglês)
  • West Virginia Historical Society Quarterly, Volume 15, Nos. 2 and 3, "Coal Miners and Their Communities in Southern Appalachia, 1925-1941" by Rhonda Janney Coleman. (em inglês)
Part 1: https://web.archive.org/web/20131221190657/http://www.wvculture.org/history/wvhs1502.html
Part 2: https://web.archive.org/web/20140407080134/http://www.wvculture.org/history/wvhs1503.html