Tarrafa

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Um pescador lançando uma tarrafa em Kerala, Índia

A tarrafa é uma arte de pesca/petrecho em forma de rede de pesca circular com pequenos pesos distribuídos em torno de toda a circunferência de sua malha (principal componente da rede de pesca[1]).

A tarrafa é arremessada geralmente com as mãos, de tal maneira que esta se abra o máximo possível antes de cair na água. Ao entrar em contato com a água, a rede afunda imediatamente. Jogar uma tarrafa exige prática e técnica; para conseguir uma abertura total da rede, é preciso jogá-la de tal maneira que esta se abra por completo no ar. É ainda necessário ter precisão ao jogá-la para que caia no local desejado, para que os peixes que estiverem dentro do diâmetro da tarrafa fiquem presos. Em seguida, o pescador puxa a tarrafa, de maneira que diminui seu diâmetro, enroscando assim os peixes na malha. A seguir, retira a rede da água.[2] Esta técnica de pescaria vem sendo utilizada há milhares de anos, passando por diversas modificações.

Construção e técnica[editar | editar código-fonte]

Atualmente as tarrafas possuem um raio que varia de 1,2 a 3,6 metros. Somente pessoas fortes em alguns casos conseguem puxar a rede, haja vista que esta pode estar cheia de peixes. Os pesos (chumbos) são distribuídos ao redor da rede (nas bordas da malha) e pesam em média 1,5 kg por metro. Anexado à rede, no seu centro, há uma corda cuja finalidade é puxá-la. Esta corda fica presa no punho do pescador, não atrapalhando-o no momento de jogar a rede. Ao puxá-la, a circunferência vai diminuindo e, assim, os peixes vão ficando concentrados no meio dela. Junto aos pesos, ocorre uma dobra para o lado contrário da rede, que normalmente é chamada de "saco",que é uma espécie de reservatório onde os peixes ficam quando o pescador a puxa na vertical.[3] Raras vezes algumas sao feitas c/ correntes ao inves de chumbos.

As tarrafas funcionam melhor em profundidades inferiores ao seu raio. Um dos grandes problemas ao jogar a tarrafa está no fato de que esta se enrosca com facilidade em qualquer objeto submerso, como por exemplo, galhos, pedras ou tocos de árvores. Muitas vezes é necessário que o pescador se metas na agua para desenrolá-la destes obstáculos; caso contrário, é muito provavel que a malha arrebente.

A tarrafa pode ser jogada de um trapiche, uma beira de rio ou mar (praia), de dentro de uma embarcação miúda, ou em qualquer lugar onde seja possível arremessá-la.

Variam em suas medidas as quais destacam-se o diametro(boca),altura(comprimento quando pendurada),largura da malha(limite do peixe),espessura da linha e o peso total da rede.

Pesca artesanal[editar | editar código-fonte]

A pesca artesanal é uma atividade com função socioeconômica, ocupação de mão-de-obra, geração de renda e, oferta de alimentos para a população, praticado por diversos de petrechos e, com mão-de-obra familiar.[4]

Segundo Cristiane Silva Nogueira: "O pescador artesanal é aquele que utiliza instrumentos e técnicas adequadas às condições ambientais, tais como: linha-de-mão, espinhel, malhadeira e outras artes de pesca. Realizam esta atividade o ano todo com seus familiares e companheiros com a finalidade de suprir suas necessidades básicas alimentares e geração de renda".[4]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Mosaico, século 4 d.C.

Arte de pesca[editar | editar código-fonte]

Os petrechos da pesca artesanal podem ser classificados em:[5][6]

Outros petrechos de pesca: guizo; poitamento; timbó;[8] cavalinho; pari; fisga; garateia; arpão;[9] puçá; caniço; rabiola; socó; moponga; paneirão.[10]

Referências

  1. «Passo a passo para definir o tamanho ideal da rede de pesca». Engepesca. Consultado em 15 de setembro de 2023 
  2. Dunbar
  3. Burnley, pp 63–64.
  4. a b Barreto, Wagner Lucas; Filho, Afonso Costa da Silva; Perrone, Antonio Carlos; Rodrigues, Alessandra Epifânio (2 de maio de 2023). «A PESCA ARTESANAL NO ESTADO DO PARÁ – BRASIL». Atena Editora: 157–177. ISBN 978-65-258-1343-1. doi:10.22533/at.ed.43123020510. Consultado em 14 de setembro de 2023. Resumo divulgativo  |ultimo1= e |ultimo= redundantes (ajuda); |primeiro1= e |primeiro= redundantes (ajuda)
  5. a b Braga, Cesar França; do Espírito-Santo, Roberto Vilhena; da Silva, Bianca Bentes; Giarrizzo, Tommaso; Castro, Edna Ramos (31 de dezembro de 2006). «CONSIDERAÇÕES SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DE PESCADO EM BRAGANÇA – PARÁ» (PDF). Belém. Boletim Técnico Científico do CEPNOR. 6 (1): 105–120. doi:10.17080/1676-5664/btcc.v6n1p105-120. Consultado em 15 de setembro de 2023. Resumo divulgativo 
  6. Silva, João Marcio Palheta da; Silva, Christian Nunes da (2011). Pesca e territorialidades: contribuições para análise espacial da atividade pesqueira. [S.l.]: Grupo Acadêmico Produção do Território e Meio Ambiente na Amazônia - GAPTA/UFPA 
  7. Araújo, Maria Vera Lúcia F.; Silva, Katia Cristiina A.; Silva, Bianca Bentes; Ferreira, Ingrid Lins S.; Cintra, Israel Hidenburgo A. (30 de junho de 2014). Qualis CAPES B4. «Pesca e Procedimentos de Captura do Camarão-da-Amazônia a Jusante de Uma Usina Hidrelétrica na Amazônia Brasileira» (PDF). revista Biota Amazônia/Biote Amazonie. Open Journal System (2): 102–112. doi:10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v4n2p102-112. Consultado em 20 de setembro de 2023. Resumo divulgativo 
  8. DIRETORIA DE CRIAÇÃO E MANEJO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (2012). «PLANO DE MANEJO DA RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA DE CAETÉTAPERAÇU (PA)» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Resex Caeté-Taperaçu. Brasília. Consultado em 3 de agosto de 2023. Resumo divulgativo 
  9. «Saiba o que é proibido pela lei de pesca». Diário Digital. 5 de março de 2019. Consultado em 3 de agosto de 2023 
  10. PORTARIA Nº 626, DE 5 DE JULHO DE 2018. [S.l.]: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]