Tengenenge

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Tengenenge
  Colônia  
Esculturas em Tengenenge
Esculturas em Tengenenge
Esculturas em Tengenenge
Localização
Tengenenge está localizado em: Zimbabwe
Tengenenge
Coordenadas 16° 43' 2.44" S 30° 55' 47.58" E
País Zimbabwe
Distrito Guruve
Província Mashonaland
História
1966
Fundador Tom Blomefield
Características geográficas
 • População estimada (2020) 350[1]

Tengenenge é uma comunidade de artesãos multiétnicos, especialistas em esculturas em pedra, fundada em 1966 por Thomas Bloomfield. Está localizada no distrito de Guruve, na província de Mashonaland, em Zimbabwe.[2][3][4][1]

A maioria das esculturas são trabalhadas em técnica Shona e muitas estão em museus e exposição internacionais, como as obras de Henry Munyaradzi que estão expostas no Museu Britânico, e Terrence Musekiwa, que representou o país na exposição de arte Bienal de Veneza, em 2022.[5]

História[editar | editar código-fonte]

Thomas Bloomfield muda-se para Rodésia (atual Zimbabwe) em 1946, e abre seu negócio de fazenda de tabaco e mineração de cromo. Sanções econômicas impostas por causa da Declaração Unilateral de Independência, no ano de 1965, prejudicam os negócios de mineração e agricultura no país. E em 1966, Bloomfield aprende técnicas básicas de esculpir pedras com o artista e amigo Crispen Chakanyuka, e incentiva os funcionários da fazenda a esculpir em pedras, para garantir renda extra. Bloomfield rebatiza a fazenda de Tengenenge, que é uma palavra da língua Shona, no dialeto de Korekore, e sua tradução livre para o português é "O início do começo".[3][4][6]

No ano de 1968, a fazenda já possuía 69 artesãos. Bloomfield divulga os artistas da fazenda, primeiro no pais e depois internacionalmente. E a fazenda se transforma em uma colônia de artistas, se tornando o núcleo da escultura no país.[1]

Em 1972, com os conflitos de guerrilha, a fazenda passa por dificuldades e o número de artesãos cai para 30. No ano de 1973, Bloomfield vende a fazenda, mas continua sendo o diretor até sua aposentadoria, em 2007. E a fazenda passa a ser de propriedade do escultor Dominic Benhura.[3][4][6]

A colônia[editar | editar código-fonte]

Na comunidade moram 70 famílias, estimando cerca de 350 habitantes (ano de 2000). As residências são cabanas tradicionais feitas de parede de barro e telhado de palha. Geralmente, cada família possui três cabanas, sendo uma para cozinha, uma para sala e uma para o quarto. E a comunidade possui cabanas extras para visitantes.[1][6]

Os artesãs recebem gratuitamente a matéria prima para confeccionar suas esculturas e a organização administra a mineração das pedras, água e luz, e recebe 35% de comissão sobre as vendas das peças.[6]

No local há a exposição das obras de arte ao ar livre, chamada jardim das esculturas e um museu que conta a história da colônia e expões algumas peças da primeira geração de artistas da comunidade.[6]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d «Menschen hungern – Kunstschaffende in Zimbabwe sind besonders betroffen». Hildesheim Presse (em alemão). 2 de março de 2021. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  2. Nyavaya, Kennedy (5 de março de 2017). «How Tengenenge Arts Centre lost its shimmer». The Standard (em inglês). Consultado em 12 de dezembro de 2022 
  3. a b c Zimoyo, Tafadzwa (25 de novembro de 2020). «Bloomfield's ashes to be buried at Tengenenge». The Herald (em inglês). Consultado em 12 de dezembro de 2022 
  4. a b c Gargan, Edward A. (24 de maio de 1986). «Sculpture Blooms in the Zimbabwe Countryside.». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 12 de dezembro de 2022 
  5. Forgione, Paola (24 de julho de 2022). «Guida allo Zimbabwe fra arte, storia e architettura | Artribune». Artribune (em italiano). Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  6. a b c d e Ngomani, Sharon (5 de junho de 2017). «The beauty of Tengenenge Village». The Herald (em inglês). Consultado em 12 de dezembro de 2022