Teresa Juliana de São Domingos

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Teresa Juliana de São Domingos
Nascimento 1676
África Ocidental, às margens do Golfo da Guiné
Morte 6 de dezembro de 1748
Salamanca, Espanha
Veneração por Igreja Católica
Festa litúrgica 6 de dezembro
Portal dos Santos

Teresa Juliana de São Domingos (1676, África Ocidental, às margens do Golfo da Guiné - 6 de dezembro de 1748, Salamanca, Espanha), nascida Tshikaba, cognomizada La Negrita, foi uma religiosa dominicana, professora de catecismo e é Venerável da Igreja Católica.

Infância[editar | editar código-fonte]

Era a filha mais nova de uma família de reis africanos.

Seu reino era pagão e adorava o Sol. No amanhecer, os habitantes saíam ao encontro do astro-rei com cantos e aclamações rituais.

Tshikaba, diferentemente dos seus conterrâneos, não fazia isso todas as manhãs. Enquanto andava pelos campos, refletia sobre a origem de tudo. Pensava que se havia o Sol no firmamento deveria haver alguém que o tivesse criado. E era esse criador que ela desejava reverenciar. Comunicando isso a seu pai, deixou-o extremamente confuso.

Sempre gostou de caminhar pelo campo, entregando-se a profundas reflexões existenciais sobre a origem do Sol.

Em um dos passeios, teve uma visão. "Levantou os olhos e viu, extasiada, ao lado do manancial, uma senhora de pele alva como a neve, carregando nos braços um belíssimo Menino que, sorrindo, acariciava a cabeça da princesa morena. Ali, por fim, o Divino Infante - o verdadeiro Deus tão almejado - lhe revelou Seus segredos e Sua Mãe Santíssima lhe falou a respeito de sua vida."

Pela sua admirável sabedoria e capacidade de pensamento, seus pais decidiram que seria ela quem os sucederia no governo, notícia dada por seu irmão Juachipiter.Ela tinha apenas 9 anos.

O seqüestro[editar | editar código-fonte]

Algum tempo depois de sua primeira visão, foi passear novamente no campo, mas decidiu ir por outros caminhos. Acabou se perdendo, indo parar num local de onde era possível avistar o mar. Viu ho horizonte um objeto desconhecido. Era um navio espanhol.

Teve outra visão. Um rapaz desconhecido a conduziu pelo braço e a levou para a baira da praia.

Quando voltou a si, viu que o objeto estranho (o navio) acabara de aportar. Quis correr, mas não conseguiu. Quando a tripulação a viu toa adornada de jóias e braceletes, constatou-se que possuía sangue real. levaram-na, enfim, para o navio e retomaram o curso de volta para a Espanha.

Quis pular do navio, mas a Senhora que lhe aparecera no manancial apareceu ao seu lado e não permitiu.

Ao passarem pela Ilha de São Tomé, na os marinheiros a batizaram, dando-lhe o nome de Teresa.

A viagem terminou no Porto de Sevilha.

Da chegada na Espanha ao mosteiro[editar | editar código-fonte]

De Sevilha, Teresa foi conduzida a Madri, a fim de ser apresentada ao rei, por ter sangue real. Carlos II, encantado com sua beleza, entregou-a aos cuidados de Pedro de Toledo y Leiva , Marquês de Mancera.

O marquês e sua família trataram da formação e da evangelização de Teresa, o que deu muito certo. Porém a menina despertou a inveja de alguns parentes e da criadagem e era muito maltratada, ocultamente.

O sofrimento era suportado com paciência. Se refuigiava num oratório que continha a imagem de Cristo crucificado. Tinha visões e o próprio Cristo a aconselhava.

Ao manifestar forte inclinação para a vida religiosa, o Marquês a enviou para o Convento de Santa Maria Madalena, da Ordem dominicana da Penitência, em Salamanca.

A vida do convento[editar | editar código-fonte]

Após algum tempo no convento Teresa entrou em dúvida na sua fé: ficaria no convento e seria uma verdadeira religiosa ou tentaria retornar a seu reino e ser uma rainha propulsora da fé cristã?

Aconselhada e fortalecida pela madre superiora, decidiu ficar e confirmar seus votos religiosos.

No dia 29 de junho de 1704 professou seus votos como terciária da Ordem dominicana, em cerimônia presidida pelo próprio Bispo de Salamanca. Após a cerimônia, teve outra visão: viu São Domingos de Gusmão e uma comitiva celeste, que lhe abençoava com sinais.

Foi designada a cuidar dos doentes.

Sua fama de santidade se espalhou rapidamente por toda a região de Salamanca. Pessoas aos milhares procuravam-na para pedir aconselhamentos e muitos doentes obtiveram a cura por suas orações.

Um de seus milagres mais famosos ocorreu durante a Guerra de Sucessão Espanhola. Salamanca estava sendo pesadamente bombardeada. Irmã Teresa apressou-se em pôr na janela do mosteiro uma estampa de São Vicente Ferrer, do qual era grande devota, a fim de salvar a cidade, o que aconteceu prontamente.

Morte e santidade[editar | editar código-fonte]

Sofreu por muitos anos de um tumor no joelho, até que no outono de 1748 sofreu um forte ataque de paralisia, que tomou conta de todo o seu corpo.

Faleceu em 6 de dezembro do mesmo ano após receber a Extrema Unção.

No momento de sua morte, outro milagre aconteceu. Sua pele ficou branca como a neve por alguns instantes e seu corpo exalava perfume.

Seus restos mortais ainda estão no mesmo convento até hoje. Seu processo de beatificação está em estágio bastante avançado.

Referências[editar | editar código-fonte]

  • CEBOLLA, Lucia Ordoñez. Irmã Teresa Juliana de São Domingos: A princesa africana. Revista mensal dos Arautos do Evangelho, São Paulo, ano VII, n. 83, p. 30-32, nov. 2008.