This Happy Breed

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This Happy Breed
Essa nobre raça (PRT)
Este povo alegre (BRA)
 Reino Unido
1944 •  pb •  115 min 
Gênero drama
Direção David Lean
Produção Noël Coward
Roteiro David Lean
Anthony Havelock-Allan
Ronald Neame
Noël Coward (peça)
Elenco Robert Newton
Celia Johnson
Stanley Holloway
John Mills
Música Muir Mathieson
Clifton Parker
Distribuição Eagle-Lion Distributors Limited (GBR)
Universal-International (EUA)
Lançamento 1 de junho de 1944
Idioma inglês

This Happy Breed (br.: Este povo alegre / pt.: Essa nobre raça) é um filme britânico de 1944 do gênero drama histórico, dirigido por David Lean. O roteiro do diretor, Anthony Havelock-Allan e Ronald Neame é baseado na peça teatral homônima de 1939 de Noël Coward e conta a saga de uma família de classe média britânica no período entre 1919 e 1939. O título, uma referência ao povo inglês, é uma frase do monólogo de João de Gante, duque de Lancaster, da peça Ricardo II de William Shakespeare.

Elenco[editar | editar código-fonte]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Encerrada a Primeira Guerra Mundial em 1919, o ex-sargento Frank Gibbons retorna para sua família em Londres, que está de mudança para o bairro Clapham. Na casa nova, além dele, vivem a esposa Ethel, os três filhos adolescentes – Reg, Vi e Queenie – a irmã viúva Sylvia e a mãe de Ethel. Vizinho dele mora o ex-amigo do exercito Bob Mitchell.

Durante os vinte anos seguintes, os filhos crescem e se casam, e alguns membros da família falecem, enquanto eventos históricos se sucedem como a Exposição Imperial Britânica de 1924 em Wembley, a Greve Geral de 1926, a mania do Charleston durante a Era do Jazz, a ascensão de Adolf Hitler na Alemanha que influencia a Campanha Fascista Britânica e o antissemitismo no país, a nomeação de Stanley Baldwin como Primeiro-Ministro e a morte do Rei George V, e a política de Neville Chamberlain e as reações a promessa de "paz para nosso tempo". A história termina já com os primeiros prenúncios da Segunda Guerra Mundial.

Produção[editar | editar código-fonte]

Em 1942, David Lean e Noël Coward tinham co-dirigido In Which We Serve. This Happy Breed é a estreia como diretor solo de Lean. Ele e Coward mais tarde voltaram a colaborar em Brief Encounter e Blithe Spirit.

Coward tinha interpretado Frank Gibbons no palco, e ele queria reprisar o papel para o cinema. Lean sentiu que a persona pública sofisticada do dramaturgo estava longe das origens da classe média e por isso o público não o aceitaria como Gibbons. O diretor então ofereceu o papel a Robert Donat [1] mas o ator recusou por discordar do discurso final de seu personagem na versão teatral. Ele explicou numa carta a Coward (em tradução livre, como as demais): "Certo ou errado, eu apenas acredito que essa política muito irresponsável é que nos levou a outra guerra".[2] O papel foi dado a Robert Newton, cuja reputação de alcoolismo levou a que os produtores pedissem ao ator que assinasse um contrato autorizando o desconto de 500 libras do salário total de 9.000 libras, a cada vez que uma bebedeira dele provocasse atraso na produção.[2] De acordo com o cameraman Ronald Neame, ao final das filmagens, Newton ficaria sem salário, mas os produtores resolveram esquecer e pagaram o total que seria devido.[3]

Lean insistiu em filmar This Happy Breed com três camadas Technicolor, mesmo com o filme sendo difícil de adquirir no Reino Unido durante a Guerra. Na época, um consultor do processo estava no set para garantir que tudo parecesse correto no filme. Lean estava obrigado por contrato a seguir estritamente todas as diretrizes propostas pelo consultor, a quem ele criticou e lhe provocou desconcentração. O filme final não ficou parecido com o padrão Technicolor, que era a intensão de Lean. Foi o filme britânico mais bem recebido em 1944 e o primeiro dos vários do diretor a serem aclamados pela crítica.[4]

Entre março de 2006 e janeiro de 2008, houve a restauração de This Happy Breed, combinando técnicas digitais e fotoquímicas, financiada pelo Centro de Conservação do Arquivo Nacional do Instituto Britânico de Cinema em Berkhamsted e pela Cineric, uma empresa novaiorquina de pós-produção que combina impressão ótica e restauração foto-química com inovações de técnicas digitais. O projeto incluiu correções de cores e restauração digital completa do filme e da trilha sonora. A maior parte do processo foi gasto com a remoção de chiados do som. A restauração foi parte da retrospectiva de David Lean do BFI Southbank em meados de 2008.[5]

A primeira trilha sonora, que inclui a canção London Pride, foi interpretada pela Orquestra Sinfônica Londrina, conduzida por Muir Mathieson.

Recepção[editar | editar código-fonte]

De acordo com os registros comerciais, o filme foi um dos 12 mais populares do ano de 1944 no Reino Unido.[6]

TV Guide deu ao filme quatro estrelas e o chamou de "um filme altamente encantador, com muitas lágrimas e momentos de calor humano".[7]

Time Out London disse: "Apesar de Lean e Coward serem menos felizes aqui do que com a atmosfera refinada de Brief Encounter, a excursão aventureira deles no subúrbio de Clapham permanece infinitamente fascinante"[8]

Channel 4 deu 3½ de um total de quatro estrelas e acrescentou: "Uma propaganda da saudável classe média britânica, é claro. Mas uma vez considerados os tons patrícios peculiares e a estrutura infantil, há muito para se elogiar – não somente as mudanças de vestidos, penteados e papeis de parede".[9]

Radio Times deu as cinco estrelas possíveis e disse: "Essa segunda de quatro colaborações de David Lean com Noël Coward fornece um quadro fascinante do jeito que nós éramos. ... Tal é o fluxo e refluxo de eventos (domésticos e históricos) que duas horas para cobrir 20 anos de período entre-guerras parecem voar. Celia Johnson é soberba ....as melhores cenas são as dos vizinhos Robert Newton e Stanley Holloway".[10]

Indicação a prêmio[editar | editar código-fonte]

O National Board of Review nomeou Celia Johnson como Melhor Atriz pelo papel de Ethel Gibbons.

Referências

  1. ScreenOnline.org.uk
  2. a b Palmer, R. Barton and William Robert Bray (2013). Modern British Drama on Screen. New York: Cambridge University Press. pp. 49–50. ISBN 9781107001015. Consultado em 12 de agosto de 2015 
  3. Neame, Ronald (2010). «The Golden Age» (entrevista). Karen Stetler. Criterion Collection 
  4. Turner Classic Movies
  5. «BFI.org.uk». Consultado em 13 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 23 de dezembro de 2009 
  6. Robert Murphy, Realism and Tinsel: Cinema and Society in Britain 1939-48 2003 pg. 207
  7. resenha do TV Guide
  8. «resenha do Time Out London». Consultado em 13 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 10 de outubro de 2012 
  9. Resenha do Channel 4
  10. http://www.radiotimes.com/ListingsServlet?event=10&channelId=160&programmeId=132345765&jspLocation=/jsp/prog_details_fullpage.jsp

Ligações externas[editar | editar código-fonte]