Tilmatura dupontii

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Tilmatura dupontii
Ilustração por John Gould
CITES Appendix II (CITES)[2]
Classificação científica
Reino:
Filo:
Classe:
Ordem:
Família:
Subfamília:
Tribo:
Gênero:
Tilmatura

Espécies:
T. dupontii
Nome binomial
Tilmatura dupontii
Lesson, 1832
Sinónimos[3]

Ornismya dupontii Lesson, 1832

O beija-flor-de-cauda-malhada,[4] também conhecido por colibri-de-cauda-brilhante (nome científico: Tilmatura dupontii) é uma espécie de ave apodiforme pertencente à família dos troquilídeos, que inclui os beija-flores. É o único representante do gênero Tilmatura, que é monotípico. Por sua vez, também é, consequentemente, a espécie-tipo deste gênero. Pode ser encontrada em altitudes entre 500 e 2500 metros, se distribuindo desde El Salvador, Honduras, México e Nicarágua.[1][5]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Geralmente, os machos desta espécie possuem uma média entre 8,2 e 10,1 centímetros de comprimento e são maiores que as fêmeas, que medem em torno de 5,8 a 7,5 centímetros de comprimento. Em relação ao peso médio, doze espécimes estudados tinham uma média de 2,20 gramas. Essa espécie se caracteriza por seu bico longo e retilíneo, presente em ambos os sexos, de cor negra, e por uma mancha branca nos dois lados do quadril. Os machos possuem uma cor verde-metálica na parte superior do corpo, bem como a parte inferior do peito e as costas, seu abdômen é branco-cinzento, enquanto a garganta é azul-violeta e metálica. Os machos apresentam uma longa cauda, que começa em um tom amarronzado, seguindo por uma coloração bronzeada, que alterna-se até chegar na extremidade final, que é branca; a cauda também é profundamente bifurcada. Os espécimes machos e fêmeas são facilmente distinguidos pelo dimorfismo sexual acentuado, presente na plumagem das aves. As fêmeas, por sua vez, possuem plumagem mais diversa em coloração, porém menos chamativa. Seu corpo é majoritariamente verde-metálico, na cabeça e nas costas, enquanto seu abdômen e resto do peito são bronze, que mais escuro na parte inferior e nos flancos. Sua cauda é visivelmente menor e um pouco menos bifurcada. Os dois pares centrais de penas são verde-bronze-metálico com pontas pretas. Os três pares externos têm bases verde-bronze, uma larga faixa preta perto da ponta e pontas canela ou brancas pálidas.[6]

Sistemática e taxonomia[editar | editar código-fonte]

Esta espécie foi descrita primeiramente em 1832, por René Primevère Lesson, notável ornitólogo francês, a partir de espécimes coletados pelo próprio na região do México.[3] Originalmente descrita sob o nome de Ornismya dupontii, essa espécie seria posteriormente movida para Philodice. Em 1854, entretanto, um outro ornitólogo alemão descreveria um gênero próprio ao táxon. Heinrich Gottlieb Ludwig Reichenbach, atribuiu o gênero Tilmatura, embora John Gould houvesse, há um tempo antes, um gênero monotípico denominado Tryphaena, que havia sido utilizado pelos naturalistas Ferdinand Ochsenheimer e Georg Treitschke muito antes.[7][8]

Por ser o único representante de seu gênero, este se classifica como um monotipo, com a espécie sendo uma espécie-tipo. O beija-flor também não apresenta nenhuma subespeciação.[5] Alguns autores atribuem uma outra subespécie, além da nominal, ao que uns outros defendem à reclassificação da espécie dentro de Philodice. Ambas as propostas, porém, não são reconhecidas pela comunidade científica.[6]

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

O beija-flor-da-cauda-malhada apresenta distribuição geográfica pelo extremo sul da América do Norte ao centro-sul da América Central. No estado mexicano, desde o oeste de Sinaloa ao leste de Veracruz, onde segue até a Guatemala, El Salvador e Honduras até o norte da Nicarágua. Habita paisagens semi-abertas, como as extremidades do pinhal, floresta secundária arbustiva e matas raquíticas. Em altitude, geralmente se encontra entre 750 a 2500 metros, embora ocorra local ou sazonalmente quase até o nível do mar.[6]

Comportamento[editar | editar código-fonte]

Não se conhece muito sobre os hábitos migratórios e de movimentação deste apodiforme. Possivelmente, considerando a diferença de altitude na qual se distribui, realiza migrações sazonais em altitudes menores.[6]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

O beija-flor-da-cauda-malhada procura o néctar por meio de armadilhas, visitando um circuito de plantas e árvores com flores. Essa procura por néctar ocorre em todos os níveis da vegetação, com um vôo lento, semelhante ao de uma abelha, e aparentemente se alimenta de uma grande variedade de plantas, mas faltam detalhes. Além do néctar, alimenta-se de insetos capturados por falcoaria de um poleiro.[6]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Quase nada se sabe sobre a fenologia reprodutiva do beija-flor-da-cauda-malhada. Os indivíduos coletados em agosto a oeste do México estavam em condições reprodutivas, então inclui-se esse mês na época de reprodução.[6]

Vocalização[editar | editar código-fonte]

As vocalizações do beija-flor-da-cauda-malhada são "um rangido muito alto, fino, porém melódico em um fluxo contínuo, alternado e de longa duração". Essa vocalização ocorre em um poleiro alto e exposto. Ocasionalmente, faz-se um "alto e pontudo gorjeio".[6]

Referências

  1. a b BirdLife International (2016). «Tilmatura dupontii». IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22688178A93185518. doi:10.2305/2FIUCN.UK.2016-3.RLTS.T22688178A93185518.enAcessível livremente. Consultado em 31 de outubro de 2022 
  2. «Appendices | CITES». cites.org. Consultado em 14 de outubro de 2022 
  3. a b Lesson, René Primevère (1832). «L'oiseaux-mouche zémès». Histoire naturelle des colibris : suivie d'un supplément à l'Histoire naturelle des oiseaux-mouches: ouvrage orné de planches dessinées et gravées par les meilleurs artistes : et dédié A.M. le Baron Cuvier (em francês): 100. LCCN 06008398. doi:10.5962/bhl.title.52378Acessível livremente. Consultado em 31 de outubro de 2022 
  4. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 113. ISSN 1830-7809. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  5. a b Gill, Frank; Donsker, David; Rasmussen, Pamela, eds. (11 de agosto de 2022). «Hummingbirds». IOC World Bird List (em inglês) 12.1 ed. Consultado em 2 de outubro de 2022 
  6. a b c d e f g Arizmendi, Marîa del Coro; Rodríguez-Flores, Claudia I.; Soberanes-González, Carlos A.; Schulenberg, Thomas S. (2020). «Sparkling-tailed Hummingbird (Tilmatura dupontii), version 1.0». Birds of the World (em inglês). doi:10.2173/bow.spthum1.01. Consultado em 31 de outubro de 2022 
  7. Gould, John (1854). «Tryphæna dupontii: Sparkling-tail». Londres: Taylor and Francis. A monograph of the Trochilidæ, or family of humming-birds (em inglês). 3: 158. OCLC 9648140. doi:10.5962/bhl.title.51056Acessível livremente. Consultado em 31 de outubro de 2022 
  8. Reichenbach, H.G. Ludwig (1854). «Aufzählung der Colibris Oder Trochilideen in ihrer wahren natürlichen Verwandtschaft, nebst Schlüssel ihrer Synonymik». Jornal für Ornithologie. 1 (Suplemento): 1–24. ISSN 0021-8375. Consultado em 31 de outubro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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