Tolomeo

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George Friedrich Händel

Tolomeo, re d'Egitto (HWV 25) é uma ópera em três atos composta pelo compositor alemão naturalizado britânico George Friedrich Händel (1685-1759) com libreto de Nicola Francesco Haym (1678-1729) escrito a partir do texto de Carlo Sigismondo Capece (1652-1728) Tolomeo ed Alessandro. Esse libreto havia sido musicado pelo jovem Domenico Scarlatti (1685-1757) em 1711 em Roma. Esta foi a décima terceira e última ópera do autor para a Royal Academy of Music, criada em 1719. A obra foi estreada no King's Theatre de Londres em 30 de abril de 1728 e teve sete apresentações na temporada. Outras sete apresentações ocorreram a partir de 19 de maio de 1731 com diversas modificações e árias suplementares. Outras quatro apresentações aconteceram a partir de 2 de janeiro de 1733. Críticos como Dean[1] consideram Tolomeo uma das produções mais fracas de Haym e Händel. O disfarce do casal de coadjuvantes faz a ação dramática oscilar entre o pastoral e a disputa disnática. Ao mesmo tempo, os personagens não estão tão bem caracterizados, especialmente as duas rivais em cena. O próprio Tolomeo é um herói pouco convincente, joguete do destino e que pensa em se matar ou simplesmente adormece. E sua esposa, Seleuce, perde brilho no terceiro ato. Tolomeo não parece conter o melhor de Händel no campo lírico.


Papéis e Vozes Originais[editar | editar código-fonte]

Papel Tipo Vocal Elenco Original, 30 de abril de 1728
Tolomeo, antigo dinasta do Egito Alto Castrato Senesino
Seleuce, esposa de Tolomeo soprano Francesca Cuzzoni
Elisa, irmã de Araspe Soprano Faustina Bordoni
Alessandro, irmão de Tolomeo Alto castrato Antonio Baldi
Araspe, Rei de Chipre Baixo Giuseppe Maria Boschi

Sinopse[editar | editar código-fonte]

A história se passa em Chipre, por volta do ano 108 AC, durante o reinado de Ptolomeu IX (Tolomeo), rei do Egito deposto por sua mãe e co-regente do país, Cleópatra III em favor de seu irmão mais novo, Ptolomeu X (Alessandro). Tolomeo vive secretamente em Chipre sob o disfarce de Osmin(o), um pastor. Sua esposa, Seleuce, havia sido mandada para a Síria por Cleópatra. Mas Seleuce sofre um naufrágio e todos acreditam que ela esteja morta. Porém, conseguindo se salvar, ela foge para Chipre também disfarçada de pastora (Delia), em busca de seu marido.

Ato I[editar | editar código-fonte]

Tolomeo se acha nas praias de Chipre e encontra seu irmão Alessandro. Este veio a mando de Cleópatra, sua mãe, com um grande exército e ordens de matar seu irmão. Na verdade, Alessandro gostaria de conduzir o irmão de volta ao trono do Egito. Tolomeo, reconhecendo Alessandro, pensa em matá-lo, mas não tem forças para isso. Tolomeo, se disfarça sob o nome de Osmin para se proteger do Rei de Chipre, Araspe, aliado de Cleópatra. Ele é protegido por Elisa, irmã do Rei. Alessandro declara seu amor por Elisa, mas ela ama "Osmin". Mas, quando Elisa e Osmin conversam, fica claro que ele ama Seleuce, sua esposa, que ele acredita estar perdida. Quando fica só, Tolomeo pensa em se matar. Aparece Seleuce, também disfarçada sob o pseudônimo de Delia. Ela canta sua desgraça e, em seguida, vislumbra Tolomeo, mas é obrigada a fugir quando surge Araspe, que a persegue com intenções amorosas. O ato se encerra com Tolomeo pensando em Seleuce e desejando que ela surgisse diante dele para aliviar sua dor.

Ato II[editar | editar código-fonte]

Tolomeo se desespera, declara a Elisa que não é Osmin e sim o governante deposto do Egito. Elisa convence Araspe a trazer Delia diante deles. Quando isso acontece, Tolomeo declara seu amor por sua mulher. Para protegê-lo, Elisa diz não entender o que Tolomeo/Osmin está dizendo. Intimamente, ela se lamenta, expressando sua dor. Tolomeo reitera que não ama Elisa e sai. Entra Alessandro, declarando seu amor por Elisa uma vez mais. Elisa afirma que a condição para retribuir esse amor é que ele mate seu irmão. Seleuce canta um novo lamento e Tolomeo faz eco a essa canto ao fundo. Araspe surge em cena e tenta sequestrar Seleuce. Tolomeo não se contém e sai em defesa de sua esposa. Ele revela sua identidade e Araspe canta de forma rude, afirmando que irá punir o casal. Tolomeo e Seleuce são deixados a sós e cantam pela primeira vez em sincronia.

Ato III[editar | editar código-fonte]

Alessandro recebe uma carta trazendo a notícia da morte de sua mãe. Ele diz que ela pagou o preço por sua crueldade. De alguma forma, Araspe acredita que Alessandro deseja voltar para o Egito com seu irmão para encontrar uma forma de matá-lo, mas precisa de alguém para executar seu plano. Araspe se acha a pessoa indicada para isso. Elisa obriga Seleuce a desistir de Tolomeo em favor dela mesma dizendo que, de outra forma, ele morrerá. Tolomeo rejeita Elisa uma vez mais. Ela diz que se ele é tão corajoso para rejeitá-la, então ele deveria também ser corajoso o batante para tomar veneno. Ele de fato toma e descreve os efeitos da poção. Em seguida, parece morrer. Alessandro encontra-se em um lugar remoto com Seleuce e promete reuni-la a seu irmão, Tolomeo. Araspe, triunfante, mostra o corpo para Alessandro. O Rei acredita que, agora, Seleuce será sua, mas Elisa revela que a poção tem apenas um efeito sonífero e que, agora, irá punir Seleuce e fazê-la morrer. Nesse momento, Tolemeo desperta e Alessandro conduz Seleuce até ele. A ópera termina com total reconciliação em um quarteto que celebra a ideia de que, quando o sofrimento se transforma em alegria, tudo pode ser perdoado.

Notas[editar | editar código-fonte]

<references \>

  1. ↑ Dean, Winton. Handel's Operas, 1726-1741. [S.l.]: Boydell Press, 2006, p. 112.