Tonho Dionorina

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Tonho Dionorina
Nascimento 15 de dezembro de 1952
Jussari
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação professor, cantor, compositor

Tonho Dionorina, como é conhecido Antonio Evaldo Barboza Machado (Jussari, 15 de dezembro de 1952), é um professor, cantor, compositor e violonista brasileiro radicado em Feira de Santana, expoente do reggae na Bahia e "um dos grandes mestres do reggae nacional" no dizer do professor Danilo Cruz.[1]

Assim como outros artistas expoentes do reggae baiano, Dionorina retrata a diáspora africana, e busca encontrar elementos que unem o continente das origens ancestrais com os países que os receberam e, ainda, "uma ligação entre a Bahia, a Jamaica e a África porque nos três lugares existe uma grande parte da população negra e se produz cultura negra. Ele compara seu próprio bairro (a Rua Nova em Feira de Santana, cidade próxima a Salvador), que ele chama de 'gueto negro', a esses outros 'lugares negros' no mundo: 'Um gueto em Angola, e um gueto na Bahia têm quase os mesmos costumes, os mesmos hábitos, são casas semelhantes, homens negros e mulheres negras semelhantes. (…) Na minha cidade baiana tem momentos e lugares semelhantes à Jamaica".[2] É considerado "um dos ícones do reggae" brasileiro.[3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Cresceu na cidade de Feira de Santana, para onde se mudou aos dez meses de idade; a música era presença familiar: seu avô Cirilo José Santiago, compositor e instrumentista, era o regente da filarmônica em Feira; o tio Carlos Santiago (cantor em rádios e auditório) foi quem lhe deu as primeiras aulas de violão e o levava a se apresentar nas emissoras de rádio locais; ainda em Feira recebeu o apelido: Tonho "de Honorina", referência à mãe.[4]

Mais tarde passou a se apresentar em shows e casas noturnas, inicialmente na capital baiana e a seguir no Rio de Janeiro; de volta à Bahia em 1974, decide completar sua formação erudita, tornando-se solista pela Universidade Federal da Paraíba (1977), depois de graduar-se pela Universidade Estadual de Feira de Santana em Teoria Musical e Percepção Artística.[4]

Na cidade de Feira passa a compor jingles e temas e trilhas musicais, como os realizados para a TV Subaé (retransmissora local da rede Globo), em filmes como "Cenas do Rio" de Leon Kassid, ou "Rádio GoGo", em várias peças teatrais e para o grupo de balé Eart-Ba, vencendo duplamente o Troféu Caymmi de 1993 com o show "Música das Ruas" e a canção "Porrada de Polícia", que lhe permitiram a gravação do primeiro CD.[4]

Dionorina participou de vários projetos musicais no país, além de apresentações internacionais, e foi professor de violão para crianças em Feira de Santana durante treze anos.[4] Em abril de 2020, em face da pandemia de Covid-19, esteve à frente junto a outros artistas e com apoio de várias entidades, de manifesto junto ao prefeito de Feira para o apoio emergencial à classe artística, bem antes do advento da Lei Aldir Blanc.[5]

Na análise de Danilo Cruz, Dionorina é "dono de um timbre vocal delicioso e de uma força de composição muito ampla", e seu disco de estreia "Música das Ruas" traz composições marcantes como "Porrada de Polícia" e a música que dá título ao disco, além de uma regravação de Nego Dito de Itamar Assumpção que revela a "sua potência como intérprete".[1]

Discografia[editar | editar código-fonte]

Dionorina traz versos de impacto, como os que dizem, na música-título de seu primeiro álbum: “música das ruas, lamento dos guetos, sou a verdade, alma nua, sou reggae a fúria dos ventos”, "um clássico imortal".[1] Seus discos são:

  • Música das Ruas (1994)
  • Dionorina: Nu (2011)
  • Festival de Reggae: Tributo a Bob Marley (Ao vivo)
  • Reggae por Nós

Referências

  1. a b c Danilo Cruz (3 de julho de 2023). «Dionorina – Música das Ruas (1994), in: 10 discos pra entender o reggae baiano, confira!». Oganpazan. Consultado em 3 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 4 de agosto de 2023 
  2. Sterre Uiterwijk (2009). «Songs of Freedom: the construction of black identity by afro-brazilian songwriters» (em inglês). Universidade de Utrecht. Consultado em 3 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 3 de agosto de 2022 
  3. «Dionorina comemora aniversário no palco da programação natalina nesta sexta». Prefeitura Municipal de Feira de Santana. 15 de dezembro de 2023. Consultado em 4 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 15 de dezembro de 2023 
  4. a b c d Antônio Carlos da Fonseca Barbosa (16 de dezembro de 2013). «Diorina». Ritmo Melodia. Consultado em 11 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 11 de outubro de 2020 
  5. Cid Fiúza (17 de abril de 2020). «Representantes protocolam manifesto em apoio à classe artística de Feira de Santana». Rede GN. Consultado em 12 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 12 de outubro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]