Transporte em Montreal

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Rodovia 40 (autoroute 40), na altura de chemin de la Côte-de-Liesse.
Montreal é uma cidade onde o transporte público é bem desenvolvido. De fato, em 2003, em torno de 33% da população ativa declarou utilizá-lo para ir ao trabalho, 52,5% usando o carro (4,3% como passageiro) e 8,2% a pé.[1] Em 2006, o uso do automóvel passou a 68%, o transporte público para 22% e o transporte ativo (a pé, bicicleta) para 10% segundo a ASSSM[2]. Apesar do bom sistema de transporte público, a taxa de utilização é mais baixa em relação a países como Suécia (41%), Dinamarca (46%) e Holanda (46%); mas mais alta que nos Estados Unidos (7%).
No plano de qualidade do ar, medido pelo índice IQA, a rede rodoviária é responsável por 73% das emissões de monóxido de carbono, tendo o transporte aéreo uma representatividade de apenas 4%. Esta baixa taxa para o transporte aéreo é devida às exigentes normas de controle governamental para este meio de transporte. Ainda segundo a ASSSM, a mortalidade relacionada a poluição do ar chega a 1.500 pessoas por ano.
O transporte público de Montreal é gerenciado pela Société de transport de Montreal (STM). Esta rede inclui ônibus e metrôs. Os serviços de trem são administrados por outra companhia, a AMT.

Aeroportos[editar | editar código-fonte]

Aeroporto internacional Pierre-Elliott-Trudeau de Montréal

A cidade é servida por dois aeroportos internacionais:

  • Aeroporto Pierre-Elliott-Trudeau (antigamente, aeroporto Dorval) para transportes de passageiros;
  • Aeroporto de Mirabel para fretes e cargas.

Transporte marítimo[editar | editar código-fonte]

O rebocador Daniel McAllister.
O porto de Montreal, situado a margem do rio São Lourenço, ao sudeste da ilha, é o segundo porto mais importante do Canadá, atrás apenas do porto de Vancouver. Em relação ao tráfego de contêineres, é o maior do país. Ele recebe grandes navios oceânicos e também barcos menores com destino aos Grandes Lagos. Em 2010, mais de 40.000 passageiros transitaram pelo porto, assim como mais de 26 milhões de toneladas de mercadorias.[3][4]

Rede ferroviária[editar | editar código-fonte]

Rede de trens de longa distância[editar | editar código-fonte]

A empresa Via Rail, cuja sede localiza-se em Montreal desde 1984,[5] é responsável pela rede de trens para passageiros para outras cidades canadenses como Quebec, Ottawa e Toronto.[6]
A empresa americana Amtrak liga Montreal a Nova Iorque com trems diários.[7]

Transporte de carga[editar | editar código-fonte]

As empresas Chemin de fer Canadien Pacifique (CFCP) e Compagnie des chemins de fer nationaux du Canada (CN) exploram os serviços de transporte ferroviário de carga doméstico e também os com destinos aos Estados Unidos.

Transporte público[editar | editar código-fonte]

Trens de periferia[editar | editar código-fonte]

Trens de periferia na Estação Central
Montreal é servida por uma rede de trens de periferia que comporta atualmente seis linhas:
  • Ligne Deux-Montagnes ;
  • Ligne Vaudreuil–Hudson ;
  • Ligne Saint-Jérôme ;
  • Ligne Mont-Saint-Hilaire ;
  • Ligne Candiac ;
  • Ligne Mascouche.
Seis estações efetuam a conexão com a rede de metrô: Lucien-L'Allier, Vendôme, Bonaventure, Parc, Sauvé e Dela Concorde.
As tarifas são fixadas em função das zonas específicas, indo de 1 a 8, segundo a distância do centro da cidade. Para utilizar os trens de periferia, os usuários devem portar o cartão TRAIN ou um tíquete-trem (zonas 4 a 8). Os usuários podem igualmente portar um cartão TRAM (zonas 1 a 8) ou um tíquete (zonas 1 a 3), dando acesso adicional aos ônibus e metrôs de Montreal.
A linha Mascouche, originalmente linha do Trem do Leste, foi inaugurada em 1º de dezembro de 2014.[8]

Estações ferroviários patromônio:

  • A estação Central, sobre o boulevard René-Lévesque, designada em 1995;
  • A estação Windsor, sobre a avenida dos Canadiens-de-Montreal, designada em 1990.

Metrô[editar | editar código-fonte]

Estação Berri-UQAM em horário de pico.
A cidade é servida por uma rede de metrô inteiramente subterrânea que conta atualmente com 68 estações que se estendem por 71 km.[9] No primeiro trimestre de 2011, o metrô transportou uma média de 1.111.700 passageiros por dia.[10] Esta rede liga a ilha de Montreal ao sul do rio São-Lourenço e ao norte na cidade de Laval. Ela é gerenciada pela STM (Société de transport de Montréal).
Inaugurada em 1966[9] para a Exposição Mundial que ocorreu no ano seguinte, este foi o primeiro metrô do mundo a utilizar um sistema de rolagem pneumática, ao contrário de trilhos de metal. Ele foi inspirado na rede de metrô de Paris, com colaboração de engenheiros da RATP e da Michelin.
Montreal foi pioneira na instalação de arte pública nas estações. Em quase todas, figuram centenas de obras de arte nos corredores e plataformas. Estas obras incluem pinturas, esculturas e murais de artistas famosos.[11]

Ônibus[editar | editar código-fonte]

Um Nova Bus LFS articulado da STM.
A rede de ônibus de Montreal é bastante desenvolvida[12] e conta com 169 linhas durante o dia e 20 trajetos noturnos. Em 22 de novembro de 1919 foi inaugurado a primeira linha de ônibus de Montreal, na rua Saint-Etienne, sendo o antigo acesso principal da ponte Victoria.
Um translado operado pela STM (Société de transport de Montreal) liga o aeroporto Pierre-Elliott-Trudeau ao centro de Montreal, pela estação central Berri-UQAM. Este ponto é igualmente o centro principal de chegadas e partidas de outros ônibus com destinos a diferentes regiões de Quebec, do Canada e dos Estados Unidos.

Ônibus de leito[editar | editar código-fonte]

O ponto de partida e chegada dos ônibus de leito em Montreal é na Estação "Gare d'autocars", situada no centro da cidade.

Rede rodoviária[editar | editar código-fonte]

Mapa das rodovias de Montreal
secundária
10
13
15 Route 117
19 Route 148
20 coletivamente:

520, 720

25
40 desvio:

440, 640

A ilha de Montreal comporta numerosos acessos rodoviários importantes. A rodovia 640 é designada como a rota de desvio ao norte, permitindo evitar de atravessar a cidade. Entretanto, ela não está completa, já que ainda não foi ligada a estrada principal 40 na sua extremidade.[13]
A rodovia 720, cravada diretamente abaixo dos arranhas-céu do distrito financeiro e do bairro internacional, é também conhecida sob o nome de estrada-túnel Ville-Marie. Sua construção marcou uma etapa importante da história do desenvolvimento do centro da cidade de Montreal. Ela começa a partir da estrada 15 ao oeste do centro e permite evitar os inúmeros semáforos da cidade e desemboca ao leste, sobre a rua Notre-Dame que beira o rio e leva até a extremidade leste da ilha de Montreal.
Contrariamente do reste de Quebec e de boa parte da América do Norte, as curvas a direita no farol vermelho são proibidas em toda a ilha de Montreal.[14]

Pontes[editar | editar código-fonte]

A ponte Champlain
Montreal é uma ilha no meio de três cursos de água que não são acessíveis ao resto do continente, a não ser pelas inúmeras pontes e túneis. A rede viárias e ferroviária se comunica com o norte e sul por 27 pontes e túneis, permitindo o movimento de passageiros e mercadorias através dos rios. O tráfego das pontes, suas condições, qualidade e manutenção são temas de muita polêmica da opinião pública.

Em 2005, o governo anunciou a intenção de construir uma nova ponte para ligar a rodovia 25 até Laval, com a ajuda de parceiros público-privados. Esta construção é alvo de críticas de ambientalistas, que preferem o investimento em transporte público no lugar de novas pontes.[15]

A ponte Champlain, que está em condições precárias e leva a um alto custo de manutenção já tem seu fim decretado. Uma nova ponte mais moderna está sendo construída em seu lugar e ficará pronta até 2018. Quando a nova ponte estiver aberta ao pública, a ponte Champlain será demolida.

Táxis[editar | editar código-fonte]

Montreal possui mais de 420 pedidos em espera e em torno de 4.400 táxis gerenciados por 23 associações. Cada ano, em torno de 37 milhões de corridas são feitas em táxis. Em janeiro de 2012, a tarifa era de $ 3,45 de base, sendo aumentada em $ 1,70 para cada quilômetro rodado. Adicionais de $ 0,63 por minutos de espera são aplicados.
Existe também uma tarifa especial para o aeroporto Pierre-Elliott-Trudeau, que consiste em uma tarifa de $ 40 por corrida ao centro. A duração do trajeto é de 20 minutos.
Para assegurar a fluidez da circulação dos táxis, eles são autorizados a circular em certas vias reservadas.

Bicicleta[editar | editar código-fonte]

Bicicletas em horário de pico
Montreal possui uma rede de ciclovias de mais de 650 km,[16] desenvolvida sobretudo no sudoeste da ilha. A rede é ligada a rota verde de Quebec, itinerário de ciclovias que chegará ao seu término em 4.300 km, fazendo este o maior itinerário de ciclovias das Américas.
Montreal possui desde maio de 2009, uma rede de bicicletas para locação chamada BIXI (contração de bicicleta e táxi). Quando colocada em operação em 2009, a rede contava com 3.000 bicicletas e 300 estações instaladas[17].

Carros[editar | editar código-fonte]

Para as pessoas que necessitam de um veículos de forma pontual, a cidade dispõe de vários serviços de locação e compartilhamento de carros.
Entre as empresas de compartilhamento, há a Communauto e a Amigo Express. Para locação, grandes empresas como Hertz, Avis e Budget estão localizadas na cidade.

Estacionar o carro nas ruas de Montreal pode ser complicado, já que as vagas são escassas, principalmente no centro. Estacionamentos públicos e privados podem ser encontrados e os preços costumam ser alto.

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  1. Ville de Montréal (2003). Ville de Montréal, ed. Moyens de déplacement domicile - travail (PDF). Montréal: Atlas démographique et socio-économique de Montréal 
  2. Louis-Gilles Francœur, « Montréal victime de l’auto - Les autorités proposent un sérieux coup de barre pour protéger la santé publique », Le Devoir,‎ , A1 et A10
  3. Port de Montréal. «Port de Montréal - Statistiques du trafic annuel 2009-2010 (tonnes métriques)». Port de Montréal. Consultado em 14 de junho de 2011. Arquivado do original em 28 de março de 2006 
  4. Port de Montréal. «Port de Montréal - Statistiques du trafic des croisières 2006-2010». Port de Montréal. Consultado em 14 de junho de 2011. Arquivado do original em 28 de março de 2006 
  5. «About VIA Rail». VIA Rail. Consultado em 15 de fevereiro de 2016 
  6. «Governance and Reports». VIA Rail. Consultado em 15 de fevereiro de 2016 
  7. «Amtrak - Routes & Stations». www.amtrak.com. Consultado em 15 de fevereiro de 2016 
  8. «Premier départ du train de l'Est à Mascouche». lapresse.ca (em Français). 1 de dezembro de 2014. Consultado em 3 de dezembro de 2014 
  9. a b Société de transport de Montréal (2011). Rapport de développement durable 2010 (PDF). Montréal: [s.n.] p. 6. Consultado em 31 julho 2011. Arquivado do original (PDF) em 14 de junho de 2013 
  10. American Public Transportation Association (maio 2011). APTA Transit Ridership Report: First Quarter 2011 (PDF) (em inglês). Washington, D.C.: [s.n.] p. 29. Consultado em 31 julho 2011 
  11. Société de transport de Montréal. «L'art dans le métro». Consultado em 31 julho 2011 
  12. Ver : Société de transport de Montréal (2008). STM, ed. Plan du réseau 2008 (PDF). Montréal: [s.n.] 1 páginas 
  13. Numérotation des routes et des sorties d’autoroutes Arquivado em 5 de fevereiro de 2007, no Wayback Machine., Transports Québec
  14. Québec, ministère des Transports. «Virage à droite au feu rouge». Ministère des Transports du Québec. Consultado em 31 julho 2011 [ligação inativa]
  15. Communiqué du gouvernement sur l’autoroute 25 Arquivado em 12 de outubro de 2007, no Wayback Machine., 22 décembre 2005
  16. Pour une carte complète du réseau cyclable montréalais, voir le site Internet de Vélo Québec
  17. François Cardinal, « Les stations Bixi piquent la curiosité », La Presse,‎ (ISSN «0317-9249». worldcat.org , lire en ligne)

Anexos[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]