Urbanus proteus

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"Lagarta-cabeça-de-fósforo"[1]
Urbanus proteus
Urbanus proteus
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Família: Hesperiidae
Subfamília: Eudaminae
Gênero: Urbanus
Espécie: U. proteus
Linnaeus, 1758
Subespécie: U. proteus proteus
U. proteus domingo (Scudder, 1872)

Urbanus proteus (também conhecida como lagarta das folhas ou cabeça-de-fósforo[2]) é uma espécie de borboleta que pertence ao gênero Urbanus, bastante comum em todo o continente americano, dos Estados Unidos à América do Sul.

Tem um ciclo vital de um mês de duração, no qual metade refere-se à fase larval.[3]

A U. proteus pode ser considerada uma praga para algumas espécies vegetais, sendo sua lagarta facilmente reconhecidas pela presença de três linhas longitudinais no corpo e uma grande cabeça em forma de cápsula,[2] de cor escura; já os adultos são reconhecidos pelo prolongamento em forma de cauda na asa posterior, além de reflexos azulados nas asas posteriores, que se destacam assim como as várias manchas brancas, translúcidas e quadriculadas, sobre a coloração marrom.[4][3]

Habitat e ocorrência[editar | editar código-fonte]

É uma espécie neártica e neotropical (climas temperado e tropical); é encontrada desde a Argentina, na América do Sul, passando pela América Central até a parte sul dos Estados Unidos (em estados como Texas e Flórida), no verão entretanto pode ser encontrada em estados mais ao norte, como Nova York (onde não sobrevivem muito tempo em razão do clima frio).[5]

Assim pode-se dizer que tem hábitos suburbanos, de baixa altitude, sendo encontrada em ambientes de savana ou pastagens, chaparral e florestas.[5]

Descrição[editar | editar código-fonte]

As fêmeas colocam aproximadamente vinte ovos, na página inferior das folhas, ocorrendo de duas a três posturas por ano.[1] Um a seis ovos são colocados por folha,[2] formando pequenos grupos.[3] Cada ovo é esférico, com diâmetro de cerca de 1 mm, possui inicialmente a cor branca que com o tempo se torna amarelado, eclodindo após cerca de seis dias da postura.[1]

Lagarta-cabeça-de-fósforo.

Com cinco ínstares, o ciclo de vida dura em torno de trinta dias; as larvas são esverdeadas com faixas laterais amarelas e uma faixa estreita marrom no dorso, além de ter o corpo salpicado de manchas pretas; A cabeça bastante desenvolvida é de cor escura, em tom marrom-avermelhado; com duas a três semanas de vida a lagarta forma a pupa.[1] Esta é construída com pedaços de folhas e fios de seda.[5]

A pupa (feita de fios de seda e pedaços de folha) com a cobertura de pó ceroso esbranquiçado.

A fase pupal dura de uma a três semanas, e mede cerca de 20 mm; sua cor inicial é esverdeada até tornar-se marrom, coberta com secreção cerosa alva.[1] Para abrigar-se nesta fase ela dobra uma folha a partir das margens, formando uma câmara da qual saem eventualmente para se alimentar.[2]

Durante esta fase a lagarta pode ser atacada por alguns parasitas, que servem ao controle natural da espécie, a exemplo do Apanteles sp. e do Winthemia sp..[6]

Fase adulta[editar | editar código-fonte]

Adulto alimentando-se de néctar.

Os adultos, que possuem envergadura de 4 a 6 cm, alimentam-se de néctar e os machos localizam as fêmeas graças aos feromônios que esta emitem.[1]

As asas são de cor predominante marrom na face inferior; a face superior possui iridescência azulada na base posterior; as asas posteriores terminam em um prolongamento e apresentam manchas brancas na porção anterior, em formato quadrangular.[1]

Apresentam a presença de pelos ao longo do corpo, com tufos maiores na base de suas antenas, que possuem a ponta curva.[5]

São pouco tolerantes ao clima frio e a grandes altitudes, realizando migrações conforme as estações do ano, ocorrendo durante todo o ano.[1]

O acasalamento ocorre na primavera em locais de clima definido; os machos percebem as fêmeas por meio do olfato, quando então se posicionam em posição de espera na folhagem a uma altura de um a dois metros a partir do chão e aguardam a passagem das fêmeas; eles então realizam uma dança de acasalamento que se dá numa espiral ascendente até que, finalmente, caem ao chão onde se acasalam.[5] Em razão deste comportamento dá-se a localização por meio olfativo, visual e tátil.[5]

Impacto agrícola[editar | editar código-fonte]

A "lagarta-cabeça-de-fósforo" ataca espécies vegetais como Glycine max, Phaseolus sp., Amphicarpa bracteata, Desmodium sp., Clitoria sp. e Wisteria sp., das quais se alimentam das folhas em todas as fases de desenvolvimento da planta.[1] Em culturas como o feijão, entretanto, ela raramente ocorre em população suficiente para causar impacto econômico significativo.[2] O impacto decorre do desfolhamento com a alimentação das larvas, bem como pelo enrolamento das folhas quando estas entram na fase de pupa.[3]

Em razão do impacto pode ser considerada uma praga e o controle pode ser feito por meio biológico (com predadores naturais como percevejos Pentatomidae, moscas Tachinidae e vespas Polistes ou com o vírus de poliedrose nuclear) ou químico.[1]

Referências[editar | editar código-fonte]

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  1. a b c d e f g h i j «Urbanus proteus». Defesa Vegetal. Consultado em 27 de abril de 2018. Cópia arquivada em 27 de abril de 2018 
  2. a b c d e Eliane Dias Quintela. «Pragas desfolhadoras». Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Consultado em 27 de abril de 2018. Cópia arquivada em 27 de abril de 2018 
  3. a b c d Henrique José da Costa Moreira; Flávio Damasceno Aragão (2009). «Manual de Pragas da Soja» (PDF). Agrolink. Consultado em 27 de abril de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 24 de abril de 2016 
  4. Institucional. «Urbanus proteus». Insetário Virtual - Faculdade INGÁ. Consultado em 27 de abril de 2018. Cópia arquivada em 27 de abril de 2018 
  5. a b c d e f Jessica Palmer. «Urbanus proteus». Animal Diversity Web (University of Michigan). Consultado em 27 de abril de 2018. Cópia arquivada em 27 de abril de 2018 
  6. N.W. Perioto; R.I.R. Lara; T.C. da Silva (2003). «Ocorrência de Urbanus proteus (Linnaeus, 1758) (Lepidoptera, Hesperiidae) e de seu parasitoide Apanteles sp. (Hymenoptera, Braconidae) em cultura de soja (Glycine max (L.) Merrill - Fabaceae) em Ribeirão Preto, SP, Brasil» (PDF). Instituto Biológico de São Paulo. Consultado em 27 de abril de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 27 de abril de 2018