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Edileuza Penha de Souza (Cachoeiro de Itapemirim) é uma professora, escritora e documentarista brasileira negra. Os seus filmes ganharam vários prémios, dos quais se destacam Filhas de Lavadeira (2019), que ganhou os prémios de melhor curta-metragem documental da 25ª edição do Festival É Tudo Verdade, em 2020 e, em 2021, e melhor filme pelo júri do Grande Prémio do Cinema Brasileiro 2021, da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais (ABCAA), na mesma categoria.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Edileuza Penha de Souza nasceu em Cachoeiro do Itapemirim, e cresceu em Grande Vitória.[1][2]

Em 1994, graduou-se em História pela Universidade Federal do Espírito Santo. Em 2005, terminou o mestrado em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia e em 2013 tornou-se Doutora em Educação pela Universidade de Brasília. O seu percurso académico ainda inclui um pós-doutoramento em Comunicação, também pela Universidade de Brasília.[2][3][4]

Fez uma especialização em documentário na Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de los Baños (EICTV/Cuba). Ainda neste país, participou como roteirista e diretora em várias produções, entre elas, em 2014, a curta-metragem premiada Teresa, uma co-produção entre Brasil, Cuba, México e Venezuela.[4][5]

Após se formar em história, na década de 90, Edileuza foi professora da educação básica em zonas periférica, para uma maioria de alunos e alunas negras, e aproveitou essa ocasião para falar de questões raciais através do cinema, nomeadamente através da visibilidade negra.[6]

Posteriormente, o Ministério da Educação convidou Edileuza para trabalhar na implementação da Lei Federal 10639 de 2003, que determinava o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira na educação básica, o que a levou a mudar-se para Brasília.[5]

A partir de 2006 tornou-se também investigadora na área de cinema, nomeadamente em Cinema Negro no Brasil e no Continente Africano.[2][5]

Tornou-se também professora da Universidade de Brasília, lecionando disciplinas de Pensamento Negro Contemporâneo (PNC) e Etnologia Visual do Negro no Cinema (ETNOVIS), e do Instituto Federal de Brasília (Recanto das Emas).[2][7]

Em 2014, Edileuza realizou com fundos próprios a curta-metragem Mulheres de Barro, com os testemunhos de doze mulheres paneleiras e congueiras de Goiabeiras Velhas, em Espírito Santo.[5][8]

Em 2019 realizou uma outra curta-metragem documental Filhas de Lavadeiras, a partir da obra de Maria Helena Vargas, pela primeira vez com apoio do edital de Cultura do Distrito Federal.[3]

Foi ainda a idealizadora, curadora e coordenadora da Mostra Competitiva de Cineastas e Produtoras Negras Adélia Sampaio, curadora do Festival de Cinema do Paranoá (DF) e da Mostra de Cinema da Cova, em Lisboa.[3][4][5][9]

A 3 de novembro 2020, foi convidada para dar a conferência de abertura do Seminário Nacional de Educação das Relações Étino-Raciais, realizado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da Universidade Federal do Espírito Santo, com o título Territórios Educacionais e Lutas Antirracistas.[3]

Em entrevista ao Século Diário, em 2020, resumiu a sua visão para o cinema:

Sou uma mulher negra, filha de lavadeira, que gosta muito de cinema e acredita que o cinema é uma arma que nós negros sabemos usar, uma ferramenta para novos olhares, para permitir a nossas crianças e adolescentes sonhar que outro mundo é possível, mais fraterno e igualitário e sem racismo[3]

A 10 de maio de 2022, no âmbito da comemoração dos 10 anos do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Edileuza Penha de Souza foi convidada para uma Aula Magna.[10]

Reconhecimento e prémios[editar | editar código-fonte]

Os seus filmes ganharam vários prémios, destacando-se:

  • Mulheres de Barro (2014), uma curta-metragem documental distinguida com o prémio de melhor montagem no Festival de Avanca, Portugal, em 2015. [8]
  • Filhas de Lavadeira (2019), uma curta-metragem documental premiado na 25ª edição do Festival É Tudo Verdade, em 2020 e, em 2021, pelo júri do Grande Prémio do Cinema Brasileiro 2021, da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais (ABCAA).[3][4][5][7]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Oliveira, Tainá Alves Carvalho de (2023). «Precisamos contar as nossas próprias histórias: um artigo sobre a cineasta Edileuza Penha de Souza e suas vivências enquanto mulher negra produtora de audiovisual no Distrito Federal (DF)» (PDF). Universidade de Brasília, Faculdade de Comunicação. Consultado em 27 de maio de 2024 
  2. a b c d «Edileuza Penha de Souza - Academia.edu». independent.academia.edu. Consultado em 27 de maio de 2024 
  3. a b c d e f «Capixaba conquista prêmio importante do cinema nacional». Século Diário. Consultado em 27 de maio de 2024 
  4. a b c d «Diretora de curta premiado destaca a importância do FAC». www.agenciabrasilia.df.gov.br. Consultado em 27 de maio de 2024 
  5. a b c d e f «"Nossas histórias devem ser contadas por nós mesmas", professora Edileuza de Souza». Instituto Federal de Brasília - Ministério da Educação. 9 de dezembro de 2021. Consultado em 27 de maio de 2024 
  6. «Semana da Consciência Negra: documentarista e professora do DF busca espaço para narrativas que abordem questões sociais». G1. 21 de novembro de 2020. Consultado em 27 de maio de 2024 
  7. a b Daehn', 'Ricardo (9 de outubro de 2020). «'Pretendia fazer um filme a que minha mãe pudesse assistir', diz Edileuza Penha». Diversão e Arte. Consultado em 27 de maio de 2024 
  8. a b Silva, Carolinne Mendes da; Nascimento, Renata Melo Barbosa do (27 de março de 2024). «A obra de Edileuza Penha de Souza: uma análise de Mulheres de Barro (2014) e Filhas de Lavadeiras (2019)». DOC On-line (35): 77–93. ISSN 1646-477X. Consultado em 27 de maio de 2024 
  9. WEB (http://www.kgrnet.com.br), kgrnet Soluções. «InC | Instituto de Cinema | Cursos de Cinema e Atuação». Instituto de Cinema. Consultado em 27 de maio de 2024 
  10. «Aula Magna com Edileuza Penha de Souza». Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Consultado em 27 de maio de 2024