Usuária:Monalisatreveri/João Biehl

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João Guilherme Biehl é um antropólogo brasileiro, professor na Universidade de Princeton, [1] [2] onde também é codiretor do Programa de Saúde Global e Políticas de Saúde e atua como pesquisador visitante na Escola de Ciências Sociais do Instituto de Estudos Avançados. Ele é especializado em antropologia médica, e seus interesses incluem estudos sociais da ciência e da religião, antropologia psicológica, globalização e desenvolvimento, saúde global, métodos etnográficos, teoria crítica e sociedades brasileiras e latino-americanas.

Vida[editar | editar código-fonte]

Biehl cresceu nas favelas no entorno da cidade de Novo Hamburgo, no sul do Brasil, depois de migrar do interior com seus pais e irmã, aos quatro anos de idade. Desde cedo demonstrou interesse pela educação, entrando na primeira série e concluindo o ensino fundamental um ano antes da maioria das outras crianças de Novo Hamburgo. Ele cita sua paixão por contar histórias como resultado de receber livros de Natal quando criança, um bem raro para famílias pobres nas favelas.

Após concluir o Ensino Médio, começou a estudar jornalismo e teologia em duas instituições acadêmicas diferentes, juntamente com grego e alemão, história da igreja, filosofia e teologia sistemática em Porto Alegre. Concluiu seu Bacharelado em Teologia pela Escola Superior de Teologia da IECLB e o de Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ambos em 1985. Fez Mestrado em Filosofia na Universidade Federal de Santa Maria, concluindo-o em 1991, e em Antropologia, na Universidade da Califórnia (Berkeley), finalizando-o em 1994. Dois anos depois, obteve o Doutorado em Religião em Berkeley. Concluiu o segundo Doutorado, em Antropologia, na mesma instituição em 1999. Efetuou pós-doutorado no Instituto Nacional de Saúde Mental da Universidade de Harvard no Departamento de Antropologia e no Departamento de Saúde Global e Medicina Social de 1998 a 2000.

Realizações[editar | editar código-fonte]

João Biehl foi membro do Instituto de Estudos Avançados de Princeton (2002–03 e 2005–06) e professor visitante na Escola Prática de Altos Estudos, Paris (2004). Atualmente é professor de Antropologia em Princeton, onde leciona antropologia médica e cursos sobre ciência, tecnologia e sociedade, globalização cultural e teoria social. Também é o co-diretor do Programa de Saúde Global e Políticas de Saúde e detém uma cátedra no Conselho de Humanidades.

Atualmente coordena uma parceria de pesquisa e ensino entre a Universidade de Princeton e a Universidade de São Paulo centrada na saúde global e na antropologia da saúde e da medicina, juntamente com uma rede colaborativa sobre "Raça e Cidadania nas Américas".

Biehl escreveu dois livros em inglês: Vita: Life in a Zone of Social Abandonment (2005) e Will to Live: AIDS Therapies and the Politics of Survival (2007), baseados em estudos etnográficos da experiência e tratamento da doença mental e HIV/AIDS, respectivamente. Em ambos, o pesquisador explora a marginalização que surge ao lado da globalização farmacêutica, bem como as redes de cuidados que os pacientes urbanos pobres criam em suas lutas diárias para sobreviver.

Biehl é co-editor de When People Come First: Critical Studies in Global Health e Subjectivity: Ethnographic Investigations, e da série de livros Critical Global Health.

Ele está escrevendo a história de uma guerra fratricida — a guerra Mucker — que ocorreu entre os imigrantes alemães em 1874 no sul do Brasil . Sua pesquisa etnográfica tem como foco os crimes domésticos e a monetarização dos laços de parentesco naquela região.

Em português, publicou:

  • Entre as Montanhas (Literalis, 2004), Clandestino: No Cotidiano e na Teologia (Vozes/Sinodal, 1990)
  • Igual pra Igual: Um Diálogo Crítico entre a Teologia da Libertação e as Teologias Negra, Feminista e Pacifista (Vozes/Sinodal, 1987)
  • Tudo a Ver: Uma Viagem Sem Roteiros pela América do Sul" (Sinodal, 1987)

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Vita ganhou seis prêmios de livros, incluindo o Margaret Mead Award da Associação Americana de Antropologia. "Will to Live" recebeu a Medalha Wellcome da Royal Anthropological Society da Grã-Bretanha e o Prêmio Diana Forsythe da Associação Americana de Antropologia. Biehl recebeu o Presidential Distinguished Teaching Award da Universidade de Princeton em 2005 e o Graduate Mentoring Award em 2012. Sua pesquisa foi apoiada por doações da Fundação Memorial John Simon Guggenheim, da Fundação John D. and Catherine T. MacArthur, da Fundação Wenner-Gren, a Fundação Ford, a Iniciativa Grandes Desafios da Saúde de Princeton e a Fundação do Conselho Internacional de Ensino e Pesquisa de Princeton.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Princeton University – Faculty». princeton.edu. Consultado em 31 de março de 2016. Arquivado do original em 4 de abril de 2016 
  2. «Investigating clues to a life, Biehl discovers larger reality». Princeton University 

links externos[editar | editar código-fonte]

[[Categoria:Brasileiros de ascendência alemã]] [[Categoria:Pessoas vivas]] [[Categoria:Protestantes do Brasil]] [[Categoria:Antropólogos do Brasil]]