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História[editar | editar código-fonte]

Idealização e inauguração[editar | editar código-fonte]

O projeto foi iniciado em 2002, quando se começou a restaurar o prédio da Estação da Luz, sendo concluído em 2006. Teve como aliada no projeto a Lei de Incentivo à Cultura, que demonstra a contemporaneidade em que vivemos. São Paulo ainda possui um fator simbólico para o local do museu, sendo a maior cidade de falantes do português no mundo.[1][2]

A ideia foi de Ralph Appelbaum, autor também do Museu do Holocausto, em Washington, e da Sala de Fósseis do Museu de História Natural, em Nova Iorque. O projeto arquitetônico do museu é de Paulo e Pedro Mendes da Rocha, pai e filho, ambos brasileiros. A direção do museu fica por conta da socióloga Isa Grinspum Ferraz, que coordenou uma equipe de trinta especialistas do idioma para o museu. A direção artística é de Marcello Dantas.[3]

O museu foi inaugurado na segunda-feira de 20 de março de 2006,[1] com a presença do cantor e então ministro da cultura Gilberto Gil, representando o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra da cultura de Portugal, Isabel Pires de Lima, do governador paulista Geraldo Alckmin, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de António Carmona Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e outras autoridades representativas, não apenas de Portugal e do Brasil, mas de todos os países lusófonos.[1]

Incêndio de 2015[editar | editar código-fonte]

Combate ao incêndio de 2015

No dia 21 de dezembro de 2015, um incêndio de grandes proporções atingiu o prédio do museu, mobilizando 37 viaturas do Corpo de Bombeiros. O incêndio foi causado por curto-circuito que teve início no primeiro andar do prédio, no qual era exibida a exposição "O tempo e eu", baseada nos trabalhos do historiador Câmara Cascudo.[4] O bombeiro civil do museu, Ronaldo Ferreira da Cruz, faleceu de parada cardiorrespiratória enquanto tentava conter o fogo.[5]

Apesar das instalações terem ficado totalmente destruídas, não houve grande prejuízo ao acervo, por ser na maior parte digital, podendo ser recuperado a partir de cópias de segurança.[6] O maior prejuízo foi ao patrimônio arquitetônico do prédio, inaugurado originalmente em 1867 e restaurado em 2006 para receber as instalações do museu.[7]

Recuperação e reinauguração[editar | editar código-fonte]

Fachada da Estação da Luz durante a reconstrução do museu

Um mês depois do incêndio, foi assinado um acordo de cooperação entre o Governo do estado, a Secretaria de Cultura, a Fundação Roberto Marinho e a organização social ID Brasil, para a execução da reforma do museu.[8][9] Em 12 de dezembro de 2016, o governo do estado de São Paulo anunciou a parceria "Aliança Solidária" e anunciou que o museu deve voltar a receber visitantes no primeiro semestre de 2019. O custo total da obra de recuperação será de 65 milhões de reais, dos quais 34 milhões são investimentos da iniciativa privada. A empresa portuguesa Energias de Portugal é a principal patrocinadora. O Grupo Globo e o Grupo Itaú também participam da Aliança. O arquiteto Pedro Mendes da Rocha, responsável pelo desenvolvimento do projeto original do Museu da Língua junto com seu pai, o premiado arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha, fará as adaptações necessárias no projeto.[10] O Museu da Língua Portuguesa fez exposições itinerantes do seu acervo no estado de São Paulo em 2016, durante o processo de restauração do incêndio. A mostra de "Estação da Língua" foi aberta no dia 4 de março, em Araraquara, interior paulista, e passou por outras cidades durante o ano. Segundo a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, a exposição itinerante seguiu o conceito central do Museu da Língua Portuguesa, propondo interatividade e tecnologia como veículos para apresentar o idioma ao público, nos seus mais variados sotaques e evoluções. Como o acervo do museu é digital, ele pode ser aplicado e adaptado para outros espaços. A "Estação Língua" tinha trezentos metros quadrados de área expositiva, e entre as atrações, contou com o "Mapa dos Falares", mostrando a singularidade do português falado em diferentes regiões do estado de São Paulo.[11]

Cerimônia de reinauguração do museu, em 31 de julho de 2021

No dia 21 de dezembro de 2016 foram iniciadas as reformas no museu, restaurando primeiramente a face leste do edifício. De acordo com a gerente geral de Patrimônio da Fundação Roberto Marinho, Lucia Basto, no ano de 2017 a restauração teve como foco reconstituir e restaurar as fachadas restantes do Museu que sofreram deteriorações no incêndio de 2015. A gerente também disse que o modelo da estrutura arquitetônica seria mantido, porém adaptado às leis então vigentes. Ainda de acordo com ela, os planos e projetos para 2018 enquadravam a reconstituição do telhado, como também a parte hidráulica e elétrica. A reforma também contaria com a cobertura de zinco no estabelecimento, vidros temperados (para combater o alastramento de chamas) e equipamentos mais modernos, prevenindo futuros riscos de incêndios.[12] Concluída a reforma, que custou R$ 85,8 milhões, a reabertura do museu aconteceu em 31 de julho de 2021. No terceiro piso, foi projetado um terraço com vista para o Jardim da Luz e para a torre do relógio da estação. A infraestrutura e o sistema segurança passaram por uma reformulação, com novas medidas de prevenção a incêndios, como recomendado pelo Corpo de Bombeiros. Novas medidas de sustentabilidade foram adotadas, como técnicas de economia de água e energia, bem como a reutilização e restauração da madeira que estava na construção original.[13][14][15] Durante a cerimônia de reinauguração, o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, agraciou o Museu da Língua Portuguesa com o grau de Membro-Honorário da recém-criada Ordem de Camões, tendo esta sido a primeira concessão desta ordem honorífica portuguesa.[16][17]

  1. a b c Governo do Estado de São Paulo (ed.). «Museu da Língua Portuguesa». Consultado em 19 de fevereiro de 2015 
  2. Edison Veiga (25 de janeiro de 2016). «São Paulo, uma cidade vibrante como o fogo». O Estado de S.Paulo. Consultado em 8 de abril de 2018. Arquivado do original em 6 de junho de 2017 
  3. Bob Fernandes (14 de novembro de 2011). Terra Magazien, ed. «A verdade sobre o Museu da Língua Portuguesa». Consultado em 19 de fevereiro de 2015 
  4. «Câmera registra início do fogo que destruiu Museu da Língua Portuguesa». G1. 5 de janeiro de 2016. Consultado em 27 de agosto de 2016 
  5. Oliveira, André (22 de dezembro de 2015). «Incêndio destrói o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo». El País. Consultado em 27 de agosto de 2016 
  6. «Acervo do Museu da Língua Portuguesa pode ser recuperado, diz curadora». Jornal Zero Hora (RBS). 21 de dezembro de 2015. Cópia arquivada em 22 de dezembro de 2015 
  7. «Com acervo virtual, maior dano do incêndio ao Museu da Língua Portuguesa deve ser à arquitetura». Jornal Zero Hora (RBS). 21 de dezembro de 2015 
  8. Assesoria de Imprensa, Secretária da Cultura (11 de março de 2016). «Alckmin assina convênio para reconstrução do Museu da Língua Portuguesa». Museu da Língua Portuguesa. Consultado em 27 de agosto de 2016. Arquivado do original em 11 de setembro de 2016 
  9. «Governo faz acordo para restaurar Museu da Língua Portuguesa». Época Negócios. 21 de janeiro de 2015. Consultado em 23 de janeiro de 2016. Cópia arquivada em 23 de janeiro de 2016 
  10. «SP anuncia parceria para restauração do Museu da Língua Portuguesa». G1. 12 de dezembro de 2016 
  11. Paulo, Do G1 São (16 de fevereiro de 2016). «Fechado após fogo, Museu da Língua Portuguesa terá mostras itinerantes». São Paulo. Consultado em 21 de março de 2021 
  12. «Museu da Língua Portuguesa começa reforma da face leste do prédio». O Globo. 21 de dezembro de 2016 
  13. «Reaberto, Museu da Língua Portuguesa tem terraço em homenagem a Paulo Mendes da Rocha». Casa Vogue. 5 de agosto de 2021 
  14. «Museu da Língua Portuguesa reabre as portas em 31 de julho após quase 6 anos fechado; instalações foram reformuladas». G1. Consultado em 12 de julho de 2021 
  15. Doria reinaugura Museu da Língua Portuguesa, fechado após incêndio em noticias.uol.com.br, 31 de julho de 2021
  16. «Museu da Língua Portuguesa é o primeiro a receber a nova medalha Camões». Público. Consultado em 11 de agosto de 2021 
  17. «Entidades Estrangeiras Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Museu da Língua Portuguesa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 13 de novembro de 2021