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Ecólogo é a designação do profissional que desenvolve atividades de pesquisa, avaliação, monitoramento, restauração, gestão ou ensino nas áreas de ecologia e meio ambiente. É uma profissão de natureza multidisciplinar, envolvendo conhecimentos das demais áreas da biologia, das Ciências da Terra, da química e das Ciências Humanas, empregados para solucionar questões nos diferentes níveis de organização ecológica (organismos, populações, comunidades e ecossistemas).

Atividade profissional[editar | editar código-fonte]

Cursos de Graduação[editar | editar código-fonte]

As seguintes instituições oferecem titulação reconhecida pelo Ministério de Educação de Bacharel em Ecologia ou Bacharel em Ciências Biológicas Modalidade Ecologia:[1]

Cursos no Brasil reconhecidos pelo MEC
Universidade Curso Titulação
Centro Universitário de Belo Horizonte Ecologia Bacharel em Ecologia
Universidade Católica de Pelotas Ecologia Bacharel em Ecologia
Universidade Estadual Paulista Ecologia Bacharel em Ecologia
Universidade Federal da Integração Latino-Americana Ciências Biológicas - Ecologia e Diversidade Bacharel em Ciências Biológicas
Universidade Federal da Paraíba Ecologia Bacharel em Ecologia
Universidade Federal de Goiás Ecologia e Análise Ambiental Bacharel em Ecologia
Universidade Federal de Sergipe Ecologia Bacharel em Ecologia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Ecologia Bacharel em Ecologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Ciências Biológicas - Ecologia Bacharel em Ciências Biológicas
Universidade Federal Rural do Semi-Árido Ecologia Bacharel em Ecologia

Associações profissionais[editar | editar código-fonte]

A Associação Brasileira de Ecólogos, fundada em 1991, é uma entidade civil pública que busca congregar bacharéis em ecologia no país para articulação de reinvidicações profissionais, sendo sua principal bandeira a regulamentação da profissão de ecólogo.

Cadastro ocupacional[editar | editar código-fonte]

A profissão de ecólogo é listada sobre os códigos 2131 ("Biólogos, botânicos, zoólogos e afins") e 2133 ("Profissionais da proteção do meio ambiente") na Classificação Internacional Uniforme de Ocupações 2008 (CIUO-2008), promovida pela Organização Internacional do Trabalho.[2]

No Brasil, a profissão é listada sob o código 2030-05 na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), como sinônimo de Pesquisador em biologia ambiental.[3] Está incluída nos profissionais da família 2030, Pesquisadores das ciências biológicas, que desenvolvem:

(...) atividades de pesquisa em ciências biológicas, elaboram projetos, coordenam equipes, coletam, tratam e analisam material biológico, dados e informações, geram conhecimentos, métodos e técnicas e divulgam resultados de pesquisa. Podem prestar serviços de assessoria e consultoria técnica e científica, como também podem dar aulas, planejar cursos e eventos científicos.[3]

Apesar da CBO listar diversas características da família à qual uma profissão está ligada, como formação, experiência, condições de exercício, atividades e recursos de trabalho, a listagem tem fins classificatórios, sem função de regulamentação profissional.[4]

Regulamentação profissional[editar | editar código-fonte]

A existência de uma regulamentação profissional específica, na forma de lei, não é necessária para a realização da atividade profissional no Brasil. No entanto, esta regulamentação é uma ferramenta importante de proteção da sociedade no caso de profissões em que seu exercício incorreto possa acerretar em riscos pessoais e coletivos (e.g., medicina e engenharia). A criação de regulamentação especifica para profissões que não incorrem nesses riscos é tema controverso, muitas vezes sendo caracterizado como simples "reserva de mercado".[5]Apesar de a atuação na área ambiental poder incutir em riscos ou danos, o campo é marcado pela participação de diferentes profissões e a ecologia não possui um curriculo unificado que permita habilitar todos os graduandos para as mesmas atividades profissionais. Esses fatores dificultaram até o momento a designação de exclusividade em uma atividade ambinental à qualquer profissão ou a regulamentação destas atividades por um único conselho.

A primeira proposta para a regulamentação da profissão de ecólogo no Brasil foi apresentada no Projeto de Lei 591/2003, de autoria do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP). Apesar da justificativa para apresentação da proposta ser a necessidade de profissionais com formação específica em ecologia para "(...) a proteção da vida, da saúde e para a garantia da qualidade de vida para as presentes e futuras gerações", o projeto não lista nenhuma atividade que seja atribuição exclusiva do ecólogo.[6] A proposta foi aprovada em 2006 na Câmara dos Deputados, mas sofreu veto presidencial em 2008 devido à manifestação contrária pelo Ministério do Trabalho e Emprego, cuja fundamentação foi duramente criticada pela Associação Brasileira de Ecólogos.[7]

Uma nova proposta de regulamentação, de autoria do mesmo deputado, foi apresentada em 2008, o Projeto de Lei 3.809/2008. A redação final do PL 3.809/2008, aprovado na Câmara em 2013, é similar à do PL 591/2003, sendo porém mais clara que nenhuma das atribuições do ecólogo é exclusiva.[8]O projeto aguarda manifestação do Senado. Caso a regulamentação seja sancionada, apesnas profissionais com Bacharelado em Ecologia poderão exercer cargo de ecólogo. No entanto, as mesmas atividades profissionais podem ser desenvolvidas por outros cargos da área ambiental.

Dificuldades e Limitações[editar | editar código-fonte]

A aplicação de guilda a espécies não é apropriado para espécies em que existem diferenças na ecologia entre os sexos.[9] Em mosquitos, por exemplo, machos alimentam-se exclusivamente de seiva enquanto fêmeas também alimentam-se de sangue. Peixes do gênero Melanocetus apresentam um dimorfismo sexual bastante característico, onde as fêmeas são predadoras de vida livre, enquanto machos tem morfologia reduzida e são ectoparasitas das fêmeas.[10] Nestas espécies, sexos diferentes potencialmente pertencem à guildas diferentes mesmo pertencendo à mesma espécie. Casos mais complicados ocorrem quando mais de um ciclo de vida é possível. Os nemátodes do gênero Strongyloides possuem formas de vida livre (macho e fêmea) ou parasitas (fêmea), dependendo de condições ambientais e fatores genéticos.[11]

Guilda é um conceito que surgiu no campo de ecologia animal, com grande enfoque no recurso alimentar e no comportamento de forrageamento. Assim, a aplicação da definição de Root à organismos vegetais é dificultada porque diferenças em recursos utilizados e na forma de exploração são em geral menos claras.[12] Algumas exceções são guildas de plantas formadas com base em polinizadores ou dispersores de sementes, onde o recurso pode ser definido de forma clara (i.e., animal), e características morfológicas e fisiológicas da planta definem subgrupos de animais que podem executar a função.[12] Comunidade, comunidade biótica ou biocenose é uma assembléia de populações de diferentes espécies que co-ocorrem no espaço e no tempo, conectadas em uma rede de interações ecológicas.[13][14] O termo refere-se aos componentes bióticos dos ecossistemas, podendo ser definido em diferentes escalas, desde da comunidade de endosimbiontes de um determinada organismo até

É um nível hierárquico ecológico acima de populações, com propriedades próprias como riqueza de espécies, equabilidade e estabilidade.

Terminologia[editar | editar código-fonte]

Diagrama de Venn mostrando a interseção dos conceitos em ecologia de comunidades. Adaptado de Fauth et al. 1996 - Simplifying the Jargon of Community Ecology: A Conceptual Approach

A ecologia de comunidades aborda três principais agrupamentos de espécies:[15]

  • Comunidades: Coleções de todas as populações de diferentes espécies que co-ocorrem em determinado local e tempo.[13]
  • Taxa: Coleções de todas as espécies de determinada unidade taxonômica.[16][17]
  • Guildas: Coleções de todas as espécies que consomem determinado recurso.[18]

Essas definições compreendem as três principais perpectivas na ecologia de comunidades: a geográfica, a filogenética e a de nicho. Termos mais específicos surgem da interseção destas perspectivas, como:[15]

  • Assembléias: Conjuntos de todas as populações de determinado táxon dentro de uma comunidade.
  • Guildas locais: Conjuntos das populações das espécies que partilham recursos dentro de uma comunidade.[18]
  • Sinúsias: Conjuntos de populações de determinado táxon que partilham recursos dentro de uma comunidade.[19]

Referências

  1. Ministério do Trabalho e Emprego. «Instituições de Educação Superior e Cursos Cadastrados». Consultado em 24 de Janeiro de 2015 
  2. Organização Internacional do Trabalho (dezembro de 2007). Resolución sobre la actualización de la Clasificación Internacional Uniforme de Ocupaciones (PDF) (em espanhol) 
  3. a b Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego (outubro de 2002). Portaria nº 397/2002 - Aprova a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO/2002, para uso em todo território nacional e autoriza a sua publicação. 
  4. Ministério do Trabalho e Emprego. «Informações Gerais». Consultado em 24 de Janeiro de 2015 
  5. Pastori, José (03 de agosto de 1999). Reservas de mercados de trabalho. O Estado de São Paulo  Verifique data em: |data= (ajuda)
  6. Antonio Carlos Mendes Thame (2003). Projeto de Lei, nº 591 de 2003 (DOC). [S.l.]: Câmara dos Deputados 
  7. Regina Céli Assumpção (01 de outubro de 2008). «Associação de ecólogos critica veto ao projeto». Consultado em 24 de Janeiro de 2015  Verifique data em: |data= (ajuda)
  8. Antonio Carlos Mendes Thame (2013). Projeto de Lei, nº 3.809 de 2008 (PDF). [S.l.]: Câmara dos Deputados 
  9. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Hawkins_1989
  10. Regan, C. T (fevereiro de 1925). Dwarfed Males Parasitic on the Females in Oceanic Angler-Fishes (Pediculati Ceratioidea). Proceedings of the Royal Society of London. Series B (em inglês). 97 (664): 386-400. ISSN 0950-1193. doi:10.1098/rspb.1925.0006 
  11. Yamada, M.; Matsuda, S.; Nakazawa, M.; Arizono, N (agosto de 1991). Species-Specific Differences in Heterogonic Development of Serially Transferred Free-Living Generations of Strongyloides planiceps and Strongyloides stercoralis. The Journal of Parasitology (em inglês). 77 (4): 592-594. ISSN 1937-2345. doi:10.2307/3283165 
  12. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Simberloff_1991
  13. a b Begon, Michael; Townsend, Colin R.; Harper, John L (2007). Ecologia. De indivíduos a ecossistemas 4 ed. Porto Alegre: Artmed. 752 páginas. ISBN 978-85-363-0884-5  Parâmetro desconhecido |puborig= ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido |notaspuborig= ignorado (|notas=) sugerido (ajuda)
  14. Odum, Eugene P (1988). Ecologia 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A. 434 páginas. ISBN 85-201-0249-2  Parâmetro desconhecido |puborig= ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido |notaspuborig= ignorado (|notas=) sugerido (ajuda)
  15. a b J. E. Fauth, J.; Bernardo, M.; Camara, W. J.; Resetarits, Jr.; J. Van Buskirk; McCollum, S. A (fevereiro de 1996). Simplifying the Jargon of Community Ecology: A Conceptual Approach. Chicago: The University of Chicago Press. The American Naturalist (em inglês). 147 (2): 282-286. ISSN 0003-0147. doi:10.1086/285850 
  16. Meyer, Adolf (1926). Logik der Morphologie im Rahmen einer Logik der gesamten Biologie (em alemão) 1 ed. Berlim: Verlag von Julius Springer. 290 páginas. ISBN 978-3-642-50733-5. doi:10.1007/978-3-642-50733-5 
  17. Lam, H. J (outubro de 1957). What Is a Taxon?. Bratislava: International Association for Plant Taxonomy. Taxon (em inglês). 6 (8): 213-215. ISSN 0040-0262. doi:10.2307/1217460 
  18. a b Root, R. B (outubro de 1967). The Niche Exploitation Pattern of the Blue-Gray Gnatcatcher. Ithaca: Ecological Society of America. Ecological Monographs (em inglês). 37 (4): 317-350. ISSN 0012-9615. doi:10.2307/1942327 
  19. Istock, C. A (maio de 1973). Population Characteristics of a Species Ensemble of Waterboatmen (Corixidae). Ithaca: Ecological Society of America. Ecology (em inglês). 54 (3): 535-544. ISSN 0012-9615. doi:10.2307/1935338