Usuário(a):Alinegt/Testes

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Edifício Sampaio Moreira
Alinegt/Testes
Estilo dominante Eclético
Arquiteto Samuel das Neves, Cristiano Stockler das Neves
Construção 1924
Estado de conservação SP  Brasil
Património nacional
Classificação CONPRESP - Resolução 37/Conpresp/92
Data 2004
Geografia
Cidade São Paulo

O Edifício Sampaio Moreira localiza-se na Rua Líbero Badaró, na região central da cidade de São Paulo.[1] O edifício ganhou o nome de Sampaio Moreira em homenagem a seu proprietário José de Sampaio Moreira (1866-1943) que era comerciante e banqueiro.[2][3]

História[editar | editar código-fonte]

Projeto relacionado à arquitetura eclética paulista, o edifício é de autoria dos arquitetos Christiano Stockler e Samuel das Neves. Apresentando 12 pavimentos e 50 metros de altura, o Sampaio Moreira figurou como mais alto edifício da cidade de São Paulo entre 1924, ano de sua inauguração, e 1929, quando foi superado pelo Edifício Martinelli. É considerado, desta forma, o primeiro edifício de múltiplos andares de grande porte na cidade, assim como também um dos primeiros do país a apresentar tal tipologia.[1]

Considerado o “protótipo” dos arranha-céus de São Paulo - erguido em uma época em que os edifícios da cidade possuíam no máximo quatro pavimentos, o Sampaio Moreira é tombado pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico de São Paulo) devido a sua importância histórica e arquitetônica.[4]

Foi administrado pela família Sampaio Moreira, e utilizado como edifício comercial. Desde sua inauguração, o edifício abriga em seu pavimento térreo a Mercearia Godinho, tradicional estabelecimento comercial de São Paulo, fundado em 1890, então na Praça da Sé.[5]

Em 2010 o Sampaio Moreira foi desapropriado pela Prefeitura Municipal de São Paulo, e em 2012 foram iniciados trabalhos de recuperação e restauração do edifício.[2]

Importante parte histórica do edifício, a mercearia Casa Godinho funciona até hoje e foi o primeiro estabelecimento comercial a receber o título de patrimônio cultural imaterial da cidade pelo CONPRESP. Graças a ela, o Sampaio Moreira, que a abrigava, recebeu grandes nomes da história brasileira, como Assis Chateaubriand, Adhemar de Barros e Jânio Quadros.[6]

O arranha-céu foi pensado em 1920 e concluído quatro anos depois. Inicialmente, seria um edifício residencial, depois residencial e comercial. Contudo, manteve apenas o uso comercial desde a sua inauguração até o seu fechamento. Durante o seu funcionamento, abrigou escritórios onde trabalharam ourives, advogados, engenheiros e arquitetos.[7]

No ano do fechamento do edifício, em 2010, alguns andares foram disponibilizados para que jovens artistas plásticos montassem ateliês e utilizassem o espaço para criação, proporcionando um novo uso para o local. As obras criadas nesse período chegaram a ser expostas na garagem do prédio.[8]

Características arquitetônicas[editar | editar código-fonte]

O Sampaio Moreira foi construído com concreto armado, estrutura que utiliza armações feitas com barras de aço. Possui 5.360 m² de área construída e um terreno de 596 m².[9] Com estilo arquitetônico eclético, dispõe de uma decoração típica do estilo Luís XVI, que mescla o rococó com o neoclassicismo. Sua estrutura é rica em detalhes e a fachada vai se modificando nos diferentes andares. Passou por uma grande reforma estrutural em 1990, mas teve diversas características preservadas, como as escadarias de mármore Carrara e as esquadrias das janelas de pinho de riga, além do pergolado de colunas gregas na cobertura.[10]

Significado histórico e cultural[editar | editar código-fonte]

Na época de sua construção, o prédio chamou muita atenção por sua construção primorosa e detalhada. Representou uma grande revolução arquitetônica para a cidade de São Paulo por ter sido o primeiro edifício alto a ser construído com concreto armado, além de ter sido o pioneiro dos arranha-céus de São Paulo, marcando a paisagem da região central da cidade. Outro destaque do Sampaio Moreira foi a liberação do uso de sua cobertura. [11]

Tombamento[editar | editar código-fonte]

O edifício foi tombado em 1992, como consta na Resolução nº 37/92 do CONPRESP. No documento, foi decidido o tombamento de outros 292 edifícios localizados na área do Vale do Anhangabaú. O Sampaio Moreira ficou classificado no nível de proteção III, que corresponde aos bens de interesse histórico, arquitetônico e paisagístico e determina a preservação de suas características externas. O processo permite a restauração, revitalização e reforma do bem, de acordo com aprovação prévia do CONPRESP.[12]

Estado atual[editar | editar código-fonte]

O projeto de restauração do edifício é do escritório paulista Kruchin Arquitetura. Inicialmente, a reforma foi orçada em 14 milhões de reais e tinha o seu fim previsto para 2016. No entanto, atrasos foram recorrentes e o edifício deve ser reaberto apenas no fim de 2017, completamente restaurado, e as obras já somam 20 milhões. O Sampaio Moreira irá se tornar a nova casa da Secretaria Municipal de Cultura, atualmente localizada na Av. São João, também no Centro.[13]

Além disso, também estão previstos para o projeto um auditório, uma praça aberta, um jardim interno e um restaurante na cobertura do edifício, que oferece uma vista avantajada para o Vale do anhangabaú. Porém, segundo a Prefeitura, nem tudo será entregue na primeira etapa. A praça, por exemplo, que será feita em um terreno de 400 m² anexo ao prédio, deve ficar para a próxima etapa. Apenas o quinto andar, que abrigava o escritório de Christiano Stockler das Neves, será fiel ao antigo Sampaio Moreira. O pavimento se tornará um memorial, no qual até marcas na parede onde Neves dependurava quadros serão mantidas, preservando a história do local até os mínimos detalhes.[13]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Edifício Sampaio Moreira». Piratininga.org, Artigos sobre São Paulo. Consultado em 2 de dezembro de 2012  line feed character character in |publicado= at position 18 (ajuda)
  2. a b SPObras. «Edifício Sampaio Moreira passa por recuperação». Prefeitura Municipal de São Paulo. Consultado em 2 de dezembro de 2012 
  3. «A Grande Família, Info. Históricas». jbCultura. Consultado em 2 de dezembro de 2012 
  4. «Resolução nº 37/92» (PDF). Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. Consultado em 2 de dezembro de 2012 
  5. Luiz Guilherme Gerbelli (14 de agosto de 2010). «Desapropriados anexos do Sampaio Moreira». O Estado de S. Paulo. Consultado em 2 de dezembro de 2012 
  6. Beatriz Atihe (09 de maio de 2014). «Primeiro grande prédio de SP, Sampaio Moreira abriga mercearia centenária». iG. Consultado em 05 de outubro de 2016  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  7. Folha de S.Paulo (18 de janeiro de 2015). «História do Sampaio Moreira». Folha de S.Paulo. Consultado em 05 de outubro de 2016  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  8. Reportagem "Sampaio Moreira", exibida no Jornal da Gazeta no dia 18 de outubro de 2010
  9. Dimitri Iurassek. «Edifício Sampaio Moreira». Consultado em 13 de outubro de 2016 
  10. Abrahão de Oliveira. «O "avô" dos arranha-céus». Consultado em 13 de outubro de 2016 
  11. «Jornada do patrimônio». Consultado em 20 de outubro de 2016 
  12. CONPRESP. «Resolução nº. 37/92 do CONPRESP» (PDF). Consultado em 20 de outubro de 2016 
  13. a b Edison Veiga (16 de setembro de 2016). «Sampaio Moreira, agora, só em 2017». O Estado de S. Paulo. Consultado em 27 de setembro de 2016 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • HOMEM, Maria Cecília Naclério. O prédio Martinelli: a ascensão do imigrante e a verticalização de São Paulo. São Paulo, Projeto, 1984.
  • SOUKEF Junior e RUBINO, Silvana: Estação Júlio Prestes. São Paulo, Prêmio Editorial, 1997.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Commons
Commons
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Precedido por
-
Edifício mais alto do Brasil
1924 - 1929
50 m
Sucedido por
Edifício A Noite
Precedido por
-
Edifício mais alto de São Paulo
1924 - 1934
50 m
Sucedido por
Edifício Martinelli


Categoria:Patrimônio histórico de São Paulo Categoria:Edifícios de São Paulo (cidade)