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Potencial Evocado Auditivo Miogênico Vestibular (VEMP)[editar | editar código-fonte]

Conceito[editar | editar código-fonte]

Músculo esternocleidomastoideo utilizado para captação do cVEMP.
Músculo tríceps que pode ser utilizado para captar o cVEMP.
Músculo gastrocnêmio que também pode ser utilizado para captar o cVEMP.

O potencial evocado miogênico vestibular (VEMP) é captado por via muscular a partir de um estímulo acústico de alta intensidade sonora e se trata de um potencial de média latência.[1][2] Esse potencial é gerado nas células sensoriais da mácula sacular. Este potencial pode ser avaliado por via cervical e por via ocular. Quando realizado o potencial evocado miogênico vestibular cervical (cVEMP) é avaliado o reflexo vestíbulocervical inibitório, para que o mesmo seja captado necessita de um adequado funcionamento das seguintes estruturas da via vestibular: mácula sacular, nervo vestibular inferior, núcleos vestibulares, vias vestibuloespinais e do músculo efetor.[3][4] O cVEMP pode ser captado com a contração do músculo esternocleidomastoideo (ECM), porém este mesmo potencial na também é possível ser captado na musculatura do tríceps[5] e/ou do gastrocnêmio.[6] Por sua vez, o potencial evocado miogênico vestibular ocular (oVEMP) avalia o reflexo vestíbulo-ocular. [7]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Na literatura, o VEMP foi descrito por Colebatch & Halmagyi[8] em 1992 a partir de uma indução feita a partir de um estímulo acústico tipo clique no músculo ECM, sendo detectado o cVEMP, basicamente, ocorre uma inibição da atividade muscular transitória da musculatura avaliada ipsilateralmente.[9]

Aplicabilidade Clínica[editar | editar código-fonte]

O VEMP pode ser utilizado para avaliar doença de Meniére, neurite vestibular, Schwannoma vestibular, síndrome da deiscência do canal semicircular superior, migrânea vestibular, doença de Parkinson, lesões centrais isquêmicas, mielopatias motoras.[10]

Limitações do Exame[editar | editar código-fonte]

O exame não pode ser realizado em indivíduos que possuem alterações do tipo condutivas que acometem as regiões da orelha externa e orelha média, pois a alteração condutiva forma uma barreira interferindo na atenuação sonora e causando ausência de respostas. Assim como, a literatura recomenda que não seja realizado em pessoas que apresenta queixa de zumbido e hiperacusia podem apresentar um tipo de sensibilidade auditiva causado pela alta intensidade sonora utilizada na captação desse potencial.[10]

Conclusão[editar | editar código-fonte]

O VEMP é uma exame otoneurológico complementar que pode ser utilizado para avaliar e inferir informações sobre a via do reflexo vestíbuloespinal e do reflexo vestíbulo ocular.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Silva, T; et al. (2016). «Potencial evocado miogênico vestibular ocular e cervical simultâneo em indivíduos normais.». Codas. 28 (1): 34-40 
  2. Oliveira, A; et al. (2011). «Vestibular evoked myogenic potentials low frequency stimuli.». Braz J Otorhinolaryngol. 77 (6): 706-10. 
  3. Oliveira, A; et al. (2008). «Potenciais evocados miogênicos vestibulares: metodologia de registro em homens e cobaias.». Rev Bras Otorrinolaringol. 74 (5): 770-5. 
  4. Felipe, L; et al. (2012). «Vestibular evoked myogenic potentials.». Arquivo Internacional de Otorrinolaringologia. 16 (1): 103-7 
  5. Cherchi, M; et al. (2009). «Sound evoked tríceps myogenic potentials.». Otol Neurot. 30 (16): 545-50 
  6. Rudsill E, Hain T. (2008). «Lower extremity myogenic potentials evoked by acoustic stimuli in healthy adults.». Otol Neurot. 29: 688-92. 
  7. Menezes, PL. (2018). Tratado de Eletrofisiologia para a Audiologia. Ribeirão Preto: Booktoy. p. 279. 1 páginas. ISBN 978-85-65027-95-3 
  8. Colebatch JG, Halmagyi GM. (1992). «Vestibular evoked potentials in human neck muscles before and after unilateral vestibular deaffentation.». Neurol. 42: 1635-6. 
  9. Papathanasiou, ES; et al. (2014). «International guidelines for the clinical application of cervical vestibular evoked myogenic potentials: na expert consensus report.». Clin Neurophysiol. 125 (4): 658-66 
  10. a b Menezes, PL; et al. (2022). Manual de Eletrofisiologia e Eletroacústica um guia para clínicos. Ribeirão Preto: Booktoy. p. 305. 1 páginas. ISBN 978-65-86131-20-8