Usuário(a):Ana Luiza Rauber/Testes
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Definições[editar | editar código-fonte]
A questão colombo[editar | editar código-fonte]
As chamadas grandes navegações, que têm como um de seus personagens principais a figura de Cristóvão Colombo, foram parte dos acontecimentos que inauguraram a modernidade. Foi a partir delas que se consolidou a dominação colonial europeia no mundo, que ocorreu pela exploração das riquezas das Américas, dizimação e exploração de suas populações nativas, bem como pela utilização de mão-de-obra forçada africana. Com isso, os centros urbanos europeus sobressaíram-se sobre os dos continentes africano e asiático, que até 1492 equiparavam-se àqueles tecnológica, comercial e intelectualmente.[1]
Eurocentrismo enquanto narrativa histórica[editar | editar código-fonte]
Desenvolvimento europeu como referência
Interesses e cultura europeia como mais avançadas, caminho de desenvolvimento a ser seguido
Não apenas uma forma de ver o mundo, mas também a expressão de relações de poder reais
No interior das críticas do Pós-Colonialismo, o historiador indiano Dipesh Chakrabarty destaca o modo como a narrativa histórica europeia se mantém dominante enquanto coloca outras histórias, não-ocidentais, em posição de subalternidade. Segundo ele, os filósofos e pensadores europeus [Quais? Quando?] desenvolveram, dentro das ciências sociais, teorias universalistas, que buscaram compreender a totalidade da humanidade, ignorando suas diferenças históricas e culturais e tendo como base a sua própria racionalidade eurocentrada. Nesse sentido, a autoridade das ciências sociais e a ideia europeia de razão, impostas aos povos do Terceiro Mundo, acabaram por condicionar suas próprias narrativas, tornando-as subordinadas à narrativa histórica europeia.
No interior das críticas do Pós-Colonialismo, o historiador indiano Dipesh Chakrabarty destaca o modo como a narrativa histórica europeia se mantém dominante enquanto coloca outras histórias, não-ocidentais, em posição de subalternidade. Segundo ele, os filósofos e pensadores europeus [Quais? Quando?] desenvolveram, dentro das ciências sociais, teorias universalistas, que buscaram compreender a totalidade da humanidade, ignorando suas diferenças históricas e culturais e tendo como base a sua própria racionalidade eurocentrada. Nesse sentido, as narrativas dos povos do Terceiro Mundo acabaram condicionadas pela ideia subjacente da razão ocidental.[2]
Em linha semelhante, Sanjay Seth também chama a atenção para aplicação da universalidade e da razão europeias em civilizações e culturas não-ocidentais, como fruto do uso da história como
aplicação da universalidade e da razão europeias em civilizações e culturas não-ocidentais, como fruto do uso da história como
- “[...] a história enquanto instrumento científico-prático da razão ocidental gerou um tipo de aplicação, por vezes paroquial, de determinada universalidade não existente em civilizações e culturas ditas não-ocidentais” (p. 270)
marginalização dos passados não-ocidentais
“[...] a própria ideia de Razão se constituiu, em parte, por meio de uma série de exclusões – da loucura, das mulheres, e assim por diante. Uma estratégia para problematizar a Razão é, portanto, a de demonstrar as contingências e as exclusões adotadas na sua criação”
o que existe não é a Razão e sim tradições de raciocínio
A narrativa eurocêntrica parte do ponto de vista de que a modernidade teve origem na Europa e na América do Norte, regiões tidas como centrais, a partir das quais o progresso estendeu-se para o restante do mundo. Dessa forma, a periodização dos desenvolvimentos em todo o mundo estaria determinada pelo desenvolvimento inicial do Atlântico norte.
O Eurocentrismo apresenta três variantes: a negligência, o preconceito e as crenças empíricas. A primeira consiste em escrever a história considerando somente uma parte do mundo, sem achar necessário dar atenção ao restante. A segunda é a crença de que o mundo ocidental e todos os seus valores estão à frente no processo de desenvolvimento da humanidade, enquanto o restante do mundo encontra-se em estágios menos avançados deste caminho que é apontado por ele. A terceira trata-se de crenças empíricas, pontos de vista científicos aparentemente comprovados como fatos por terem sido repetidos diversas vezes.
confirmados
como fatos por pesquisas, que, no entanto, ainda reproduzem o Eurocentrismo.
Pontos-de-vista científicos que aparentemente foram confirmados repetidas vezes por pesquisas. Eurocentristas empíricos fazem asserções porque pensam que tudo se resume a fatos. Como o Jim Blaut da maturidade escreveu: “o eurocentrismo [...] é algo muito complexo. Podemos banir todos os significados valorativos da palavra, todos os preconceitos, e ainda o teremos como um conjunto de crenças empíricas”. Obstáculo maior.
p. 15, 20-22
Há três variantes de Eurocentrismo:
1ª: negligência: atenção é dada somente para parte do mundo; o autor assume que a história “do seu pedaço de mundo” pode ser escrita sem dar atenção ao restante - atitude evidente na distinção popular entre “Oeste” e o “Resto”
2ª: preconceito: os autores levam em consideração conexões globais, mas, no entanto, acreditam que a Grande Europa (incluindo América do Norte e Oceania) “aponta para o caminho”. Este eurocentrismo é especialmente evidente entre teóricos da modernização. Europa Ocidental e seu padrão específico de valores econômicos, políticos, morais e religiosos adquiridos historicamente foi encarada como estando à frente da procissão da humanidade. Todos os outros povos vistos como “estágios” em uma procissão que os levaria também algum dia à completude de desenvolvimento que o sagrado Ocidente representava.
3ª: crenças empíricas. Pontos-de-vista científicos que aparentemente foram confirmados repetidas vezes por pesquisas. Eurocentristas empíricos fazem asserções porque pensam que tudo se resume a fatos. Como o Jim Blaut da maturidade escreveu: “o eurocentrismo [...] é algo muito complexo. Podemos banir todos os significados valorativos da palavra, todos os preconceitos, e ainda o teremos como um conjunto de crenças empíricas”. Obstáculo maior.
Eurocentrismo enquanto hierarquia de mundos[editar | editar código-fonte]
Divisão do mundo a partir da "conquista"
Sistema-mundo: centro e periferia
Eurocentrismo enquanto narrativa histórica[editar | editar código-fonte]
A narrativa eurocêntrica parte de um ponto de vista segundo o qual a modernidade teve origem na Europa e na América do Norte, regiões cuja centralidade é justificada pela ideia de que delas derivam o progresso tecnológico e a civilização que teria se estendido para o restante do mundo (LINDEN, 2009, p. 15). Isso foi sustentado pela crença no excepcionalismo da Europa durante o período colonial moderno, uma vez que foi o continente europeu que conquistou a supremacia sobre os demais (BORBA, 2020, p. 53).
Com as contribuições da filosofia da história iluminista do século XVIII, que atribuiu à história características como singularidade, universalidade e progressividade, ocorreu a universalização da experiência histórica das sociedades europeias na narrativa da história do mundo. A História passa a ser vista como um fenômeno singular no qual a humanidade se encontra num processo de desenvolvimento e evolução progressivos (BORBA, 2020, p. 56-57). Na narrativa eurocêntrica, o Atlântico norte é tido como o mais avançado nesse processo e, por conta disso, sua temporalidade determina a periodização dos desenvolvimentos [desenvolvimentos de que? - Flávia] [ainda estou pensando. Talvez político, econômico, cultural, material, tecnológico… algo assim? - Ana] em todo o mundo (LINDEN, 2009, p. 15).
Assim, a civilização europeia não apenas lidera o caminho a ser seguido pela humanidade, como também percebe a história dos outros povos tendo como base o seu próprio passado, como se estes povos estivessem em estágio mais rudimentar na trajetória de desenvolvimento já percorrida pelos europeus (BORBA, 2020, p. 57). Esse tipo de atitude provoca o emprego indiscriminado de termos e conceitos ocidentais para o estudo não-ocidentais e provoca a expectativa de que os outros se conformem ao modelo de sociedade difundido pela Europa (BORBA, 2020, p. 52-53).
Dentro das críticas feitas ao eurocentrismo pelo Pós-Colonialismo, o historiador indiano Dipesh Chakrabarty destaca o modo como a narrativa histórica europeia se mantém dominante enquanto coloca outras histórias, não-ocidentais, em posição de subalternidade. Segundo ele, os filósofos e pensadores europeus [Quais? Quando?] desenvolveram teorias universalistas na área das ciências sociais, buscando uma compreensão total da humanidade, em detrimento de suas diferenças históricas e culturais. A base para as teorias universalistas, conforme o autor autor, seria a própria racionalidade eurocentrada. Nesse sentido, as narrativas dos povos subalternizados do dito Terceiro Mundo acabaram condicionadas pela ideia subjacente da razão ocidental (MACEDO, 2020, p. 265-267).
- ↑ Shohat, Ella (2006). Crítica da imagem eurocêntrica multiculturalismo e representação. Robert Stam, Marcos Soares. São Paulo: Cosac Naify. pp. 99–100. OCLC 77543297
- ↑ Macedo, André Luan Nunes (31 de julho de 2020). «história do eurocentrismo na história intelectual». rth | (1): 265–267. ISSN 2175-5892. doi:10.5216/rth.v23i1.61801. Consultado em 10 de junho de 2022