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Como ler uma infocaixa de taxonomiaCaxinguelê

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Família: Sciuridae
Género: Sciurus
Espécie: S. aestuans
Nome binomial
Sciurus aestuans
Linnaeus, 1766


Etimologia[editar | editar código-fonte]

Pode ser chamado de esquilo brasileiro, serelepe, quatipuru ou Caxinguelê, que significa" rato de palmeira". (FERREIRA).

Distribuição Geográfica[editar | editar código-fonte]

O Sciurus aestuans é natural da América do Sul, e está distribuído pelo Brasil, Venezuela, Argentina, Suriname, Guiana, Guiana Francesa e Colômbia. No Brasil está presente nos seguintes biomas: Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. Ele vive em florestas tropicais, florestas secundárias, florestas de galeria, jardins, plantações e até mesmo em pântanos. Além disso, o caxinguelê pode ser encontrado em parques urbanos. (Alverenga et al., 2012).

Distribuição Geográfica de "Sciurus aestuans"

Biologia e História Natural[editar | editar código-fonte]

Os esquilos Sciurus aestuans são arborícolas e terrestres, usualmente se deslocam na horizontal e na vertical com facilidade, isto porque se deslocam com as 4 patas em contato à superfície que em maioria são palmeiras de Jerivá (Syagrus romanzoffiana), e copas de grandes árvores. São esquilos considerados pequenos, podendo medir entre 16 a 20 centímetros, e pesar até 200 gramas, que vivem em pares e mantêm suas atividades o ano todo, caracterizado por realizar suas atividades durante o dia, e repousar em tocas durante a noite, o caxinguelê é conhecido por se alimentar de frutos, insetos e principalmente algumas espécies de sementes, como a do Jerivá. Em período de reprodução, os machos de Caxinguelê costumam explorar o ambiente lentamente até encontrar uma fêmea por meio de farejamento, onde então a persegue insistentemente e se aproxima balançando a cauda até ter uma tentativa de cópula, contendo a fêmea pela região posterior. Esta espécie, assim como sua parente S. ingrami utiliza de uma secreção produzida em sua boca para marcar os galhos por onde passam, (GURNELL 1987); além de utilizar da urina para demarcar seu território (HORWICH 1972); (LAIDLER 1980). A reprodução é o momento em que a espécie gasta mais energia em suas atividades. Tem como preferência construir seus ninhos em ocas nos altos das árvores, pois é um ambiente mais seguro, que permite que se abrigue e proteja seus filhotes no processo de desenvolvimento, além de estocar alimentos. Os esquilos atingem sua maturidade sexual com um ano de vida, a partir disso já podem se reproduzir. Se reproduzem uma vez por ano, a gestação é um processo rápido, dura aproximadamente 40 dias e dá origem de 3 à 5 filhotes. Os filhotes nascem vulneráveis, sem pelos e cegos, mas em questão de 8 dias seu corpo já está repleto de pelos e no nono dia abrem os olhos.

Estado de Conservação[editar | editar código-fonte]

O Sciurus aestuans foi recentemente avaliado pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN em 2016 e está classificado como menor preocupação (RED LIST-IUCN, 2016). Os estudos são escassos, mas dentre as principais ameaças da espécie, estão, a forte atividade de exploração da Syagrus romanzoffiana, popularmente chamada de Jerivá (BEGNINI, 2008), isso porque o Caxinguelê possui uma forte relação com a palmeira, já que a planta é a principal fonte de alimento e é essencial para reprodução dos esquilos, pelo fato de que as fêmeas lactantes passam o tempo se alimentando na própria árvore e não saem em busca de comida, o que sugere a preferência pelo habitat próximo as palmeiras. (PREUSS,2021). A caça indiscriminada, visto que em operações no Parque Estadual Cunhambebe foram apreendidos equipamentos de caça, e ainda foram encontrados indivíduos de Sciurus aestuans mortos (FERREIRA, 2015), interação e ataque de cães domésticos, crescimento urbano desordenado e destruição de habitat, isso porque o esquilo ocorre em áreas preservadas com poucas ações antrópicas. O caxinguelê pode ser encontrado em algumas unidades de conservação como o Parque Nacional de São Joaquim, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Parque Estadual Serra do Brigadeiro, Reserva Biológica União, Reserva Biológica Municipal Serra dos Toledos , Estação Ecológica Mico-Leão-Preto.

Status de Conservação IUCN




Referências[editar | editar código-fonte]

[1]

  1. BEGNINI, Romualdo Morelatto. O Jerivá - Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (Arecaceae) - fenologia e interações com a fauna no Parque Municipal da Lagoa do Peri, Florianópolis, SC. Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Biológicas, 2008. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/30408927.pdf . Acesso em 22 mar, 2023.


    FERREIRA, Eduardo Treptow. Avaliação do impacto e percepções de infrações contra a fauna terrestre em unidades de conservação estaduais de proteção integral do Rio de Janeiro. Instituto de Pesquisa
    s Jardim Botânico do Rio de Janeiro . Escola Nacional de Botânica Tropical, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: https://w2files.solucaoatrio.net.br/atrio/jbrj-mpenbt_upl/THESIS/28/dissertao_eduardo_treptow_verso_final_20151111120140148.pdf . Acesso em 22 mar, 2023.


    PREUSS, Gabriel. Increasing reality of species distribution models of consumers by including its food resources. Neotropical Biology and Conservation- Laboratório de Análise e Síntese em Biodiversidade, Departamento de Botânica. Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR, Brasil, 2021. Disponível em: https://neotropical.pensoft.net/article/64892/download/pdf/ . Acesso em 22 mar, 2023.


    RED LIST-IUCN. The red list of threatened species, 2016. Disponível em:https://www.iucnredlist.org/ . Acesso em 22 mar, 2023.


    lvarenga, CA, Talamoni, SA. Comportamento de forrageamento do esquilo brasileiro Sciurus aestuans (Rodentia, Sciuridae). Acta Theriol 51 , 69–74 (2006). https://doi.org/10.1007/BF03192657


    LACERDA, Patrícia Oliveira. Modelagem da distribuição geográfica atual e futura de Guerlinguetus (Rodentia, Sciuridae) no Brasil. 2013. 61 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) - Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Vitória, 2013.


    BORDIGNON, M. Comportamentos e Atividade Diária de Sciurus ingramiI (THOMAS) em Cativeiro (Rodentia, Sciuridae). Revista Brasileira de Zoologia: [s.n.].


    CAXINGUELÊ, Mamíferos. Cidade de São Paulo Verde e Meio Ambiente, 2009.


    BONVICINO,C. R; OLIVEIRA, J. A.; D’ANDREA, P. S.‌ Guia dos Roedores do Brasil, com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. 2008. Disponível em: <https://iris.paho.org/handle/10665.2/49675> Acesso em: 22 mar 2023