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Usuário(a):Chaves Karol/Testes01

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Javaé[editar | editar código-fonte]

As línguas indígenas se diferenciam das línguas europeias e de outras línguas do mundo em sua fonética, fonologia, morfologia, sintaxe, léxico e categorias gramaticais, refletindo assim um cruzamento entre os universos real e conceitual em sua semântica. Os Javaés, como muitas outras línguas indígenas, enfrentam desafios de preservação e revitalização devido à influência cultural e linguística externa.

Os povos Inỹ/Javaé falam variações dialetais da língua Inỹribe, da família linguística Karajá e do Tronco Macro-Jê.[1]

Estrutura linguística:[editar | editar código-fonte]

Estudos recentes indicam que, da mesma forma que entre os Karajás da Ilha do Bananal, a língua nativa é amplamente utilizada no dia a dia dos falantes Javaé.

Pertencente à família linguística Macro-Jê, ela integra o subgrupo Jê e se caracteriza como uma língua aglutinante, ou seja, a formação das palavras ocorre mediante a adição de afixos, prefixos e sufixos, com a finalidade de expressar diversos significados gramaticais. Além disso, a língua Javaé possui um conjunto de consoantes e vogais que são empregadas na construção de palavras e frases.

O grupo principal dentro da família Macro-Jê é a família -Jê, que inclui línguas faladas principalmente nas áreas de campos cerrados. Essas áreas se estendem do sul do Maranhão e do Pará em direção ao sul, passando pelos Estados de Goiás e Mato Grosso, até chegar aos campos no sul dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Isso contrasta com a distribuição geográfica da família Tupí-Guaraní, que está localizada em áreas de floresta tropical e subtropical.[2]

No contexto da comunicação entre os colonizadores e os povos indígenas do interior do Brasil, as línguas do tronco linguístico Macro-Jê eram desconhecidas pelos colonizadores. Isso levava à presença constante de intérpretes nas expedições em regiões distantes do litoral brasileiro, onde predominavam as línguas Tupi No caso dos Javaés, em vários momentos, os contatos com não indígenas aconteceram através de um líder ou de alguém que falava a língua Karajá (ou ambos juntos)[3]

Ortografia[editar | editar código-fonte]

Quanto à forma de escrever palavras em Karajá, que também é a língua nativa dos Javaés, geralmente se lê de maneira semelhante à pronúncia das letras correspondentes em português, com algumas exceções:

/j/ se pronuncia como /d/ antes da letra /i/ como em “dia”.

/k/ se pronuncia como /c/ antes de /a/ e o /r / se pronuncia como /r / de “cara”, mesmo no princípio de lavras.

/s/ se pronuncia com a língua entre os dentes.

/t/ se pronuncia com o ar entrando na boca, a língua ficando na mesma posição que o /d/.

/x/ é um som só, como /ch / na palavra “chá”.

/à/ é um som neutro, que se forma no meio da boca.

/ò/ se pronuncia como /ó/ (aberto).

/è / se pronuncia como /é/ (aberto).

/y/ representa um som entre o /i/ e o /u/, que se pronuncia com a língua elevada no meio da boca e com os lábios não arredondados.

As palavras Karajá são oxítonas, com exceção dos verbos que se acentuam na raiz.[4]


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. GIRALDIN, Oldair. JAVAÉ; Ricardo Tewaxi (7 de maio de 2021). Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis.Espaço, Tempo e Narrativas: reflexões sobre a cultura Inỹ/Javaé, Ilha do Bananal, Tocantins, Brasil. [: https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e78338 v. 24 (n. 1, p. 162–189)]: p. 164 
  2. RODRIGUES, Aryon Dall'lgna (1986). Línguas brasileiras: Para o conhecimento das línguas indígenas (PDF). São Paulo: Edições Loyola. p. 17 
  3. PIN, André Egidio (2014). «História sobre o povo Javaé (Iny) e sua relação com as políticas indigenistas: da colonização ao Estado brasileiro (1775-1960)» (PDF). Sistema de Bibliotecas UFG: p.37. Consultado em 24 de setembro de 2023 
  4. TORAL, André Amaral de (1992). Cosmologia e Sociedade Karajá (PDF). Rio de Janeiro: MUSEU NACIONAL. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL. p. 09