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HISTÓRIA DE CANAVIEIRAS

A história de Canavieiras iniciou-se entre o fim do século XVII e o início do século XVIII, quando fazia parte da capitania de São Jorge dos Ilhéus, atual cidade de Ilhéus[1]. Canavieiras, cujo nome teve origem na cultura da cana (lavoura canavieira), e não, como se diz ter tirado de ´´cana´´ e ´´vieiras´´, antigos moradores da vila, até meados de 1912, a conheciam como a ´´Princêsa do Sul´´.Os primeiros habitantes do Município de Canavieiras foram Portugueses e brasileiros vindos de Ilhéus, por volta de 1.700, fugindo dos índios Patachós, que saqueavam a região ou por procura de terras mais férteis para o plantio, deslocando-se a região Sul[2]. . Esse grupo foi dividido naqueles que permaneceram no primeiro povoado denominado Una, já outros em Comandatuba (que atualmente pertence ao município de Una), enquanto o restante do grupo instalou-se em outra determinada região e recebem o nome de Puxim, atualmente Canavieiras[1]. Por volta de meio século depois dos colonos deslocarem-se para Puxim, aconteceram ataques indígenas que fizeram com que mais pessoas seguissem o caminho Sul. Alguns moradores dos outros povoamentos se fixaram juntamente com aqueles em frente à barra do rio Pardo (chamada Embucagrande)[1] . No ano de 1890 o Município de Canavieiras sofreu desmembramento de território originando o Município de Una. Esse ato, no entanto, foi anulado e Una voltou a ser anexado ao território de Canavieiras. No dia 25 de maio do ano de 1891 a sede do Município de Canavieiras é elevada à categoria de cidade, ou seja, a antiga vila é oficialmente transformada em cidade, sendo que em 1889 o Brasil mudou de sistema de governo de imperial para o republicano, consequentemente mudando algumas terminologias empregadas na designação administrativa de espaços dentro do território nacional (entes da federação)[1].

No século XX, a economia da cidade era sustentada pela agropecuária, com sua principal atividade, o cultivo do cacau. Contudo foi nessa época também na qual ocasionaram oscilações internas e externas. Nos anos 80, o cacau entrou em ascensão, exatamente em 1985, apresentou a terceira maior produção de cacau registrada de sua história, com 12.935 toneladas[7]. O primeiro pé de cacau plantado no território do atual Estado da Bahia, segundo informações oficiais, se deu no ano de 1746, na Fazenda Cubículo, às margens do Rio Pardo, propriedade do senhor Antônio Dias Ribeiro, próxima ao povoado de Canavieiras, cujas sementes teriam sido enviadas do Pará pelo botânico franco-suíço Louis Frederic Warneaux, mas, inicialmente essa atividade não se desenvolveu[8]. Em 1987 a economia cacaueira sofreu uma nova e drástica crise. Essa crise, segundo Fernandes[9], teve como origens e causas a conjugação de fatores internos e externos à região.

Os fatores internos, segundo o autor, teriam sido o conservadorismo do produtor de cacau; a falta de uma visão empresarial no sentido de investir na modernização da produção, que levou à perda de competitividade do cacau baiano no âmbito internacional e a instabilidade econômica, sobretudo no que se refere à inflação, levando ao aumento dos custos da produção, diminuição dos rendimentos dos produtores e aumento das dívidas. Já em âmbito internacional, houve uma superprodução do cacau em outros países como consequência da expansão de suas áreas cultivadas, além da inserção de outros países na produção de cacau, como na Malásia e na Indonésia, diminuindo, por consequência, o preço internacional do produto (Ibidem), contudo, tiveram que ser vendidos a baixos custos, resultando em perda de grande parte do lucro e uma crise agravante.[1] O surgimento da praga vassoura-de-bruxa nos cacauais, provavelmente no ano de 1989, contribuiu para agravar a crise cacaueira, a qual perdura até a atualidade[1]. . Assim como toda a região de Ilhéus e Itabuna, Canavieiras também foi bastante afetada pela vassoura de bruxa, levando a uma crise econômica, ocasionando um grande transtorno social na cidade, devido a economia do município estar vinculada diretamente a produção de cacau [3]. O primeiro caso de vassoura-de-bruxa oficialmente registrado pela CEPLAC– Comissão Executiva para o Plano da Lavoura Cacaueira – ocorreu no ano de 1992.Embora esse fato, antes já havia sofrido reflexos da crise instalada a partir de 1987 na economia cacaueira regional. Essa região sofreu bastante nas últimas décadas trazendo declínio socioeconômico em função da praga na cacauicultura[1]. Os índices urbanos e urbanos foram bastantes opostos: em 1980, a população rural do município de Canavieiras era de 27.413 habitantes, a urbana era de 14.705 habitantes e a população total era de 42.118 habitantes; em 1991 a população rural era de 12.361 habitantes, a urbana era de 20.658 habitantes e a total era de 33.019 habitantes[1]. No transcurso de sua história, este município passou por diversas transformações tanto na configuração territorial quanto na sua economia, influenciado por diferentes fatores internos e externos ao mesmo. O referido município, bem como a própria Região Sul da Bahia, sofreu grande impacto negativo nas últimas décadas, trazendo substancial declínio socioeconômico, em razão da inserção na cacauicultura da praga denominada vassoura-de-bruxa. Isso levou à diminuição da importância socioeconômica deste município no contexto regional, sendo que outros fatores já haviam contribuído para esse declínio, como, por exemplo, os desmembramentos de território que havia sofrido. Na atualidade, lentamente o Município de Canavieiras vem passando por um processo de diversificação de sua economia, tentando alavancá-la e diminuir os seus problemas socioeconômicos. Assim, de forma sucinta os autores comentam, através de uma sequência histórica, algumas dessas transformações que o município passou desde o início do processo de ocupação do seu território até a conjuntura recente[1]. A tardia adesão ao movimento cultural da Belle Époque em Ilhéus e Canavieiras, é uma hipótese aqui defendida por dois motivos: ela se deu no início dos anos 1900 (a chegada da luz elétrica, água encanada, esgotamento sanitário, reformas urbanísticas, construção de casas, prédios e igrejas no lugar, antes ocupados com construções de estilo colonial e neocolonial, numa tentativa de negar o passado recente em detrimento ao ideal republicano de “ordem e progresso”, impulsionados completamente com a grande valorização do cacau no mercado internacional, o que ocorreu no início dos anos 1920. Assim se explica alguns arquétipos dessa fase em Canavieiras como o prédio do Paço Municipal e Casa de Câmara e Cadeia Pública (1899), e a nova igreja matriz de São Boaventura construída entre 1912-1932.[4]. A cidade de Canavieiras também ingressou nessa atmosfera que Schwarcz (2012) trabalha. Os velhos casarões do período colonial nas regiões do porto, das principais ruas e na Praça do Paço, inclusive a antiga igreja matriz, em sua grande maioria foram descartados e posteriormente demolidos, dando lugar ao novo, construídos com fachadas do estilo art nouveau (com menos requinte, que nas capitais), mas, sempre tentando afirmar que esse era um novo sinal de civilidade[4].

  1. a b c d e f g h i AGUIAR, Paulo César Bahia de; BRUNO, Nelma Lima; MOREAU, Ana Maria Souza dos Santos; FONTES, Ednice de Oliveira (2012). «OCUPAÇÃO GEOGRÁFICA E EVOLUÇÃO DA CONFIGURAÇÃO DO TERRITÓRIO DO MUNICÍPIO DE CANAVIEIRAS, BAHIA». Revista de Geografia, Meio Ambiente e Ensino. ISSN 2178-3306. Consultado em 8 de junho de 2018  line feed character character in |titulo= at position 50 (ajuda)
  2. COSTA, Alcides. CANAVIEIRAS: SUA HISTÓRIA e sua GENTE (lendas e festas). [Salvador]: Imprensa Oficial da Bahia, 1963
  3. COSTA, Francisco Mendes (2012). «Políticas Públicas e Atores Sociais na Evolução da Cacauicultura Baiana» (PDF). Consultado em 8 de junho de 2018 
  4. a b RIBEIRO, Oslan Costa. «TRANSFORMAÇÕES URBANÍSTICAS NA BAHIA: A DEMOLIÇÃO DA CAPELA DE SÃO SEBASTIÃO EM ILHÉUS E DA ANTIGA IGREJA MATRIZ DE SÃO BOAVENTURA EM CANAVIEIRAS (1927-1932)» (PDF). Consultado em 8 de junho de 2018  line feed character character in |titulo= at position 53 (ajuda)