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Anita Garibaldi
Anita Garibaldi - 1839.jpg*
Anita Garibaldi, a heroína dos dois mundos (1845)
Nome completo Ana Maria de Jesus Ribeiro
Nascimento 30 de agosto de 1821
Laguna, Província de Santa Catarina, Brasil
Morte 4 de agosto de 1849 (27 anos)
Ravena, Estados Papais (atual Itália)
Nacionalidade brasileira
Cônjuge Giuseppe Garibaldi
Filho(a)(s) Menotti, Rosa, Teresa e Ricciotti
Serviço militar
Conflitos Revolução Farroupilha
Guerra Civil Uruguaia
Primeira Guerra de Independência Italiana

Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi (Laguna, 30 de agosto de 1821Ravena, 4 de agosto de 1849) foi uma revolucionária brasileira, conhecida por sua participação direta na Revolução Farroupilha e no processo de unificação da Itália, junto com o marido e revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi.[1] Por esse motivo, é conhecida como a "Heroína dos Dois Mundos".

A controvérsia sobre o local de nascimento[editar | editar código-fonte]

Alguns estudiosos alegam que Anita Garibaldi teria nascido em Lages, que na cúria metropolitana daquela cidade estaria o registro dos irmãos mais velho e mais novo dela, e que teria sido retirada do livro a folha do registro de Ana Maria de Jesus Ribeiro. Em 1998, entidades representativas da sociedade civil de Laguna promoveram uma ação judicial para obter o registro de nascimento tardio de Anita Garibaldi. A ação tramitou na primeira vara da comarca de Laguna, sendo instruída com diversos documentos que comprovariam que Anita nasceu no município de Laguna. Assim, em 5 de dezembro de 1998, proferiu-se:

Ante o exposto, julgo procedente o pedido inicial, a fim de determinar o registro de nascimento de Ana Maria de Jesus Ribeiro, nascida em 30 de agosto de 1821, na cidade de Laguna, filha de Bento Ribeiro da Silva, natural de São José dos Pinhais, Paraná, e de Maria Antônia de Jesus Antunes, natural de Lages, Santa Catarina, sendo seus avós paternos Manuel Collaço e Ângela Maria da Silva e avós maternos Salvador Antunes e Quitéria Maria de Sousa, o que faço embasado no artigo 50, § 4º combinado com o 52, § 2º, da Lei n.º 6.015/73. (Ação de Registro de Nascimento Tardio n.: 040.98.000395-4).

Família e início da vida[editar | editar código-fonte]

Ficheiro:Monumento Anita 01.jpg*
Monumento a Anita em Morrinhos
Ficheiro:Monumento Anita 02.jpg*
Detalhe do monumento em Morrinhos

Ana Maria de Jesus Ribeiro nasceu em 30 de agosto de 1821 em Laguna, na Capitania de Santa Catarina do Reino do Brasil, um ano antes da Independência. Foi a terceira dos 10 filhos (6 meninas e 4 meninos)[1] de Bento Ribeiro da Silva e Maria Antonia de Jesus Antunes. Seu pai era tropeiro, e fazia o transporte de gado por estradas que vinham desde Viamão, no Rio Grande do Sul, até São José dos Pinhais, passando por Santa Catarina. Sua mãe, natural de São Paulo, era descendente de açorianos originários da ilha de São Miguel. Casaram-se em 13 de Junho de 1815 na Catedral de Lages.[2]

Durante a maior parte da infância de Anita, a família residiu em uma casa rústica de pau-a-pique na localidade de Morrinhos, nos arredores de Laguna (hoje um bairro de Tubarão). Após a morte de Bento Ribeiro da Silva, entre 1833 e 1835, a família ficou sem recursos ou receitas que garantissem a sobrevivência, o que levou a mãe de Anita a buscar trabalho em residências no centro de Laguna.[3]

Nesse período a família foi visitada diversas vezes por Antônio da Silva Ribeiro, tio de Anita, quando este passava por Laguna durante suas viagens como tropeiro. Antônio era um republicano, e se declarava a favor de uma revolução como forma de alcançar mudanças. Devido as suas e pregações críticas à monarquia, foi perseguido e teve sua casa em Lages incendiada por soldados imperiais, sob ordens do coronel Manuel dos Santos Loureiro, o que o levou a se refugiar com parentes em Laguna. Seus ideais foram transmitidos à Anita, que gradualmente aderiu à eles ao longo de sua juventude.[4]

Primeiro casamento[editar | editar código-fonte]

Ficheiro:Casa de Anita de Garibaldi - Laguna - SC 2013-03-05 13.34.51.jpg*
Casa em Laguna onde Anita arrumou-se para seu primeiro casamento, com Manuel Duarte Aguiar

Após a morte do pai e o casamento da irmã mais velha, Anita cedo teve que ajudar no sustento familiar e, por insistência materna, casou-se, em 30 de agosto de 1835, dia em que completou 14 anos, com o sapateiro Manuel Duarte de Aguiar, na Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos da Laguna.[1] O casamento, descrito por Anita como uma "farsa" em uma carta enviada à seu tio, foi marcado pelo desinteresse no relacionamento por ambas as partes, e não gerou filhos. Após poucos anos de matrimônio, em 1837 ou 1838 Manuel Duarte de Aguiar, como monarquista, alistou-se no Exército Imperial, abandonando a jovem esposa.[5]

Revolução Farroupilha[editar | editar código-fonte]

Em 1835, eclodiu a Revolução Farroupilha na província do Rio Grande do Sul. Após a Batalha do Seival em setembro de 1836, a República Riograndense foi proclamada pelos rebeldes. Nos anos que se seguiram o sentimento revolucionário aumentou em Laguna, onde a grande maioria da população apoiava a causa republicana. No início de 1836, soldados da Guarda Nacional da vila recusaram-se a obedecer ordens do presidente da província, Albuquerque Cavalcanti, de guarnecer a fronteira com o Rio Grande do Sul. Em julho do mesmo ano, o Ministro da Justiça do Império exigiu respostas do governo catarinense em relação à Laguna, de onde embarques clandestinos de pólvora estavam sendo enviados aos farrapos no sul.[6]

Em 22 de julho de 1839, o exército farroupilha tomou Laguna após derrotar os navios da Marinha Imperial que faziam a defesa. A invasão foi realizada somente com o barco Seival, comandado pelo revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi. Garibaldi estava no Brasil desde 1835, onde se refugiou após ser condenado à morte por Carlos Alberto da Sardenha, e no mesmo ano juntou-se a causa da Revolução Farroupilha e recebeu uma carta de corso de Bento Gonçalves.[7] A entrada das tropas republicanas em Laguna foi celebrada pela população, e, em 29 de julho, a República Catarinense foi proclamada na câmara municipal.[8]

O encontro com Giuseppe Garibaldi[editar | editar código-fonte]

Anita tinha 18 anos em 1839 quando encontrou-se com Giuseppe Garibaldi. Com 32 anos, Garibaldi liderou pelo mar as tropas farroupilhas de David Canabarro que tomaram Laguna e proclamaram a República Catarinense.[1]

Em Laguna, a bordo da embarcação Itaparica, tomada do inimigo e armada com sete canhões, Garibaldi observava com uma luneta as casas da barra de Laguna. Observou então, em um grupo de moças que passeava, uma jovem cujo rosto conquistou sua imaginação e seu coração. Providenciou um barco, foi até a margem e depois até o local onde a tinha visto, porém não a encontrou.[1]

Tinha perdido a esperança de encontrá-la, quando um habitante local o convidou a ir a sua casa para um café. Garibaldi aceitou e na casa encontrou a jovem que procurava. Assim Garibaldi relata o encontro em suas memórias:

Entramos, e a primeira pessoa que se aproximou era aquela cujo aspecto me tinha feito desembarcar. Era Anita! A mãe de meus filhos! A companhia de minha vida, na boa e na má fortuna.[9] A mulher cuja coragem desejei tantas vezes. Ficamos ambos estáticos e silenciosos, olhando-se reciprocamente, como duas pessoas que não se vissem pela primeira vez e que buscam na aproximação alguma coisa como uma reminiscência.[9] A saudei finalmente e lhe disse: 'Tu deves ser minha!'. Eu falava pouco o português, e articulei as provocantes palavras em italiano. Contudo fui magnético na minha insolência. Havia atado um nó, decretado uma sentença que somente a morte poderia desfazer. Eu tinha encontrado um tesouro proibido, mas um tesouro de grande valor.[1]

República Juliana[editar | editar código-fonte]

Em 20 de outubro de 1839, Anita decide seguir Garibaldi, subindo a bordo de seu navio para uma expedição militar.[1]

Em Imbituba recebeu o batismo de fogo, quando a expedição corsária foi atacada pela marinha imperial do Brasil. Dias depois, em 15 de novembro, Anita confirma sua coragem sem fim e seu amor heroico a Garibaldi na famosa batalha naval de Laguna, contra Frederico Mariath, na qual se expõe a grande risco de morte, atravessando uma dúzia de vezes a bordo da pequena lancha de combate para trazer munições em meio a uma verdadeira carnificina. Anita também combateu ao lado de Garibaldi em Santa Vitória. Depois passou o Natal de 1839 em Lages.[1]

Batalha de Curitibanos[editar | editar código-fonte]

Ficheiro:2011-03-27 Roma Gianicolo Anita Garibaldi - foto 1.jpg*
Monumento em homenagem a Anita, no Janículo em Roma. O escultor Rutelli retratou a fuga de Mostardas nesse monumento.

Em 12 de janeiro de 1840, Anita participou da Batalha de Curitibanos, na qual foi feita prisioneira.[1] Durante a batalha, Anita provia o abastecimento de munições aos soldados. O comandante do exército imperial, admirado de seu temperamento indômito, deixou-se convencer a deixá-la procurar o cadáver do marido, supostamente morto na batalha. Em um instante de distração dos guardas, tomou um cavalo e fugiu. Após atravessar a nado com o cavalo o rio Canoas,[1][10] chegou ao Rio Grande do Sul, e encontrou-se com Garibaldi em Vacaria, oito dias depois.

Em 16 de setembro de 1840, nasceu no estado do Rio Grande do Sul, na então vila e atual cidade de Mostardas o primeiro filho do casal, que recebeu o nome de Menotti Garibaldi, em homenagem ao patriota italiano Ciro Menotti.[10] Doze dias depois, o exército imperial, comandado por Francisco Pedro de Abreu, cercou a casa para prender o casal, e Anita fugiu a cavalo com o recém-nascido nos braços e alcançou um bosque aos arredores da cidade, onde ficou escondida por quatro dias, até que Garibaldi a encontrou.[1]

No Uruguai[editar | editar código-fonte]

Em 1841, quando a situação militar da República Rio-Grandense tornou-se insustentável, Garibaldi solicitou e obteve do general Bento Gonçalves da Silva a permissão para deixar o exército republicano.[9] Anita, Giuseppe e Menotti mudaram-se para Montevidéu, no Uruguai, receberam um rebanho de 900 cabeças de gado, das quais, depois de 600 km de marcha, 300 chegaram a Montevidéu, em junho de 1841.[11]

No Uruguai, em 1842, dois anos e meio após seu encontro, o casal legalizou sua união, na igreja de São Francisco de Assis, em Montevidéu. A certidão de casamento era exigida pela constituição do Uruguai a quem aspirava cargos públicos. Garibaldi foi indicado comandante da pequena frota uruguaia, que combatia a potente esquadra naval argentina, comandada pela almirante William Brown.[1]

No Uruguai nasceram os outros três filhos do casal: Rosa (1843), Teresa (1845) e Ricciotti Garibaldi (1847). Rosa faleceu aos dois anos de idade por asfixia, por causa de uma infecção na garganta, o que fez Anita e Garibaldi sofrerem muito.

Em 1846, Garibaldi tentou enviar Anita e as crianças para longe, para Nice para ficarem com sua mãe, mas obteve um parecer negativo do Ministério dos Negócios Estrangeiros do rei Carlos Alberto, Solaro della Margarita, em junho de 1846.[12] Mais tarde, com os legionários italianos planejando voltar para casa, e graças ao recolhimento de fundos organizado, entre outros por Stefano Antonini, Anita, com seus três filhos e outros familiares dos legionários partem finalmente em janeiro de 1848, em um barco com destino a Nice, onde foram confiados por um tempo sob os cuidados da família de Garibaldi.[9]

Na Itália[editar | editar código-fonte]

Em 1847, Anita foi para a Itália com os três filhos e encontrou-se com a mãe de Garibaldi. Elas depois viajaram para a cidade de Nizza, (atual Nice, na França), onde ficaram morando. O próprio Garibaldi reuniu-se a eles alguns meses depois, quando voltaram à Itália. Os filhos de Anita e Garibaldi ficaram na França com a mãe dele.

Em 9 de fevereiro de 1849, presenciou com o marido a proclamação da República Romana, mas a invasão franco-austríaca de Roma, depois da batalha no Janículo, obrigou-os a abandonar a cidade. Com 3 900 soldados (800 deles a cavalo), Garibaldi deixou Roma. Em sua perseguição saíram três exércitos (franceses, espanhóis e napolitanos) com quarenta mil soldados. Ao norte lhes esperava o exército austríaco, com quinze mil soldados. Anita e o marido tinham que enfrentar a guerra e lutar para salvar o território italiano. Mesmo grávida do 5º filho, ela enfrentou tudo até o fim.

Ficheiro:Garbaldieanita.jpg*
Garibaldi e Anita, ferida, fogem de San Marino, 1849 (quadro de anônimo, século XIX)

Anita, no final da gravidez, tentou não ser um peso para o marido, querendo deixá-lo despreocupado para lutar sozinho na guerra, em que ela poderia ir morar com a mãe dele, como seus filhos moravam, mas suas condições de saúde pioraram quando atingiram a República de San Marino. Ela e Garibaldi decidiram não aceitar o salvo-conduto oferecido pelo embaixador americano e continuaram a fuga, pois não teriam como lutar contra milhares de soldados e se fossem presos, morreriam na cadeia. Com febre e perseguida pelo exército austríaco, foi transportada às pressas à fazenda Guiccioli, próximo a Ravena, onde morreu junto com a criança, em 4 de agosto de 1849, para desespero de Garibaldi.

Ficheiro:Giuseppe e Anita Garibaldi trovano rifugio a San Marino.JPG*
Garibaldi e Anita buscam refúgio em San Marino.

Caçado pelos austríacos, sem nem sequer poder acompanhar o sepultamento da esposa, Garibaldi saiu outra vez para o exílio e nos dez anos em que esteve fora da Itália, os restos mortais de Anita foram exumados por sete vezes. Por vontade do marido, seu corpo foi transferido a Nice.

Em 1932, seu corpo foi finalmente sepultado no monumento construído em sua homenagem no Janículo, em Roma.[9]

O legado de Anita[editar | editar código-fonte]

Ficheiro:Anita Garibaldi statue.jpg*
Busto de Anita Garibaldi, em Belo Horizonte

Considerada, no Brasil e na Itália, um exemplo de dedicação e coragem, Anita foi homenageada pelos brasileiros com a designação de dois municípios, ambos no estado de Santa Catarina: Anita Garibaldi e Anitápolis. Muitas cidades brasileiras possuem bairros, ruas e avenidas com seu nome, como o bairro Anita Garibaldi em Joinville, e a avenida Anita Garibaldi, em Salvador. Em abril de 2012 foi sancionada a Lei 12.615 que determinou que seu nome fosse inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.[13]

Representações na cultura[editar | editar código-fonte]

Na minissérie A Casa das Sete Mulheres, de Maria Adelaide Amaral e Walther Negrão, transmitida pela Rede Globo, em 2003, Anita Garibaldi foi interpretada por Giovanna Antonelli, enquanto que Giuseppe Garibaldi foi interpretado por Thiago Lacerda. Camila Morgado fez o papel de Manuela de Paula Ferreira.[14]

No cinema, em Anita e Garibaldi, o papel de Anita foi interpretado por Ana Paula Arósio. Na literatura brasileira, no romance Anita, de Flávio Aguiar (São Paulo: Boitempo Editorial, 1999), prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro (2000).

Anita foi homenageada no carnaval carioca no ano de 1999 pela GRES Unidos do Viradouro, a agremiação alcançou o terceiro lugar num belo desfile.[15]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l Giuliani, Isidoro (2001). Anita Garibaldi. vita e morte (em italiano) 1 ed. Mandriole: Parrocchia di Mandriole - Ravenna. 96 páginas 
  2. Cadorin 2001, pp. 22-23.
  3. Cadorin 2001, pp. 34-35.
  4. Cadorin 2001, pp. 36-37.
  5. Cadorin 2001, p. 58.
  6. Cadorin 2001, pp. 55-56.
  7. Cadorin 2001, p. 62.
  8. Cadorin 2001, pp. 77-80.
  9. a b c d e «Anita Garibaldi». Enciclopédia Mirador Internacional. UOL - Educação. Consultado em 30 de agosto de 2012 
  10. a b DUMAS, pai, Alexandre (2000). «33». Memórias de Garibaldi. 24/01/2012 1 ed. Porto Alegre: L&PM. 354 páginas. ISBN 85-254-1071-3 
  11. SCIROCCO, Alfonso. Garibaldi. Battaglie, amori, ideali di un cittadino del mondo, Editori Laterza, 2009. ISBN 978-88-420-8408-2. (em italiano)
  12. Scirocco, p. 122.
  13. «BRASIL. Lei 12.615 de 30 de abril de 2012». Consultado em 13 de maio de 2012 
  14. A Casa das Sete Mulheres, Memória Globo, Globo.com.
  15. «Sambódromo em 30 Atos – "1999: A campeã que apenas os jurados viram" – Ouro de Tolo». Consultado em 6 de dezembro de 2019 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BANDI, Giuseppe. Anita Garibaldi(1889).
  • BRYANT, Dorothy. Anita, Anita: Garibaldi of the New World(1993)
  • DUMAS pai, Alexandre. Memórias de Garibaldi (1861, 1931)
  • FRONTANI, Alessandra & PASQUINELLI, Chiara . Garibaldi innamorato .Firenze, Edizioni Polistampa, 2009. 200pp
  • GIULIANI, Isidoro & FOGLI, Antonio. Anita Garibaldi: vita e morte (life and death). Marcabò (2001)
  • LAMI, Lucio. Garibaldi e Anita: Corsari (1991).
  • MARASCO, Giuseppe. L'Amazzona Rossa (1982).
  • MARKUN, Paulo. Anita Garibaldi: uma heroína brasileira. 4ª edição, São Paulo, Senac, 2000.
  • MARKUN, Paulo. Anita Garibaldi: uma heroína brasileira. 5ª edição, São Paulo, Senac, 2003. Ed. eletrônica parcial (5 ª ed)]
  • SERGIO, de Lisa. I am my beloved: The Life of Anita Garibaldi (1969).
  • SIERRA, Julio A.Anita Garibaldi: Guerrillera en América del Sur, Heroína de la Unidad Italiana (2003).
  • VALERIO, Anthony. Anita Garibaldi: A Biography (2000).
  • WERNER, A. (trad.) Autobiografia de Giuseppe Garibaldi (1971, 1889).
  • ZUMBLICK, Walter. Aninha do Bentão, (1980).

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha foi como ficou conhecida a revolução ou guerra regional, de caráter republicano, contra o governo imperial do Brasil,[1][2] na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul,[3] e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense.[4] Estendeu-se de 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845.

A revolução, que com o passar do tempo adquiriu um caráter separatista, influenciou movimentos que ocorreram em outras províncias brasileiras: irradiando influência para a Revolução Liberal que viria a ocorrer em São Paulo em 1842 e para a revolta denominada Sabinada na Bahia em 1837, ambas de ideologia do Partido Liberal da época. Inspirou-se na recém findada guerra de independência do Uruguai, mantendo conexões com a nova república do Rio da Prata, além de províncias independentes argentinas, como Corrientes e Santa Fé. Chegou a expandir-se à costa brasileira, em Laguna, com a proclamação da República Juliana e ao planalto catarinense de Lages.

A revolta teve como líderes: general Bento Gonçalves da Silva, general Neto, coronel Onofre Pires, coronel Lucas de Oliveira, deputado Vicente da Fontoura, general Davi Canabarro, coronel Corte Real, coronel Teixeira Nunes, coronel Domingos de Almeida, coronel Domingos Crescêncio de Carvalho, general José Mariano de Mattos, general Gomes Jardim,[5] além de receber inspiração ideológica de italianos da Carbonária refugiados, como o cientista e tenente Tito Lívio Zambeccari e o jornalista Luigi Rossetti,[6] além do capitão Giuseppe Garibaldi, que embora não pertencesse a carbonária, esteve envolvido em movimentos republicanos na Itália.[7] Bento Manuel Ribeiro lutou em ambos os lados ao longo da guerra, mas quando acabou a revolução ele estava ao lado do imperador.

A questão da abolição da escravatura também esteve envolvida, organizando-se exércitos contando com homens negros que aspiravam à liberdade, como os Lanceiros Negros.[8][9] Entretanto, as posições conflitantes dos líderes da revolução[10] quanto à abolição resultou em sua não inclusão na Constituição da República Rio-Grandense.[11][12]

  1. Day, Peter (17 de dezembro de 1997). «Guerra dos Farrapos». Brasil Escola. Consultado em 27 de março de 2007. Arquivado do original em 3 de março de 2007 
  2. Souza, Rainer (20 de janeiro de 2002). «Revolução Farroupilha». RioGrande. Consultado em 27 de março de 2007 
  3. «Informações sobre os primórdios da capital». Brasil Escola. 30 de março de 2004. Consultado em 27 de março de 2007. Arquivado do original em 14 de março de 2007 
  4. Santanna, Miriam (9 de março de 2008). «República Rio Grandense». Infoescola. Consultado em 27 de março de 2008 
  5. HARTMAN, Ivar : Aspectos da Guerra dos Farrapos .Feevale, Novo Hamburgo, 2002, ISBN 85-86661-24-4, 148 pp. Edição eletrônica[ligação inativa]
  6. «SANT'ANA, Elma, "Bento e Garibaldi na Revolução Farroupilha", Caderno de História, nº 18, Memorial do Rio Grande do Sul. Edição Eletrônica.» (PDF). Consultado em 8 de janeiro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 6 de julho de 2011 
  7. DUMAS, Alexandre, Memórias de Garibaldi, Editora L&PM, Porto Alegre, 2000, 354 pp., ISBN 85-254-1071-3
  8. LOPES, Nei. Dicionário escolar afro-brasileiro. Publ. Selo Negro, 2006, ISBN 858747829X, ISBN 9788587478290, 174 pp.
  9. MOURA, Clóvis. Dicionário da escravidão negra no Brasil. Editora EdUSP, 2004, 434 p. ISBN 8531408121, ISBN 9788531408120.
  10. Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite. «180 anos de uma guerra civil». Observatório da Imprensa  Texto "11 de setembro de 2015" ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido |acesso-date= ignorado (ajuda)
  11. «Juremir: "muitos comemoram Revolução sem conhecer a história"». Sul 21. 24 de setembro de 2012. Consultado em 3 de setembro de 2021 
  12. Guilherme Justino (2008). «Os Escravos que lutaram em troca de liberdade». UFRGS  Parâmetro desconhecido |acesso-date= ignorado (ajuda)