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Falange (em grego e antigo φάλαγξ / phálanx) é uma formação militar tipicamente composta por lanceiros de infantaria, que adquiria formato retangular e foi vastamente utilizada desde por volta de 2500 a.C até meados de 200 a.C.[1] O termo costuma se referir às formações utilizadas na Grécia antiga por hoplitas, mas também designa qualquer grupo lutando similarmente.

Falange Macedônica

História[editar | editar código-fonte]

Origens[editar | editar código-fonte]

Representação suméria de uma falange, cravada na Estela dos Abutres

As primeiras falanges que se tem notícia foram de origem suméria, demonstradas na Estela dos Abutres.[2] A formação suméria continha 6 linhas compostas por 11 homens cada. Carregavam lanças, grandes escudos e espadas, além de armaduras que variavam de entre os homens.[1]

Grécia Antiga[editar | editar código-fonte]

A mais antiga referência a palavra falange vem da Ilíada de Homero, em que se é descrita a falange em oposição ao combate individual, sendo associada aos hoplitas, como exército, lutando organizadamente.[3]

Formação de falange hoplítica.

A organização e treinamento da falange grega foi o que a diferenciou de outros exércitos da época.[1] Os cidadãos gregos tinham como dever o treinamento militar que formava soldados baseados na polis de onde vinham. Não havia um exército permanente, apenas uma forma de milícia organizada, o que dificultava campanhas de longa duração, estando quase sempre sujeitas a acontecer no verão ou primavera.[1]

Os espartanos eram conhecidos por sua falange, que consistia de unidades de 30 a 40 homens, que era capaz de, pelo seu treinamento mais rigoroso, obter grande sucesso com manobras, por exemplo avançar áreas separadas das linhas de combate e trocar de posição no meio de uma batalha para defesa por ângulos diferentes, além de uma proteção específica contra armas de longo alcance que consistia de cargas da primeira fileira direcionadas à origem dos projéteis inimigos[4]

Macedônia[editar | editar código-fonte]

Durante o reinado de Filipe II da Macedônia (360-336), a típica falange grega sofreu diversas reformas. Dentre elas, o aumento na quantidade de linhas de homens na formação (de 8 a 16 linhas anteriormente, para uma média de 20[3], contendo até 120 homens[5]) era reforçado por novos armamentos como as sarissas (lanças muito longas, similares a piques) que permitiam, pelo seu comprimento (que chegava a 7m), criar uma barreira impenetrável, quando apontadas todas na mesma direção. Ao atravessar a primeira linha de lanças, oponentes eram recebidos pela segunda e até a terceira linha antes mesmo de chegar aos homens da formação.

Reconstrução de 1893 do mosaico da Batalha de Issus. Ao fundo pode-se notar a falange macedônica em combate contra o exército Pérsia.

Diferentemente da falange hoplítica, os falangistas macedônicos não eram cidadãos que provinham de poleis, mas sim camponeses convocados e comandados pela sua própria aristocracia tribal.[5] Estes homens eram treinados de forma eficiente que permitisse grande uso de manobras em combate.[6]

Dentro do Império Selêucida, assim que fossem criadas colônias em novos territórios asiáticos, cada colono era, por ordem real, obrigado a servir militarmente o exército, por meio do cleros, que também os garantia terras.[7]

A falange macedônica em geral se diferia da grega em alguns usos. Seu maior objetivo era de "segurar" os oponentes no lugar, os impedindo de avançar, enquanto a cavalaria pesada (hetairoi, os "companheiros") se aproveitava da oportunidade para atacar.[4]

Declínio[editar | editar código-fonte]

Após seu ápice durante as campanhas de Alexandre, a falange macedônica entrara em declínio nas mãos dos Diádocos, que falharam em utilizar a infantaria em conjunto a cavalaria, e por vez, foram tornados obsoletos com os avanços romanos.[4] Os próprios romanos utilizavam falanges em seus exércitos similarmente a moda grega até a Batalha das Forcas Caudinas, quando a falange romana se mostrou ineficiente contra os oponentes samnitas[8] O exército romano, tomando uso das gládios (espadas curtas) e novas táticas que enfatizavam a mobilidade ao invés do "forte humano" que era a falange, marcou o fim dos dias da antiga formação de lanceiros e o início da era da legião.[1]

Armamentos[editar | editar código-fonte]

Geralmente, falanges não são definidas pelos equipamentos de cada homem, mas requerem coesão entre seus falangistas, tal como quais tipos de armas usadas ou tamanho dos escudos.

Hoplitas[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Hoplita

O termo "hoplita" (do grego ὁπλίτης hoplitēs), deriva do hoplon (ὅπλον, nome de seu tradicional escudo e designa um cidadão-soldado grego de infantaria pesada, proveniente de uma polis. Costumavam utilizar para proteção o elmo (típicamente feito de bronze), couraça (variedades incluiam as de linho, couro ou bronze), hoplon (genericamente chamado de aspis) e grevas. Quanto a armas, a dory (lança que podia chegar a 2,7m) era o principal método de combate do hoplita enquanto uma xiphos ou kopis (espadas curtas) era comum como arma reserva.[3]

Como era da própria organização da falange hoplítica, baseada na união de cidadãos, cada hoplita deveria trazer seu próprio equipamento para o campo de batalha, ao invés de receber uniformes do regimento.[9]

Pezhetairoi[editar | editar código-fonte]

Os "companheiros a pé" (em grego: πεζέταιροι, singular: pezhetairos) eram os camponeses convocados para formar a base do exército macedônico, compondo a falange reformada.

Pezhetairoi usavam armadura completa nas primeiras fileiras e parcial no centro e fundo da formação. Tal armadura era composta de um linothorax, elmos no estilo frígio (para melhor visibilidade em comparação ao tradicional elmo coríntio do hoplita) e grevas. Seus escudos eram presos ao ombro por um cordão de couro para liberar o uso das duas mãos para seus longos piques de 4 a 7 metros, conhecidos como sarissas. A sarissa' podia ser desmontada para melhor portabilidade fora de combate. [10]

Alexandre, ao cruzar o Helesponto em 334, trazia consigo 9000 pezhetairos e 3000 hipaspistas (homens armados como hoplitas)[10]

Legado[editar | editar código-fonte]

A partir do século 15, soldados suiços haviam revivido a falange macedônica ao utilizarem uma formação densa de diversos piqueiros em conjunto a unidades de longo alcance e alabardeiros e criaram uma força suficiente para se vencer ataques de cavalaria.[11] Até meados de 1700, grandes massas de infantaria armadas principalmente com piques foram indispensáveis nos exércitos europeus. Os espanhóis desenvolveram táticas unindo piqueiros a arcabuzeiros em formações similares. Quando as armas de fogo tornaram-se mais rápidas e eficientes, a utilidade de grandes unidades de infantaria armada com lanças foi diminuindo até se tornar completamente obsoleta com o avanço da baioneta.[12]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e http://news.bbc.co.uk/dna/place-lancashire/plain/A2986383
  2. http://www.louvre.fr/en/oeuvre-notices/stele-vultures
  3. a b c Phalanx and hoplites. livius.org.
  4. a b c HORNBLOWER, Simon; SPAWFORTH, Anthony (eds.). The Oxford Classical Dictionary, 3rd. ed. revised. Oxford: Oxford University Press, 2003.
  5. a b Heckel, W., & Jones, R. (2006). Macedonian Warrior: Alexander's Elite Infantryman (Vol. 103). Osprey Publishing.
  6. Lendon, J.E. (2006) Soldiers and Ghosts: A History of Battle in Classical Antiquity, Yale University Press.
  7. Aldrovandi, C.E. (1984) A Fronteira Oriental do Mundo Helenístico: As Fontes Escritas Sobre O ambiente Construído e a Sociedade nas Cidades Gregas da Região Bactro-Gandhariana.
  8. Lendon, p. 182: The phalanx was known to the Romans in pre-Republic days, whose best fighting men were armed as hoplites.
  9. Zimmel, Girard, Jonathan, Todd. «Hoplites Arms and Armor». Consultado em 22 April 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  10. a b Sheppard, R. (Ed.). (2008). Alexander the Great at War: His Army-His Battles-His Enemies. Osprey Publishing. p. 80-82
  11. http://www.britannica.com/EBchecked/topic/454991/phalanx
  12. http://hubpages.com/hub/The-Swiss-Pikeman

Referências[editar | editar código-fonte]